[Diários da IA] Os pilares da IA generativa: construindo o futuro da tecnologia nas empresas

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[Diários da IA] Os pilares da IA generativa: construindo o futuro da tecnologia nas empresas

A base para uma implementação eficaz de IA generativa está ligada à cultura organizacional, estratégia, governança e à estrutura da empresa

A base para uma implementação eficaz de Inteligência Artificial generativa está diretamente ligada à cultura organizacional, estratégia, governança e à própria estrutura da empresa. / Imagem: DALL-E/SC Inova 


[08.10.2024]

Por Eduardo Barbosa, CEO da Brognoli Imóveis e um dos responsáveis pelo Conselho Mudando o Jogo (CMJ) em SC e RS. Escreve sobre inteligência artificial no ambiente corporativo na série “Diários de IA”

A IA generativa, uma das mais poderosas e promissoras vertentes da inteligência artificial, está transformando a forma como empresas e indústrias operam. Mas essa tecnologia disruptiva não atua de forma isolada. Sua eficiência e sucesso dependem de uma base sólida e multifacetada, composta por fatores tecnológicos, organizacionais e culturais. 

Para que as empresas explorem todo o potencial dessa inovação, é necessário entender os pilares que sustentam a IA generativa e desdobrar as implicações de cada um desses componentes.

DESDOBRANDO OS PILARES FUNDAMENTAIS DA ORGANIZAÇÃO 

Os primeiros quatro pilares, que formam a base para uma implementação eficaz de IA generativa, estão diretamente ligados à cultura organizacional, estratégia, governança e à própria estrutura da empresa. Esses elementos são como a fundação de um edifício: invisíveis no funcionamento diário, mas essenciais para garantir a solidez e estabilidade.

1. Cultura: o alicerce da transformação tecnológica

A cultura de uma organização é o terreno no qual a IA generativa deve ser plantada e cultivada. Uma mentalidade voltada à inovação e à experimentação é fundamental. Empresas que abraçam uma cultura de aprendizado contínuo e adaptação rápida são as que mais colhem os frutos da IA generativa. Além disso, é preciso fomentar uma cultura de colaboração entre áreas, para que os insights gerados pela IA fluam livremente e sejam implementados de forma transversal. Sem isso, qualquer esforço para adotar IA pode esbarrar na resistência interna, na falta de alinhamento ou em uma gestão ineficaz do talento.

2. Estratégia: o alinhamento com os objetivos de negócio

A IA generativa só faz sentido quando está alinhada com os objetivos estratégicos de uma empresa. Isso significa que o uso da IA deve estar direcionado para resolver problemas reais e gerar valor. Não basta adotar IA como um “modismo” tecnológico; ela deve ser parte integral de uma estratégia maior, que visa o crescimento, inovação e competitividade. A estratégia precisa responder a perguntas fundamentais como: “Como a IA generativa pode aumentar a eficiência operacional?”, “De que maneira podemos usá-la para melhorar a experiência do cliente?”, ou “Quais novos modelos de negócio podem emergir com a IA?”

3. Governança: ética e conformidade no mundo da IA

A adoção da IA traz consigo desafios éticos e de conformidade. O pilar da governança envolve a criação de políticas claras para garantir que o uso da IA esteja em conformidade com regulamentações de privacidade, segurança de dados e que respeite princípios éticos. A governança não é apenas sobre a proteção da empresa contra riscos legais; é também sobre a construção de confiança com clientes, parceiros e investidores. A IA generativa lida com grandes quantidades de dados, muitos dos quais podem ser sensíveis, e a governança sólida é o que garante a proteção e o uso ético dessas informações.

4. Organização: estruturas flexíveis para inovação

Para integrar a IA generativa de maneira eficaz, a estrutura organizacional precisa ser flexível e ágil. Muitas empresas tradicionais possuem silos funcionais que dificultam a implementação de novas tecnologias. A IA exige times interdisciplinares, com expertise em tecnologia, negócios e ciência de dados, trabalhando juntos para identificar oportunidades e implementar soluções. É preciso repensar como as equipes são formadas e como os fluxos de trabalho acontecem, garantindo que a IA não seja apenas mais uma função isolada, mas sim uma competência central que permeia toda a organização.

A BASE TÉCNICA DA IA GENERATIVA 

Além dos fatores organizacionais, a IA generativa depende de uma infraestrutura tecnológica robusta. Essa infraestrutura, composta por dados, nuvem, IA, segurança e blockchain, é o motor que possibilita o funcionamento contínuo e eficiente da IA.

Dados – o combustível da IA: a IA generativa é movida a dados. Quanto mais dados ela processa, mais inteligente e precisa se torna. O grande desafio aqui é a qualidade e a governança dos dados. Dados desorganizados, incompletos ou enviesados podem comprometer a eficácia dos modelos de IA. Empresas precisam investir em estruturas de dados limpas, centralizadas e acessíveis. Além disso, o conceito de dados federados vem ganhando força, permitindo que diferentes fontes de dados sejam utilizadas de forma colaborativa e segura, sem comprometer a privacidade.

Nuvem – infraestrutura para escala e flexibilidade: a computação em nuvem permite que as empresas escalem suas operações de IA sem a necessidade de investimentos massivos em infraestrutura física. A nuvem oferece a flexibilidade e o poder computacional necessários para treinar e executar modelos de IA em grande escala. Além disso, facilita a integração de dados e colaboração entre diferentes equipes geograficamente dispersas. Empresas que adotam uma abordagem de nuvem híbrida — combinando nuvens públicas e privadas — conseguem equilibrar as necessidades de segurança e escalabilidade.

IA – o cérebro da operação: a própria IA é o centro dessa revolução. No entanto, a IA generativa vai além dos modelos tradicionais. Ela utiliza abordagens de aprendizado profundo para criar novos conteúdos, simular cenários complexos e otimizar processos de decisão. As empresas que estão na vanguarda dessa inovação investem em capacidades internas de IA, criando times especializados em desenvolvimento e implementação de IA, e em tecnologias como modelos de linguagem grandes (LLMs) e aprendizado não supervisionado.

Segurança – proteção contra ameaças em um mundo de IA: com o aumento do uso da IA, também surgem novos vetores de ataque. A segurança não pode ser um componente secundário. Ela deve ser parte integrante de qualquer implementação de IA generativa. O pilar da segurança envolve proteger dados sensíveis, garantir a resiliência dos sistemas e mitigar os riscos de ataques cibernéticos. As empresas precisam adotar medidas avançadas de segurança cibernética, como criptografia, detecção de anomalias e monitoramento contínuo, para proteger suas infraestruturas de IA.

Blockchain – garantindo transparência e confiança: o blockchain, embora mais associado ao setor financeiro e criptomoedas, está emergindo como uma tecnologia crucial para garantir a integridade e transparência em aplicações de IA. Ele pode ser usado para rastrear a origem dos dados, garantir a autenticidade dos modelos de IA e até mesmo criar sistemas de auditoria automatizados. No contexto da IA generativa, o blockchain pode atuar como um facilitador de transações seguras e contratos inteligentes, fornecendo um nível adicional de confiança e segurança.

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Para líderes empresariais e empreendedores, a lição é clara: a IA generativa não é apenas uma tecnologia para ser observada à distância. Ela está pronta para transformar negócios de maneiras que ainda estamos apenas começando a entender. No entanto, para colher seus frutos, é necessário agir agora, investindo nos pilares tecnológicos e organizacionais que a sustentam.

Se sua empresa ainda não começou a construir essa infraestrutura, você já está ficando para trás. A transformação digital não é uma tendência passageira; é o futuro do mercado. A questão não é mais “se” você deve adotar IA generativa, mas “quando” e “como” você vai começar.

Empreendedores, CEOs e líderes de inovação: está na hora de parar de hesitar e começar a liderar a transformação. Aqueles que agirem primeiro irão não apenas sobreviver, mas definir o novo padrão de inovação para toda a indústria.

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