Após apresentar as 28 startups da segunda (e última) turma, programa de inovação aberta da ACATE anuncia novidades na seleção de empreendedores. Foto: Renato Gama/Divulgação
Quando surgiu a oportunidade de criar um programa de inovação aberta na Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), o vice-presidente de Mercado da entidade, Silvio Kotujansky, tinha uma certeza em mente: aquele não poderia ser um projeto quadrado, repleto de regras, mas sim uma proposta experimental, com objetivo básico de conectar empresas de médio e grande porte a startups capazes de resolver problemas reais de mercado.
Assim foi lançado, em meados de 2017, o LinkLab: um programa mantido hoje por dez empresas que são referência em suas áreas (saúde, energia, têxtil, bebidas, finanças, call center, educação, tecnologia, indústria metal mecânica e imobiliária), algumas delas multinacionais, como Ambev e WEG, a mais recente apoiadora. No dia 17 de abril, a ACATE anunciou as 28 startups selecionadas, entre quase 100 que se inscreveram, para interagir com as patrocinadoras, entender as dores delas e desenvolver soluções inovadoras.
Esta será a segunda turma do LinkLab, que no ano passado selecionou 30 negócios nascentes. Segunda e última turma, como antecipou ao SC Inova o coordenador do programa: “este é um projeto que está sendo co-criado e tem que ser dinâmico. Vamos aprendendo e modificando e por isso não teremos uma terceira turma. Não vamos mais trabalhar em lotes, mas de maneira contínua”, conta Silvio Kotujansky.
Isso significa que o processo seletivo continua aberto: “a entrada de novas startups será constante e sob demanda. À medida que elas se inscreverem, vamos analisar e, dependendo do momento, vamos chamando para participar do ambiente e dos eventos”. Quatro startups que participaram da primeira turma – Bider, Bissetriz, G4D e Go Good – continuarão no programa, mostrando que a divisão por “lotes”, como comparou Silvio, não faz mais sentido após a experiência inicial do LinkLab. A decisão das startups que continuam ou saem depende das empresas, de acordo com os resultados dessa conexão e de como os negócios avançam.
Segundo o coordenador do programa, o LinkLab difere do modelo de aceleradoras por não ter um perfil mais rígido de seleção (tese de captação e verticais de negócios), já que podem entrar desde projetos iniciantes a startups mais maduras, que já estejam faturando. “Nas aceleradoras, em geral, há uma maior uniformidade entre os participantes e isso facilita o processo de desenvolvimento dessas empresas nascentes. Nosso foco não é investir nas selecionadas, mas ajudar elas e os patrocinadores a desenvolver novos negócios em conjunto”, resume Silvio.
O Grupo Nexxera, por exemplo, afirmou no evento de apresentação da segunda turma, que fez negócios com 5 das 10 startups selecionadas no ano passado: foram investimentos diretos, contratos para fornecimento de serviços e também novos negócios em sociedade com os jovens empreendedores. Outras mantenedoras, como Qualirede, Brognoli e Marisol, também afirmaram ter fechado parcerias dentro do LinkLab, mas não abriram números ou detalhes.
Com o novo modelo de captação constante, não será preciso parar processos para iniciar uma nova turma, o que demanda tempo também para desenvolvimento de campanha de captação, eventos e um processo de seleção centralizado.
Na percepção do coordenador, a última seleção contou com um nível mais maduro de startups inscritas, resultado do relacionamento entre outros programas de incubação e aceleração no estado: “há projetos que participam ou participaram do MidiTec (incubadora da Acate), do Darwin (aceleradora), mas há também outras que fizeram o caminho contrário e vão para outros programas’’.
Expansão do programa
Desde o início das operações, não faltam pedidos à Acate para levar o modelo do LinkLab a outras cidades. Apesar da demanda, o vice-presidente da entidade afirma que replicar um programa de inovação aberta sem o apoio de um ecossistema local não faria sentido: “sozinho ele não vai funcionar”. Algumas cidades que demonstraram interesse no modelo, como a vizinha São José, começaram a desenvolver um projeto mais amplo, que prevê um centro de inovação com coworking, explica o coordenador. Por outro lado, devem ser anunciadas ainda neste ano as operações do LinkLab em São Paulo – onde a Acate já conta com estrutura física – e Joinville.
“O programa em Florianópolis é alimentado por incubadoras, aceleradoras, verticais de negócios e um espaço que recebe uma grande quantidade de eventos e pessoas circulando. Este é o verdadeiro combustível. O relacionamento com as grandes empresas é importante, mas precisa disso em volta”, comenta Silvio.
Estas foram as 28 selecionadas para a segunda turma do LinkLab:
- 4Factory: produz soluções para descomplicar a fábrica digital.
- 5Beatle: marketplace de serviços culturais que oferece um espaço de exposição com curadoria, facilidade de pagamento e segurança ao contratar;
- AQTech Power Prognostics: desenvolve e implanta soluções de diagnóstico e prognóstico de falhas em sistemas de energia elétrica de forma a viabilizar a adoção de filosofias preditivas de manutenção;
- Asksuite Hotel Chatbot: primeiro chatbot nacional focado exclusivamente no mercado de hotelaria e turismo;
- BMS Tecnologia: startup com soluções inteligentes em Internet das Coisas e Realidade Aumentada;
- Centrics: tecnologia de customer experience para empresas centradas no cliente e que aproveitam o potencial da sua base por meio do relacionamento;
- Comando Soluções Mecatrônicas: desenvolve tecnologias baseadas em IoT para resolver problemas do mundo real;
- Cosol/Iore: marketplace de geração distribuída de fontes renováveis P2P;
- EasyAlpha: tem a missão de trazer escalabilidade para o desenvolvimento de software sob encomenda;
- EFC Energyment: soluções de IoT para conectar medidores de luz, água, gás, dados e processos em grandes empresas;
- Hallo! Social: desenvolve redes de relacionamento personalizadas para HUBs empresariais;
- ILTECH – Innovative Transformers: otimiza o processo de distribuição de energia por meio de softwares e processos inovadores;
- I’m eSports: plataforma completa e integrada para jogadores, times e campeonatos de eSports (esportes eletrônicos);
- Kluc: plataforma de Business Intelligence a qual permite que qualquer gestor consiga obter insights de diferentes ferramentas através de simples perguntas, facilitando as tomadas de decisões;
- Melhor Acordo: empresa voltada para a solução de conflitos judiciais e administrativos existentes entre empresas e os seus consumidores;
- Omnihunter: ajudam instituições financeiras a reduzirem perdas e a recuperarem ativos físicos;
- Paytrack: oferece processo automatizado em compliance com a controladoria e a gestão fiscal;
- Pixmind: empresa de consultoria dedicada a criar projetos customizados de tecnologia e gamificação para marketing;
- RD Soluções Digitais Ltda Me – TouchChef: sistema interativo para relacionamento com clientes em arenas esportivas, praças de alimentação e grandes eventos, com análise de perfis de consumo;
- Road Labs: faz a conexão entre inspeção e gestão de obras em rodovias;
- SMETRO: projeta, desenvolve e produz soluções hardware para o segmento IoT e IIoT;
- Snapimov: marketplace em que os usuários podem criar, fazer upload e compartilhar instantaneamente videos de imóveis para vender ou alugar;
- Studos: startup que se propõe ecoinovar a educação do Brasil, melhorando os processos educacionais, facilitando a vida dos professores, alunos e gestores;
- T5 Tecnologia LTDA ME: acionamento inteligente para coletores de pó e máquinas;
- UX Human Behavior: laboratório de neuromarketing com foco em estudos científicos voltados à experiência de usuários (UX) e consumidores (CX);
- VIP Convite: plataforma direcionada para eventos de pequeno a grande porte, social ou comercial;
- Winkme: aplicativo de relacionamento baseado em redes Wi-Fi;
- Yonface Tecnologia: Inteligência Artificial que amplia a visão das empresas e a performance dos negócios.
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