Peopletech Summit, encontro promovido pela ACATE em Florianópolis, trouxe diferentes visões sobre os desafios corporativos no mundo pós-pandemia. / Foto: Sigmund (Unsplash)
[FLORIANÓPOLIS, 23.09.2022]
Redação SC Inova, scinova@scinova.com.br
O ano de 2022 marcou definitivamente a virada de chave para o pós-pandemia, com a retomada de atividades presenciais – inclusive nos ambientes de trabalho. Enquanto algumas empresas insistem no modelo 100% presencial (vide a polêmica da Tesla), no cenário de empresas de tecnologia, o híbrido parece ser a tendência que vai predominar a partir de 2023.
É o que ficou evidente durante painel realizado ontem (22) no terceiro e último dia do Peopletech Summit, evento híbrido promovido pela Vertical Peopletech da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), em Florianópolis (SC) e que debateu também uma série de temas relacionados a retenção de talentos, uso de ferramentas digitais, engajamento e colaboração.
Entre os painelistas, empreendedores e executivos de empresas tech catarinense, há o consenso de que, para atrair os melhores talentos, não dá pra voltar ao cenário pré-pandemia. “Se a gente exigir trabalho presencial, não conseguimos contratar”, resume Analisa Dal Zotto, conselheira e líder do comitê de educação financeira do Grupo Mercado Bitcoin.
Ela foi fundadora da ParMais, fintech comprada pelo MB no ano passado, e afirmou que algumas práticas que tinha na empresa anterior foram incorporadas pela adquirente. “O maior desafio do trabalho remoto é a cultura e o treinamento das equipes, mas mesmo assim deu certo na nossa experiência. O híbrido é muito mais saudável e fundamental para equidade e diversidade – especialmente para mulheres que estão em cargo de liderança e tem filhos pequenos”.
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Douglas Farah, diretor de Operações do Grupo AG Capital, compartilhou algumas tendências debatidas em evento recente nos EUA, que ele acompanhou. “Algo interessante vai acontecer nos próximos anos: empresas que nasceram 100% remotas e que buscam profissionais em início de carreira que nunca trabalharam no modelo presencial”, comentou durante o Peopletech Summit.
A “pejotização” também é algo que tem ganhado terreno no modelo das empresas, assim como a contratação por projeto, o que permite a escalabilidade da força de trabalho. “A reforma trabalhista está completando cinco anos agora e o modelo foi incorporado pelas empresas com alguns benefícios que emulam a CLT, como férias e 13o. salário”.
O METAVERSO IMPACTA?
Algumas experiências corporativas com o tema do momento, o metaverso, mostram que a virtualização e a imersão digital podem de fato fazer diferença no ambiente de trabalho. É o caso da Prevision, scale-up de Florianópolis que desenvolve tecnologia para construção civil e que hoje opera 100% remoto, com cerca de 100 colaboradores.
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A CEO Paula Lunardelli afirma que “o metaverso não substitui, mas otimiza e potencializa” o trabalho remoto. “Fazemos muitos happy hours, sala de karaokê e até corridas de kart no metaverso, e deu tão certo que organizamos um evento-marco neste ambiente, o Constru-i. O modelo tem se desdobrado inclusive em reuniões com clientes, cada um com sua realidade”.
A Teltec Solutions, empresa de serviços cloud também de Florianópolis, investiu em uma nova sede durante a pandemia porque, segundo o CEO Diego Ramos, “as pessoas não iam ficar em casa pra sempre”. Mas o híbrido segue sendo a rotina da empresa, que conta com mais de 230 colaboradores, espalhados pelo país e em Portugal. “Na pandemia, as reuniões online entre as lideranças melhorou com o online e criamos também uma iniciativa para falarmos de outros assuntos além de tecnologia que ajuda bastante na integração e na troca de ideia”, resume.
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