Inovação, comunicação e parcerias: o que o Vale do Silício ainda tem a nos ensinar

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Inovação, comunicação e parcerias: o que o Vale do Silício ainda tem a nos ensinar

Mais do que a maturidade do mercado, nosso jeito de fazer negócio é diferente. A objetividade contrasta com nosso jeito sociável de interagir.

Mais do que a maturidade do mercado, nosso jeito de fazer negócio é diferente. A tendência de objetividade, que contrasta com nosso jeitinho sociável de interagir e trabalhar, é outro aprendizado importante. / Imagem: Visit California


[08.03.2021]


Por Christiana Lima, Brand & Content Marketing LATAM na Duda, empresa do Vale do Silício com escritório em Florianópolis.

Há alguns anos temos seguido os passos das grandes empresas de tecnologia que surgiram no Oeste dos Estados Unidos. São nomes que se tornaram referência em inovação, crescimento escalável e gestão de pessoas mundialmente, e que por esses e outros motivos fizeram da região um exemplo a se seguir quando o assunto é inovação.

O Vale do Silício é ainda o grande berço das gigantes da tech. Mas até que ponto se mantém como um centro de referência para empresas e ecossistemas que buscam crescer em outros países do mundo?

O alto potencial do mercado brasileiro e sua posição em relação aos demais países da América Latina atraem a atenção das empresas de tecnologia. Tem sido assim nos últimos anos e o que temos visto é um movimento de equipes comerciais sendo montadas por aqui, com o objetivo de expandir a atuação de soluções que se adequem ao cenário brasileiro. 

Com pouco tempo de operação já fica mais fácil identificar o que muda do Vale do Silício para o mercado de tech no Brasil. Mais do que a maturidade do mercado, nosso jeito de fazer negócio é diferente.

Uma das primeiras lições que aprendemos é que o idioma pode ser uma barreira, ou um impulsionador. Em um mercado competitivo, não falar a língua do seu cliente pode ser um obstáculo que te coloca atrás de um concorrente. O desafio é ainda maior se o estágio de reconhecimento da marca for inicial. Ser capaz de se comunicar da melhor maneira possível com o seu público é uma das práticas mais visíveis das empresas de sucesso do Vale.

E não é só no idioma que as diferenças de comunicação ficam evidentes. O mercado norte-americano tem uma tendência de objetividade que contrasta com nosso jeitinho sociável de interagir e trabalhar. O foco no resultado vai da mensagem curta e grossa no canal de suporte às reuniões de 20 minutos, com objetivos exclusivos de resolver um ou dois problemas, sempre dentro do tempo proposto. Agilidade e efetividade são palavras-chave no relacionamento e nas interações.

PARCERIAS E CONEXÕES 

Tudo isso resume um dos grandes motores de crescimento das empresas do Vale do Silício, que ainda precisa ser melhor absorvido pelo ecossistema de inovação latino-americano. A ideia de formar parcerias é algo que fez das grandes empresas de tech referências em seus setores. Tanto entre seus CEOs quanto entre as tecnologias desenvolvidas, criar conexões figura entre os fatores mais relevantes para o fortalecimento de ambientes de negócio e empresas do universo tech.

Por aqui, uma visão prática está na possibilidade que as empresas têm de integrar suas soluções a outras para oferecer um serviço mais completo a seus clientes. Uma ação de cooperação, muitas vezes mais fácil e efetiva do que adquirir uma nova empresa ou mesmo desenvolver dentro de casa uma tecnologia que não faz parte do seu core.

A proposta de criar parcerias e aproveitar o conhecimento e a experiência do outro para crescer em conjunto é parte fundamental da cultura do Vale do Silício, e aos poucos vai sendo adaptada ao nosso próprio jeito de gerar inovação. 

B2B, big data, UX, white label, SaaS, ROI. 

A inovação do Vale ocupa espaços na nossa gramática do mesmo jeito que as práticas internacionais vêm chegando como turistas e tomam seu lugar no nosso processo local de crescimento, enquanto empresas e ecossistemas. Fica o desafio de encontrar o que vale ser traduzido para a nossa realidade, o que entra intacto nos nossos dicionários e o que passa por aqui como que a passeio.