Numa semana agitada no ecossistema catarinense, a empresa de M&A Questum lançou vertical de Investimentos com R$ 200 milhões. E a Terracotta Ventures, especializada em construtechs e proptechs, espera levantar fundo internacional com até R$ 350 milhões. / Foto: Eyestetix Studio (Unsplash)
[FLORIANÓPOLIS, 03.03.2023]
Por Fabrício Umpierres, editor – scinova@scinova.com.br
O ano definitivamente não começou depois do Carnaval, mas acelerou demais nos últimos dias no ecossistema de tecnologia em Santa Catarina. Após anúncios de aquisições (como Pulses pela Gupy e a Prevision pela Softplan), lançamentos de importantes programas de desenvolvimento (como StartupSC e Jornada Startups) e diversos eventos pelo estado de apresentação do novo comando público de CT&I (Secretarias e Fapesc, você leu aqui também), duas empresas de relevo do mercado de tecnologia e com sede em Florianópolis anunciam que virá mais dinheiro para o mercado nos próximos anos.
Em um desses movimentos, a firma de M&A para startups Questum lançou seu braço de Investimentos, que vai aportar nos próximos cinco anos um total de R$ 200 milhões em 50 startups, com recursos dos sócios e de empreendedores que venderam recentemente suas empresas. Será uma maneira de alavancar o portfólio para futuros deals. Desde que foi fundada, em 2019, a empresa já alcançou R$ 1 bilhão em transações de M&A. Estão no foco startups com modelos de negócios B2B, estruturadas como software como serviço (SaaS), serviços sustentados por tecnologia (tech enabled services), inteligência artificial e blockchain.
“Um círculo virtuoso começa a tomar forma: a partir do retorno obtido com a assessoria, a Questum passa a investir em novas startups para auxiliar empreendedores a seguirem o mesmo caminho”, explica o fundador e Manager Partner Rafael Assunção. “Adotamos como missão apoiar novos empreendedores a completarem a mesma jornada e atingirem seus objetivos com a startup: receber investimentos para crescer ou realizar o exit”.
FUNDO INTERNACIONAL PARA INVESTIMENTO NA CADEIA IMOBILIÁRIA E DE CONSTRUÇÃO
Outro anúncio relevante feito ao mercado nesta semana foi da Terracotta Ventures, veículo de investimento com foco em proptechs e construtechs criado há pouco mais de três anos e que reuniu um grupo de mais de 40 investidores que, juntos, movimentam cerca de R$ 100 bilhões por ano.
A novidade, antecipa o managing partner Marcus Anselmo, é o lançamento de um próximo veículo de investimentos que estará relacionado com a aliança firmada em novembro de 2022 com o GRI Club, sediado em Nova York (EUA) e principal player mundial de networking no setor imobiliário e de infraestrutura. Neste acordo, que reúne 12 mil executivos do setor em todo o mundo, a empresa pretende levantar cerca de R$ 300 milhões adicionais até 2025 para investimentos em startups.
“Este negócio é um movimento à parte do Warriors I e deve projetar e fortalecer os negócios da Terracotta Ventures no Brasil e exterior. A aliança com o GRI Club nos credencia como um bureau global de inteligência para a temática de construtechs e proptechs e visa a um posicionamento como um player de dominância no mercado de venture capital para o segmento na América Latina”, aponta.
Em 2022 foram feitas com coparticipação do fundo seis rodadas que totalizaram quase R$ 110 milhões investidos e contemplaram startups como a CondoConda, Spotlar, Approva Fácil, Captei e InstaCasa. Em 2021, o veículo de investimentos também esteve presente (junto a outros fundos) em três rodadas de investimento que, juntas, somaram R$ 93 milhões — na Yucca, Imobles e Livance.
De acordo com Bruno Loreto, nos novos investimentos previstos para este ano a Terracotta Ventures deve seguir a diversificação de portfólio, com foco em startups com soluções inovadoras e escaláveis em diferentes etapas da cadeia da construção e imobiliária.
“Devemos investir em algumas empresas de tecnologia mais robustas, que investem em Inteligência Artificial. Também acreditamos nas oportunidades no segmento de loteamentos e soluções focadas em problemas que devem se intensificar nos próximos meses. Sempre partimos de problemas reais, buscando apostar em empresas que tenham produtos que realmente são relevantes para o setor”, avalia.
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