Santa Catarina tem o ecossistema mais conectado do país, mas o que falta? Tratarmos o tema como nosso “homem na Lua”, unindo esforços, alinhamentos e investimentos. / Foto: Shutterstock
[09.08.2022]
Por Jean Vogel, presidente da Câmara de Smart Cities da FIESC*
A sociedade vem se organizando em cidades há muitos séculos. Inicialmente com objetivos de defesa e centralização do comércio – e evoluindo como núcleo dos poderes políticos e religiosos – as cidades se transformaram e reúnem, no Brasil, mais de 85% da população. Até 2050, cerca de 6 bilhões de pessoas (66% da população) estarão concentradas em áreas urbanas, de acordo com o relatório World Urbanization Prospects, da ONU.
Por isso o desenvolvimento e a gestão das cidades se tornam cada vez mais complexos, sendo imprescindível que planejamentos e políticas públicas de longo prazo estejam alinhadas para transformar as cidades em plataformas para pessoas e negócios. Gosto muito da visão de Sajid Khan, General Manager da Intel Corporation para o tema de Smart Cities, que definiu: “cidades Inteligentes significa salvar vidas”
Conceitos à parte, o que se busca é eficiência das cidades, um enorme desafio que não pode ser encarado de uma só vez. Por isso a importância no planejamento de longo prazo seja na construção de prédios eficientes, na oferta de serviços públicos de saúde e segurança com a tecnologia para reduzir custos, assim como uma estrutura de mobilidade que dê vazão ao crescente ir e vir que grandes e médias cidades possuem.
A mobilidade, por sinal, é um dos maiores desafios dos gestores públicos. A falta de planejamento e o boom na adoção do transporte privado sobrecarregou ruas e avenidas não só nos grandes centros, mas também em pequenas e médias cidades. Não tenho medo de errar afirmando que é aqui que temos, como ecossistema, uma das maiores oportunidades.
O cenário global da mobilidade está em franca e acelerada transição. Em pouquíssimos anos, veículos elétricos e com bom nível de automação estarão em nossas ruas, e esta transição tecnológica equipara indústrias (pois o conhecimento está sendo desenvolvido agora) e oferece oportunidades em diversos setores e áreas do conhecimento. O Brasil tem uma das matrizes energéticas mais limpas e um dos menores custos para geração de H2V (H2 de hidrogênio e V de verde) do mundo.
Santa Catarina é um estado empreendedor, com o ecossistema mais conectado do país, unindo universidades e indústrias que são líderes mundiais em seus setores. Temos tudo para transformar nossas cidades e sermos um Smart State. O que falta? Tratarmos o tema como nosso “homem na Lua”, unindo esforços, alinhamentos e investimentos.
COMO ACELERAR A EFICIÊNCIA NAS CIDADES:
- Capacitação dos gestores públicos e seus times: conhecer conceitos, cases e projetos e entender como podem ser replicados conforme a realidade local;
- Ecossistema: associações, empreendedores, universidades e startups devem unir esforços, pois desenvolver cidades gera muitas oportunidades para novos negócios;
- Legislativo: leis, incentivos e benefícios que permitam, estimulem e atraiam desenvolvimento;
- Jurídicos focados na solução, em encontrar caminhos para viabilizar a inovação;
- Engajamento: Cidades Inteligentes não é uma missão só do prefeito, mas de todos os cidadãos. A sociedade deve desejar um território eficiente e eficaz.
CINCO CAMINHOS RUMO AO SMART STATE:
- MBI em Cidades Inteligentes. A Câmara de Smart Cities da FIESC e SENAI são parceiros em um programa de formação técnica e prática, para início em 2023;
- O Governo de Santa Catarina instituiu um grupo de trabalho para formatação de um programa para estímulo da Mobilidade Elétrica;
- Rede Catarinense de Centros de Inovação impulsionam o desenvolvimento da cultura da inovação e a aproximação entre atores. Conexões que geram inovação;
- Ecossistema Hiperconectado. Universidades, centros de inovação, associações, institutos de inovação e parques tecnológicos se conhecem, interagem e oferecem terreno fértil para promover a inovação e o desenvolvimento de novos negócios;
- Players mundiais estão aqui. GM, BMW, WEG, Whirpool, Nidec, JBS e tantos outros. Como podemos trazê-los ainda mais para o jogo, atraindo investimentos e o desenvolvimento de seus PD&Is?
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*Artigo publicado na edição #1 da Revista SC Inova – saiba mais aqui
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