Novo comando público de C&T em SC se apresenta ao ecossistema

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Novo comando público de C&T em SC se apresenta ao ecossistema

Evento em Florianópolis reuniu secretários que terão envolvimento direto com setor de TI, além de lideranças regionais e empreendedores.

Evento organizado pela ACATE nesta quinta (23), em Florianópolis reuniu secretários que terão envolvimento direto com setor de TI, além de lideranças regionais e empreendedores. / Foto: Agência SC Inova


[FLORIANÓPOLIS, 24.02.2023]
Por Fabrício Umpierres, editor SC Inova – scinova@scinova.com.br 

Depois que quase dois meses da mudança do governo do estado, as novas lideranças públicas de áreas que envolvem o setor de tecnologia foram apresentadas nesta quinta (23) em evento que reuniu cerca de 300 pessoas no Centro de Inovação ACATE Primavera, em Florianópolis. O encontro “SC Inovação – o futuro do ecossistema” reuniu o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcelo Fett (que fora apresentado para um grupo de empresários do setor às vésperas da posse do novo governo), o novo presidente da Fapesc, Fabio Wagner Pinto, e o secretário de Planejamento, Edgard Usuy – todos com experiência no setor privado. 

A novidade foi o reposicionamento de Usuy, inicialmente chamado pelo governador Jorginho Mello para ocupar a pasta de Relações Internacionais e Governamentais, mas que ocupará uma cadeira de maior relevo a partir de agora. ““Não há como pensarmos em planejamento sem incluir tecnologia. Os centros de inovação, por exemplo, são uma característica muito específica do nosso estado. Vamos unir esta capilaridade que já existe com os centros junto com a estrutura do ecossistema de inovação do setor privado, e pensar em um crescimento ainda maior para Santa Catarina no cenário nacional e internacional”, afirmou o novo secretário. 

Após apresentação do setor de TI em Santa Catarina, feita pelo presidente da ACATE Iomani Engelmann, o secretário Usuy e o presidente da Fapesc reforçaram, em breves discursos, o compromisso com o ecossistema de tecnologia, que historicamente teve pouca articulação com o setor público – ainda que a criação da própria ACATE e da Fundação CERTI tenha acontecido na gestão do ex-governador Esperidião Amin, em meados da década de 1980.

Quem teve mais tempo para apresentar as diretrizes do novo governo para o setor de tecnologia foi o secretário Marcelo Fett, uma indicação da Associação Catarinense de Tecnologia depois que o governador havia anunciado a criação de uma pasta dedicada ao setor de inovação. Assim como já havia adiantado em entrevista exclusiva ao SC Inova (leia aqui), Fett afirmou que Santa Catarina pode se espelhar em algumas características do ecossistema de Israel (pelas dimensões de território e aspectos migratórios) e disse que é fundamental investir em “fatores críticos de produção”, citando uma multinacional catarinense como exemplo.

“A WEG, de Jaraguá do Sul, investiu R$ 520 milhões em pesquisa e desenvolvimento e tem uma receita anual de R$ 24 bilhões. Metade deste total, R$ 12 bilhões, vem de produtos criados a partir de programas de P&D”. Ele citou uma série de benefícios que são pouco utilizados por empresas de tecnologia catarinense, como a Lei do Bem, que poderiam aumentar o volume de recursos para inovação no estado. E concluiu: “elevar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é mais importante do que aumentar apenas o Produto Interno Bruto”.

PAINEL DEBATE VISÃO DAS ENTIDADES

Após a apresentação dos secretários, representantes das principais instituições do ecossistema (UFSC, Fiesc, ACATE, Fundação Certi, Sebrae/SC e Assembleia Legislativa) dividiram um painel para debater visões de futuro e o que falta para o desenvolvimento do setor de TI no estado.  

Painel trouxe as prrincipais instituições do ecossistema
Painel trouxe as prrincipais instituições do ecossistema: UFSC, Fiesc, ACATE, Fundação Certi, Sebrae/SC e Assembleia Legislativa. Foto: SECOM/SC

Um dos caminhos, comentou o presidente da Comissão de C&T da Assembleia Legislativa, Jair Miotto, é o investimento em redes de 5G. “Relatório de fevereiro mostrou que Florianópolis lidera o share de uso do 5G entre as cidades brasileiras: 9,3% do tráfego vem daqui e isso é tecnologia”, comentou. 

“Há 30 anos, o governo do estado tirou do bolso R$ 10 milhões de reais para construir o Parque Tecnológico Alfa, primeiro centro de tecnologia de Santa Catarina. Isso mostra a importância de uma política para o setor. Hoje temos uma outra realidade, o Oeste não é só agro, o litoral tende a ser uma grande faixa conurbada, e estamos criando programas para que a indústria passe a se identificar com o espírito das startups”, reflete o diretor de Inovação da FIESC, José Eduardo Fiates.

A bola está em campo e os jogadores se apresentaram. Agora é ver como fluem os times público e privado no decorrer do campeonato. 

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