[OPINIÃO] O futuro da tecnologia está no foco nas pessoas

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[OPINIÃO] O futuro da tecnologia está no foco nas pessoas

No mercado de tecnologia americano, aprendi o que não fazer em recrutamento e seleção – e conheci ideias transformadoras.

“No mercado americano, aprendi o que não fazer em recrutamento e seleção – e conheci ideias transformadoras. A memória dos processos obscuros e demorados ficou para sempre, e contrastou com empresas que eram exemplos na experiência dos colaboradores”. / Foto: Christina @ wocintechchat.com (Unsplash)


[09.11.2022]


Por Lúcia Mees, Engenheira Eletrônica e Engenheira da Computação, Gerente de Tecnologia & Pesquisa + Gente & Gestão da IPM Sistemas 

O maior diferencial estratégico de uma empresa são suas pessoas. Essa é a frase que tem definido os últimos 12 meses de iniciativas do time de Gente da IPM, desde que assumi a liderança do setor e juntos redefinimos nossa visão e impacto nas pessoas. E hoje, olhando para trás e vendo o que fizemos, da reestruturação de processos seletivos a uma mudança do escopo do RH, é um orgulho imenso ver nosso nome entre os 5 melhores RHs do Brasil, segundo o prêmio Gupy Destaca, na categoria Encantamento.

Nada disso foi previsível, no entanto. Iniciamos contrariando as noções do mercado, pois assumi o desafio aos 24 anos. Para muitas empresas, era uma idade insuficiente para estar a frente de iniciativas dessa magnitude, mas a IPM viu diferente: viu bagagem, conhecimento, e garra para fazer melhor, fazer diferente, trazendo insights de algumas das principais empresas do mundo por onde passei. Talvez mais importante que tudo isso, fiz parte da corrida maluca dos estudantes internacionais na graduação nos EUA, em que era normal se candidatar a mais de 100 empresas para um único estágio, e não receber devolutiva alguma. A memória dos processos obscuros, demorados, e com etapas intermináveis ficou para sempre, e contrastou com os casos de algumas empresas que, na outra ponta, eram exemplos na experiência dos colaboradores.

No mercado americano, aprendi o que não fazer em recrutamento e seleção, e conheci ideias transformadoras para gestão de pessoas. Coloquei em prática aquilo que nosso time teve o idealismo para imaginar, e a determinação para implementar. Não investimos em tobogãs ou open bar no escritório, mas mergulhamos de cabeça em entender como desenvolver experiências excelentes que, assim como o Netflix, nosso time decidisse renovar mês após mês. 

Uma parte importante dos resultados alcançados parte de uma iniciativa nossa de duas décadas que hoje alça voos mais altos: o Jovens Talentos. Nele, selecionamos jovens entre o Ensino Médio e Superior com bom raciocínio lógico e determinação, e os colocamos em uma pipeline de formação do zero em tecnologia, com avaliação para contratação em nosso time e preparação para o mercado.

Nos últimos anos, já formamos mais de 1.000 pessoas, e em 2022 inovamos com conceitos do Vale do Silício em turmas de Customer Experience e palestras em tecnologias emergentes. E o impulsionamento de carreira não termina ali, pois muitos participantes estão hoje entre nossos principais líderes.

COMO ALCANÇAR ENGAJAMENTO E ALTA PERFORMANCE

Neste processo, precisamos desenhar a jornada do colaborador, de forma a propagar o engajamento e alta performance. Potencializamos esse objetivo com um novo onboarding, visando criar vínculos verdadeiros e instigar nossa missão de transformar a gestão pública através da tecnologia, começando com três semanas de treinamento intensivo. Ao mesmo tempo, mantemos a humanização criando a Mentoria IPM, em que realizamos mais de 300 sessões entre colaboradores novos e experientes em 6 meses, e fortalecemos a qualificação do time dedicando 1h por dia para treinamentos. O resultado não poderia ser diferente: a satisfação bateu os 97% para a turma que iniciou conosco em Setembro.

A virada de chave, no entanto, veio quando aproximamos de vez RH, gestores, e colaboradores. Colocamos o RH no centro da potencialização do time, e passamos a promover mais diálogo até com pesquisas semanais e chat anônimo conosco, onde temos mais de 50 conversas com colaboradores todo mês. Com isso, identificamos e trazemos novidades como benefícios flexíveis, projetos de saúde mental, gestão por OKRs, novas avaliações de desempenho, o desenvolvimento de um novo programa de formação de líderes, com foco na liderança ambidestra, dentre outros.

Sabemos, no entanto, que nenhuma dessas iniciativas teria funcionado da mesma forma sem um acompanhamento próximo e pautado em dados. Na prática, mantemos um alinhamento semanal de melhorias incrementais, conseguindo identificar com precisão onde e como agir. Com isso, tivemos um aumento de 7,5% no engajamento do time nos últimos 60 dias. Na outra ponta, pensando na seleção de novos talentos, dobramos nossa capacidade de contratação no último ano, criando uma verdadeira máquina de atração e desenvolvimento, sempre focada nas pessoas.

Um ano depois de entrar nesse desafio, vejo que o maior diferencial não foi o que fizemos – o que pode soar estranho pensando nas ações e resultados alcançados. O que fez a diferença foi nossa mentalidade de inovação e experimentação, que nos permite sempre pensar no futuro, em transformação contínua. Sabemos que a trajetória ainda é longa, mas temos entusiasmo por descobrir juntos o que há por vir.

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