→ Marcos Lichtblau (foto acima), vice-presidente da ACATE, afirma que o desafio é “dar velocidade” às ações do Pacto;
→ Conheça as startups selecionadas para ajudar a inovação em áreas tradicionais da economia
→ É hora de esperar a reação do mercado ou já se adequar à Lei Geral de Proteção de Dados?
O vice-presidente de finanças da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), Marcos Lichtblau, foi eleito como novo coordenador geral do Pacto pela Inovação, ao lado de Carlos Henrique Ramos Fonseca, Diretor Superintendente do Sebrae/SC, na vice-coordenação. O projeto é um compromisso de parceria e colaboração, firmado em 2017, entre entidades públicas e privadas de Santa Catarina para incentivar e fortalecer o ecossistema de empreendedorismo e inovação no estado. Confira aqui a reportagem que o SC Inova produziu no evento de apresentação do Pacto.
Em linhas gerais, a iniciativa pretende ampliar a cultura de inovação e empreendedorismo em Santa Catarina, inserir a cultura de CT&I e transformação digital em empresas de setores mais tradicionais, além de ajudar a equilibrar as diferenças regionais no desenvolvimento de inovação e aumentar o investimento (público e privado) em pesquisa.
Para o novo coordenador, um dos grandes desafios da nova gestão é dar velocidade ao processo. “Precisamos alinhar os cinco grupos de trabalho do Pacto e seus gestores, para mapear o andamento das 137 ações catalogadas na plataforma do projeto pelas pactuadas, e assim produzir uma fotografia atual das ações”, destaca. Atualmente, 37 instituições fazem parte do Pacto, outras quatro já solicitaram a entrada e mais três sinalizaram interesse. Em outubro, quando a iniciativa completa dois anos, deverá ser realizado um evento público para apresentar os resultados alcançados até o momento.
VAREJO E INDÚSTRIA BUSCAM STARTUPS
Dois setores fortemente impactados pela recessão econômica – e a transformação digital que tem mudado radicalmente a oferta de serviços e os modelos de negócio – estão buscando startups em Santa Catarina para desenvolver inovação e novos negócios. De um lado, a Vertical Varejo da ACATE – que reúne 17 empresas do setor – anunciou a seleção de três startups para realizarem programas piloto em shoppings centers da rede Almeida Junior (patrocinadora da Vertical): Inside The Box, Deconve e Wifeed.
Já a aceleradora Spin, que foca em desenvolver novos negócios com soluções para a indústria, inicia neste mês seu sexto ciclo de aceleração após selecionar 15 novos negócios. Ao longo de três meses, elas receberão assessoria de governança e compliance, coaching em grupo e individual e treinamentos, além de metodologia exclusiva para aceleração, cursos e workshops nas áreas de vendas, investimento, contábil, jurídico, marketing digital e imprensa, além de conexão com possíveis clientes e potenciais investidores.
Com unidades em Joinville, Blumenau, Jaraguá do Sul, Curitiba e São Paulo, a Spin soma 50 startups aceleradas no portfólio. Conheça as 15 empresas selecionadas:
Alice Wonders: estúdio de inovação focado em criar experiências para usuários de soluções de grandes corporações;
Alziz: startup focada na Gestão da Cadeia de Energia e Refrigeração.
Biofluid: startup de lubrificantes sustentáveis para a indústria de máquinas e equipamentos.
Elo Verde: software de gestão de sustentabilidade para documentos, gestão de resíduos nas indústrias e gestão de coleta, transporte e destinação dos resíduos.
Liben: plataforma de assinatura de energia solar fotovoltaica focada em oferecer liberdade energética para o consumidor.
Mais Cargas: plataforma de busca e contratação de motoristas autônomos.
Mix Reality: plataforma de realidade aumentada, realidade virtual e realidade mista para indústrias.
Quântico Digital: plataforma de marketing digital.
Rapo Creative: plataforma de criação e gestão de estampas voltada ao segmento têxtil.
SempreLendo: educação corporativa focada em trilhas de conhecimento para capacitação de colaboradores. Indicações de livros, artigos, vídeos e podcasts para cada setor da empresa.
Slots Fashion: plataforma de desenvolvimento de coleções rápidas, criativas e autênticas para a indústria têxtil.
Stoutup: plataforma online que faz o gerenciamento e rastreio de lotes produzidos pelas empresas têxteis.
SegMultas: software para gerenciamento de multas.
Teleporting: plataforma de compartilhamento de presença física para levantamento de informações estratégicas da indústria no ponto de vendas.
9weeklabs: empreendedorismo e pré-aceleração de startups.
ACORDO UNIÃO EUROPEIA-MERCOSUL IMPACTA EMPRESAS QUE USAM DADOS DOS USUÁRIOS?
Empresas brasileiras que atuam com e-commerce ou desenvolvem sistemas alimentados com dados do usuário ou consumidor precisam correr contra o tempo para tirar proveito do novo acordo comercial firmado entre o Mercosul e a União Europeia. Apesar da expectativa de mais negócios entre as duas regiões, companhias e produtos que não estiverem adaptados à legislação de proteção de dados do continente europeu (GPDR), podem enfrentar barreiras não alfandegárias. Os vizinhos Uruguai e Argentina têm leis sobre o tema em vigor e livre intercâmbio de dados com a União Europeia.
Data Protection Officer e advogada, Andrea Willemin explica que o Brasil também tem uma legislação moderna, inspirada na própria GPDR. Mas a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), sancionada em 2018, entra em vigor apenas em agosto de 2020. O prazo fez muitas empresas protelarem a tomada de medidas necessárias para adequação. “Infelizmente, boa parte do mercado está deixando para a última hora. Alguns gestores acreditam que vale a pena aguardar a reação do mercado nos próximos meses ou até mesmo após o prazo de vigência da lei”, diz Andrea. Para aproveitar oportunidades em países como a França, a Alemanha, a Itália e seus vizinhos de continente, porém, o cumprimento à legislação é necessário desde agora.
Além da preocupação com questões comerciais, que devem se acentuar com o acordo UE-Mercosul e com a preocupação crescente dos consumidores com a proteção de seus dados, os empresários que não se adequarem à legislação estarão sujeitos a multas a partir de agosto de 2020. “A LGPD vai alcançar praticamente todos os setores e negócios, algum em maior e outros em menor escala”, resume.
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