Novo branding, evento em SP e projeto de “marca global”: as mudanças estratégias da Involves aos 10 anos de mercado

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Novo branding, evento em SP e projeto de “marca global”: as mudanças estratégias da Involves aos 10 anos de mercado

Empresa de Florianópolis deve crescer 50% no faturamento em 2019 e negocia aporte com fundo de investimentos para reforçar chegada no mercado internacional

Empresa de Florianópolis deve crescer 50% no faturamento em 2019 e negocia aporte com fundo de investimentos para reforçar chegada no mercado internacional, como conta o diretor Pedro Galoppini nesta entrevista exclusiva. / Fotos: equipe arnaldobentocine.com

 

Ao longo dos últimos anos, a Involves, scale-up de Florianópolis que desenvolve um software de gestão para trade marketing, viveu um ciclo de crescimento exponencial, passando de um faturamento de R$ 2,1 milhões em 2014 para R$ 27 milhões em 2018. Nesse período, surgiram também outras iniciativas como o Clube do Trade – uma plataforma de informações para apresentar regularmente tendências de mercado – e o Agile Experience (AEx), evento para reunir clientes, players e especialistas em trade marketing que se tornou também ferramenta comercial e de branding.

Em 2019, ao completar 10 anos de mercado, os sócios fundadores decidiram mexer no time que já vinha ganhando. Primeiro, levaram o AEx (realizado desde a primeira edição, em 2015, na cidade sede da empresa) para São Paulo. E durante o evento, que encerrou na sexta passada (26.09), a Involves anunciou um rebranding, alterando a marca e unificando as outras iniciativas sob o nome da empresa: sai Clube do Trade e entra o Involves Club, enquanto o AEx se torna Involves Experience e o seu software Agile Promoter agora é Involves Stage.

“Levar o AEx para São Paulo é quase como fazer um evento totalmente novo”, contou o cofundador e diretor de Produto da Involves, Pedro Galoppini. Se por um lado aumentaram custos e surgiram dificuldades logísticas, o redirecionamento para o maior mercado da América Latina tende a ampliar os negócios da empresa: “nesse ano o público total foi de 1,9 mil pessoas, sendo que 60% dos participantes nunca tinham ido nas edições anteriores”. 

Em 2019, a Involves espera crescer 50% no faturamento – que deve bater na casa dos R$ 40 milhões – e está negociando a entrada de um fundo de investimento para apoiar a estratégia de internacionalização, com foco nos mercados do México e da Colômbia como base operacional. E, como cereja do bolo de aniversário, os sócios entraram há poucos meses no seleto grupo de empreendedores Endeavor, que abre uma janela de conexões com mentores e outros founders da rede global. 

Em São Paulo, o evento da Involves reuniu cerca de 1,9 mil pessoas. Perspectiva é ampliar capacidade e mercados nas próximas edições.

Neste papo exclusivo para o SC Inova, Galoppini conta os desafios de construir o evento em São Paulo e como a empresa vem estruturando os passos da internacionalização.

SC INOVA – Que motivos levaram a Involves a levar seu principal evento para São Paulo? Quais as vantagens e desafios que essa decisão trouxe à empresa?

Pedro Galoppini – Não é de agora que pensávamos em levar o evento para São Paulo.  Nosso produto está inserido num mercado corporativo, de empresas que tem headquarters na cidade. O nosso último evento em Florianópolis foi muito bom, levamos 1,2 mil pessoas, lotamos o espaço. Mas como podíamos aumentar o teto e seguir crescendo? Para esse nosso público que vinha de várias partes do país, e até de outros países, chegar até a Ilha causava uma certa fricção, a logística era mais complicada e o custo é maior. 

De um lado, temíamos perder a experiência de fazer um evento desses em casa, a imersão. Porém, somos uma empresa de alto crescimento e precisamos seguir expandindo. O time de marketing e um squad de eventos internaliza tudo, da comunicação, vendas e curadoria de palestrantes. O ponto negativo foi a troca de todos os nossos fornecedores: tínhamos todos num caderninho e sabíamos da dinâmica de cada um. Por outro lado, São Paulo tem tudo, ótimos espaços, fornecedores super profissionais.

Por mais que fosse a quinta edição, era como fazer um evento totalmente novo. O público total chegou a 1,9 mil pessoas e 60% nunca tinha ido antes ao Agile Experience antes. A gente teve que se provar. Mas dá pra fazer algo maior no ano que vem, queremos trazer mais público varejista, que é relativamente pequeno até o momento. A maioria é da indústria de bens de consumo e agências de trade mar (serviços e fornecedores).

SC INOVA – Em termos de negócios e visibilidade, quais as perspectivas que uma maior exposição da Involves pode trazer?

“Por mais que fosse a quinta edição, era como fazer um evento totalmente novo: 60% nunca tinha ido antes. A gente teve que se provar”, diz o diretor de Produto Pedro Galoppini.

Pedro Galoppini – Nosso último trimestre costuma ser o mais forte do ano e parte disso vem do Agile Experience. Ele esquenta oportunidades. Às vezes há uma negociação fria, só com o comercial e quem vem pro evento e vê a magnitude da marca, a experiência do contato direto, o boca a boca, muda. Estamos com 500 clientes de grande porte e neste ano esperamos aumentar a receita em cerca de 50% – no ano passado fechamos com um faturamento de R$ 27 milhões e em 2019 esse volume deve chegar a R$ 40 milhões. 

Também estamos negociando a entrada de um fundo de investimentos para apoiar nossa estratégia de internacionalização. Neste ano abrimos um escritório no México, onde temos quatro colaboradores, dois mexicanos e dois brasileiros. A ideia é chegarmos até umas 20 pessoas no ano que vem, além de criar uma base também na Colômbia, e esses dois países serão a base de nossa expansão. 

SC INOVA – A Involves completou 10 anos e passou por uma mudança significativa no branding. Por que isso foi necessário?

Pedro Galoppini – Fizemos um rebranding porque tínhamos uma defasagem entre os públicos do Agile Experience, o evento, a Involves, nossa marca, o Clube do Trade e o software Agile Promoter. Um não conhecia o outro. Aproveitamos o AEx e conectamos tudo para que as pessoas entendessem: Involves Stage é o software, enquanto o Involves Club (o então Clube do Trade) e o Involves Experience (o evento) são para fomentar oportunidades. 

O Experience não tem a intenção de ser super lucrativo. Se atingirmos o ponto de equilíbrio será excelente, hoje ainda é um investimento nosso, especialmente quando mudamos ele para São Paulo e levamos 150 colaboradores para lá. E precisamos fazer com que eles vivam esta experiência, tenham contato direto com nosso mercado e os clientes.

Com relação à marca, queríamos levar nossa cultura e valores para todas as marcas adjacentes, algo que não estávamos conseguindo conectar. A ideia então foi simplificar para construir ecossistema próprio e uma marca 100% global.

Texto: Fabrício Rodrigues, scinova@scinova.com.br