Fintech universitária cria ferramenta que analisa níveis de risco em papéis na Bolsa

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Fintech universitária cria ferramenta que analisa níveis de risco em papéis na Bolsa

Acelerada pela Esag Ventures, da UDESC, a Partnr desenvolveu uma metodologia de risk rating para ajudar investidores a evitar prejuízos

Acelerada pelo programa Esag Ventures, da UDESC, a Partnr desenvolveu uma metodologia de risk rating para ajudar investidores a evitar prejuízos como o do “caso Americanas”. Crédito: Divulgação/Partnr

Na foto, a equipe: Everton Marcelino Junior (CTO), Gabriel Coutinho de Amarante (CEO), Laura Scalabrin Coutinho (CMO), Pedro Uchida (Líder de Finanças) e Pedro Góes Soares (CPO).


[FLORIANÓPOLIS, 09.05.2023]
Redação SC Inova, com informações da Assessoria de Imprensa

Em janeiro deste ano, um dos principais assuntos econômicos no Brasil foi o caso das “inconsistências contábeis” descobertas no balanço das lojas Americanas, que apontaram uma dívida de R$ 20 bilhões. O efeito-dominó levou à queda do CEO Sérgio Rial, a um pedido de recuperação judicial e uma queda superior a 90% no valor das ações da empresa – um escândalo que mostrou como milhares de investidores (sejam grandes ou pequenos acionistas) estão expostos ao risco da falta de uma governança adequada. 

Em Florianópolis, uma fintech “universitária”, acelerada pelo programa Esag Ventures, do Centro de Ciências da Administração e Socioeconômica (Esag) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), criou uma ferramenta preditiva com o objetivo de alertar donos de papeis de empresas listadas em Bolsa e evitar prejuízos como o das Americanas.

A Partnr combinou e adaptou ao mercado brasileiro dois indicadores já testados em mercados internacionais (Beneish M-Score e Montier C-Score), criando assim um novo, o Partnr Accounting Risk Rating. Ele classifica as ações listadas na bolsa em níveis de risco, que apontam indícios (mas não certeza) de manipulação pelas empresas de dados contábeis. Esses dados orientam tomadas de decisão de investidores – e ajudam a formar o valor das ações.

A startup distribui dados na modalidade B2B por meio de uma API e conta com clientes como Cedro Tech (maior distribuidora de market data da bolsa brasileira), Nord Research (maior casa de análise independente do Brasil) e Quantzed (maior plataforma de trading quantitativo nacional).  

Como parte do processo de educação de mercado, a fintech desenvolveu uma plataforma B2C chamada Drops da Bolsa, que com o uso de ciência de dados e uma linguagem fácil e intuitiva, possibilita que investidores, mesmo com pouco conhecimento, analisem uma ação em até dois minutos.  

Em seis meses do lançamento do MVP (mínimo produto viável) da plataforma Drops da Bolsa, a Partnr conquistou 2.982 usuários gratuitos, de forma 100% orgânica (sem investimento em marketing). Só agora a fintech está iniciando o investimento em marketing pago. São atualmente 2.087 usuários ativos (que visitam o perfil da empresa pelo menos uma vez na semana), com taxa de retenção de 69,9% e engajamento de aproximadamente 40% (usuários que visitam o perfil da empresa ao menos uma vez por dia). 

O RISK RATING NA PRÁTICA 

O índice de risco de cada ação é calculado a partir de dados dos balanços das empresas, analisados ao longo do tempo. Cada ação tem uma nota de risco atribuída a cada trimestre. A nota vai de 0 a 1, com os níveis de risco de manipulação de dados variando entre “sem indício” (0), “baixo indício” (0,25), “alerta” (0,5), “zona de perigo” (0,75) e “perigo máximo” (1). 

A metodologia usada para calcular o Partnr Accounting Risk Rating está descrita neste artigo. O texto é assinado por quatro pesquisadores da Partnr: os estudantes Gabriel de Amarante (do curso de Economia da Udesc Esag e CEO da fintech) e Pedro Uchida (líder de finanças da Partnr) e os professores Igor da Luz (CFO) e Adriano de Amarante (advisor), ambos da Udesc Esag.

O corpo de advisors da Partnr conta com Odivan Cargnin (CFO e diretor de Relações Institucionais da Irani e da Habitasul, duas empresas listadas em bolsa) e Wang Lijie, ex-vice presidente de investment banking do Santander Brasil (participou da privatização da Eletrobras) e sócio fundador da startup Tooda (https://tooda.com.br/).

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