Sistema desenvolvido pela startup Gisbase, com sede em Florianópolis, pode também gerar informações para outras áreas, como segurança pública, energia, comércio e serviços
Com a maior reserva hidrológica do mundo, o Brasil tem um índice alarmante de perda na distribuição de água: 37% do que é coletado e tratado não chega ao usuário final – percentual que nos países mais desenvolvidos não passa, em média, de 5%. São perdas por vazamentos, ligações irregulares e outros problemas que, na maioria das vezes, não são identificados pelas concessionárias e municípios e que significam uma perda milionária para consumidores, poder público e, principalmente, meio ambiente.
Uma das formas de combater o desperdício na distribuição de água, identificar e resolver problemas é levar informações geográficas em tempo real para gestores públicos e concessionárias de serviços. A Gisbase, startup com sede em Florianópolis (SC), atua neste mercado há três anos com uma plataforma de dados geográficos (GIS, do inglês, sistema de geoinformação) e desenvolveu recentemente um sistema mobile que permite aos usuários – agentes e técnicos que fazem leituras de água, gestores e engenheiros – alimentar em tempo real informações como vazamentos, regiões e unidades consumidoras com problemas de abastecimento, abrir ordens de serviço, identificar inadimplência de consumidores e integrar informações de sensores e medidores, por exemplo.
Depois de atender municípios no Sul, Sudeste, Centro Oeste e Nordeste do Brasil com uma plataforma web de GIS, a Gisbase foi selecionada pelo Sebrae de Santa Catarina para desenvolver o projeto de uma aplicação mobile capaz de auxiliar as empresas de saneamento a qualificar serviços, reduzir perdas e otimizar a gestão – além disso, permite ao consumidor alimentar o sistema com informações sobre problemas e outros alertas.
“O setor de saneamento e esgoto é só a ponta do iceberg“, comenta Luiz Henrique Brillinger, CEO e cofundador da Gisbase. “Os sistemas de informação geográfica podem ser utilizados para uma série de outros serviços, seja na segurança pública como na distribuição de energia elétrica ou mesmo para o setor privado, como marketing e varejo. O grande desafio é ter a informação espacializada e uma plataforma que permite enxergar e tratá-la adequadamente”, resume.
“A plataforma pode ser disponibilizada para a sociedade de forma que ela participe ativamente na identificação e melhoria destes serviços. Áreas de interesse – risco, conflitos, fraudes – podem ser identificadas e são fundamentais tanto para a gestão operacional diária quanto para o planejamento a médio e longo prazo”, explica.
COMO USAR O GIS NA PRÁTICA?
A partir de mapas, interativos e fidedignos com dados comerciais, é possível rapidamente visualizar e interpretar as informações de valor das redes de abastecimento, cruzando informações históricas de seu negócio e tomando decisões para investimentos e monitoramentos assertivos.
“Acredito que em um futuro não muito distante a tecnologia GIS estará sendo usada em larga escala por diversos profissionais, das mais diferentes especialidades e indústrias, para eficácia na satisfação do cliente, preservando o meio ambiente, gerando melhor qualidade de vida para todos e melhorando os resultados do negócio”, ressalta o CEO da Gisbase.
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