Floripa Conecta testa potencial da capital catarinense como um polo de Economia Criativa

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Floripa Conecta testa potencial da capital catarinense como um polo de Economia Criativa

Movimento que une no mês de agosto 25 festivais e eventos de tecnologia, turismo, varejo, comportamento, design e música (entre outros) é resultado da articulação de várias entidades privadas e públicas.

Movimento que une no mês de agosto 35 festivais e eventos de tecnologia, turismo, varejo, comportamento, design e música (entre outros) é resultado da articulação de várias entidades privadas e públicas. / Foto: Divulgação Prefeitura de Florianópolis

Por Fabrício Umpierres Rodrigues, editor SC Inova – scinova@scinova.com.br 

Um movimento silencioso envolvendo dezenas de entidades privadas e o setor público em Florianópolis vem preparando o terreno para transformar a capital catarinense em um epicentro de eventos e festivais envolvendo tecnologia, turismo, gastronomia, música, design e comportamento durante o mês de agosto. 

A iniciativa, batizada de Floripa Conecta, vai concentrar 35 atividades que esperam envolver em torno de 60 mil pessoas na cidade entre os dias 9 e 18 de agosto. Capitaneado pelas associações de tecnologia (ACATE), comércio e indústria (ACIF e CDL Florianópolis), Sebrae/SC, Federação das Indústrias (Fiesc) e Fundação Certi, o projeto é o embrião de um South By Southwest (SXSW) manezinho – o portentoso evento que transforma a cidade de Austin (Texas) no mês de março com festivais de inovação e tecnologia, música e cinema. 

Em resumo, o Conecta será um “guarda-chuva de eventos” de grande porte (para reunir de 3 mil a 5 mil pessoas) a outros menores, mais segmentados, que já aconteciam de maneira dispersa ao longo do ano e que, juntos, podem atrair um volume maior de pessoas, unindo o turismo de negócios ao de lazer. 

Entre os destaques da programação, estão o Innovation Summit, que vai reunir entre os dias 12 e 14 de agosto as principais instituições brasileiras de inovação e investimento (como Anpei, Abipti, Anprotec, Abstartups, Anjos do Brasil e outras). Logo em seguida (15 e 16 de agosto), acontece a segunda edição do Startup Summit, evento nacional promovido pelo Sebrae sobre empreendedorismo inovador que espera reunir 3,5 mil pessoas no Centro de Eventos de Canasvieiras.

O Conecta terá também a Semana Balaclava, festival que chega à quinta edição unindo moda, design e artes gráficas, economia criativa e música; o Stun Game Festival, voltado à comunidade gamer, amadores e profissionais de esportes eletrônicos e a indústria de desenvolvedores de jogos; o Inova+Ação, promovido pela CDL de Florianópolis para debater a inovação e as novas tecnologias para o varejo; a sétima edição da Maratona Cultural e a Orquestra de Baterias, além de vários outros eventos e iniciativas (a lista completa está neste link) que acontecerão na região central de Florianópolis, Universidade Federal de Santa Catarina e norte da Ilha. 

Feira de Negócios do Startup Summit 2018: evento espera reunir cerca de 3,5 mil pessoas entre os dias 15 e 16 de agosto. / Foto: Elis Pereira, divulgação

Em entrevista ao SC Inova no início do ano, o diretor-superintendente da Fundação Certi, José Eduardo Fiates, destacou que “este conjunto de eventos que forma o Floripa Conecta será o grande diferencial de 2019 no ambiente de inovação em Santa Catarina, além de um indicativo da evolução do ecossistema local”. 

“As entidades se uniram porque enxergam que a economia criativa e a inovação são um caminho de transformação não só econômica mas também social na cidade”, ressalta Marcelo Bohrer, responsável pela conexão entre todos os articuladores de eventos do Floripa Conecta. No final de junho, foi feita a primeira reunião com todos os envolvidos na programação, mais de 70 pessoas, um volume que deve crescer mesmo às vésperas do evento. “O Conecta é um ser vivo, não temos limite de programação. A cada dia está surgindo novos eventos então nosso papel é ir agregando cada um deles neste movimento”, explica. 

Na próxima segunda, 15 de julho, Bohrer e Faustin Rezende, fundador do Estúdio Balaclava e responsável pela comunicação visual do projeto, apresentam o Floripa Conecta em evento de lançamento em São Paulo, no Co.W Coworking – espaço onde funciona uma das sedes paulistanas da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE).

 

EVENTO “NASCE” NA CIDADE NORTE-AMERICANA QUE INSPIROU O CONCEITO 

O fato de Austin – uma cidade com população pouco superior à de Florianópolis, mas com histórico de inovação e boas universidades – ter criado uma série de eventos que atrai mais de 400 mil pessoas de todo o mundo a cada edição serviu como inspiração aos dirigentes de entidades como Acif, Acate, CDL, Prefeitura e Sebrae, que deram os primeiros passos para construir a ideia do Floripa Conecta. 

Em 2018, uma comitiva catarinense foi ao SXSW para conhecer o evento e, um ano depois, a cidade foi palco do “nascimento” do projeto, com um evento de lançamento do Conecta na sede da gigante Dropbox para cerca de 250 pessoas, em geral brasileiros que estavam em Austin para o SXSW e que atuam no mercado de TI nos Estados Unidos. 

“Passamos os últimos três anos pensando como é que a gente podia sacramentar essa mudança de centralidade econômica da nossa cidade, como é que podia externar o que está acontecendo”, comentou à época Daniel Leipnitz, presidente da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), em entrevista ao SC Inova. Foi um momento significativo e de mobilização, pois reuniu uma série de pessoas-chave, lideranças locais que sabiam que Florianópolis precisava ter um evento que unisse tecnologia e turismo”, reforça Fiates. 

Por mais que a comparação com o SXSW – na magnitude que ele tem hoje – seja quase uma covardia, o fato é que o Floripa Conecta começa muito mais articulado do que a primeira edição do evento de Austin, em 1987, que reuniu cerca de 700 pessoas. Em algumas semanas, a população de Florianópolis e os participantes de cada um desses eventos poderão dizer se a capital catarinense realmente começou a desenvolver seu modelo manezinho de um grande festival de inovação e economia criativa.