“A necessidade por desenvolvedores aumenta drasticamente no cenário pós-pandemia. E a competição agora é global”, afirma Eduardo Varela, CEO da Codenation, startup catarinense adquirida na última semana pela paulista Trybe. Ouça mais em nosso podcast. Foto: Codenation/Divulgação
[FLORIANÓPOLIS, 17.07.2020]
Fabrício U. Rodrigues, editor SC Inova – scinova@scinova.com.br
Na última semana, a startup/escola de programação paulista Trybe anunciou a aquisição da catarinense Codenation, formada há pouco mais de três anos pelos empreendedores Eduardo Varela, Krislaine Kuchenbecker e Elton Minetto. Ambas empresas atuam no mesmo mercado: a capacitação, por meio de cursos, de profissionais de programação – a Codenation tem um modelo voltado à demanda de grandes empresas (como Itaú, Stone e Quinto Andar, entre outras), que depois contratavam alguns dos formados.
Mas além de uma operação de M&A entre duas jovens empresas, está um contexto muito maior: como a demanda por ensino de programação pode impactar o futuro do mercado de trabalho?
“Em função da transformação digital dos negócios, a necessidade por desenvolvedores aumenta drasticamente em um cenário pós-pandemia. E com os vistos de trabalho sendo negados pela atual política norte-americana, a demanda por profissionais do Brasil para trabalhar na Europa também está crescendo muito. A competição virou global e agora temos que formar muito mais pessoas”, opina Eduardo Varela, CEO da Codenation.
Esta demanda latente do mercado – a oferta de profissionais de tecnologia qualificados – ajudou ambas as empresas a captar recursos nos últimos anos. A Codenation recebeu rodadas de investimento anjo e pré-seed que somam cerca de R$ 2 milhões, enquanto a Trybe anunciou no início de 2020 um aporte de R$ 42 milhões.
Com a aquisição, os 16 colaboradores da empresa catarinense se unem ao time de 73 colaboradores da Trybe e a empresa passa a contar com uma expertise de formação e conexão com mercado de ponta a ponta: uma é focada no treinamento de pessoas para o ensino de programação e a outra se desenvolveu fazendo a ponte entre esses desenvolvedores de software e as empresas.
Outra tendência é que profissionais de outras áreas, especialmente aquelas mais afetadas pela pandemia, busquem capacitação para migrar ao segmento de tecnologia. Algo que não é tão difícil assim, como diz Varela: “nos últimos anos, tanto Trybe quanto Codenation já tiveram alunos que eram psicólogos, filósofos, engenheiros… e a migração é cada vez maior porque a tecnologia está sendo a base de todas as empresas. Neste mercado, o que mais importa não é o diploma, mas o embasamento para conseguir experiência e aprender. Por isso, é mais facil migrar do que em outras áreas”.
Quer saber quais as habilidades profissionais requeridas para se tornar um profissional que desenvolve softwares e sistemas? Ouça a entrevista completa na edição semanal do nosso podcast, disponível também nas plataformas Google Podcasts, Anchor, Radio Public e Pocket Casts.
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