Por Thaís Nahas*
Em junho deste ano lançamos na rua Vidal Ramos o Laboratório de Inovação Urbana de Florianópolis. O projeto inovador uniu a Prefeitura, empresas privadas, e entidades, como a Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) e Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF). Também contou com a participação da academia com professores do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e a Secretaria de Segurança Pública do estado. Além das organizações, a sociedade também se envolveu como o centro deste projeto e principal beneficiária do uso das tecnologias.
Naquela época instalamos a primeira etapa do projeto, que chamamos de Etapa Piloto, e não foi uma tarefa simples. Entendemos que a implantação exige um estudo profundo de viabilidade física, e aprendemos isso na prática, pois tivemos alguns contratempos ao lidar com a infraestrutura. Nesta jornada conseguimos instalar uma série de câmeras de segurança e conectividade gratuita para que os próprios lojistas e moradores da região realizem o monitoramento da rua, utilizando um aplicativo desenvolvido por uma empresa local para criar uma rede de vizinhos mais segura e engajada, que também é integrada ao sistema da própria Secretaria de Segurança Pública.
Mas o projeto vai muito além de câmeras de monitoramento.
Aqui incentivamos a economia local e o protagonismo do cidadão como agente ativo para o desenvolvimento do município. A ideia é que a sociedade passe a olhar os problemas da cidade como oportunidades de desenvolvimento, teste e validação de novos produtos e serviços, além de aproximar empresas para potenciais parcerias de negócios, abrindo caminho para um diálogo entre gestão municipal e o setor privado.
O fato de planejarmos levar mais inovação com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas é visto com bons olhos. E a comunidade já aprovou essa iniciativa. Recebemos um bom retorno, apesar de estar só no começo. As empresas estão satisfeitas por poderem testar seus produtos em um ambiente real e ao mesmo tempo entregarem resultados positivos para a sociedade.
Queremos aproximar mais as pessoas da inovação, e temos a missão de engajar o cidadão cada vez mais, fazendo com que ele sinta-se parte da solução.
Após esta etapa piloto, o projeto entrou em uma nova fase, passando a ser chamado de Living Lab Florianópolis, seguindo uma metodologia desenvolvida com o Grupo VIA, do departamento de Engenharia do Conhecimento da UFSC. O passo seguinte será lançar, nas próximas semanas, o Edital de Chamamento de Empresas com Produtos e Serviços Inovadores para participarem do Living Lab a fim de atrair mais soluções tecnológicas a serem testadas e validadas na cidade. Já realizamos um levantamento das principais necessidades de inovação e buscaremos soluções por meio de um concurso.
Mobilidade, energia, saúde, turismo, sustentabilidade, são algumas da áreas abordadas e que interferem diretamente na cidade. Florianópolis, que já é um dos principais polos de tecnologia do país, se tornará também referência em soluções para as cidades. Muita coisa boa está chegando e fico satisfeita em poder contribuir, junto aos parceiros do projeto, com uma iniciativa tão inovadora que impacta diretamente o dia a dia do cidadão.
*Thaís Nahas é consultora de Cidades Inteligentes na ACATE e do Living Lab Florianópolis
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