Empreendedores desenvolvem aplicativos para auxiliar população carente e pequenos negócios em Santa Catarina

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Empreendedores desenvolvem aplicativos para auxiliar população carente e pequenos negócios em Santa Catarina

Iniciativas pré-incubadas no Cocreation Lab em cidades como Videira, Rio do Sul e São José resultaram em plataformas de doação de mantimentos e apoio a pequenas empresas e profissionais liberais.

Em tempos de Covid-19, iniciativas pré-incubadas no Cocreation Lab em cidades como Videira, Rio do Sul e São José resultaram em plataformas de doação de mantimentos e apoio a pequenas empresas e profissionais liberais. / Imagem: Ajuda Videira


[FLORIANÓPOLIS, 04.06.2020]
Redação SC Inova, com informações da Assessoria de Imprensa

Em Videira, cidade do Meio-Oeste catarinense, um plataforma online tem ajudado a conectar pessoas que precisam de auxílio (de alimentos a roupas e outros itens de primeira necessidade) a quem tem condições de fazer qualquer tipo de doação. A 200 km dali, em Rio do Sul, uma outra ferramenta criada recentemente tem ajudado profissionais de diversas áreas a encontrar clientes – de advogados a personal trainers, diaristas, eletricistas e serviços gerais. Em São José, empreendedores criaram um aplicativo para que consumidores agendem o atendimento nas lojas que pretendem visitar, respeitando as normas de distanciamento social e auxiliando os comerciantes no contato direto com o público. 

Em comum, todas as soluções foram desenvolvidas como resposta às necessidades sociais e profissionais de cada região afetada pela pandemia da Covid-19, em projetos pré-incubados no Cocreation Lab – iniciativa presente em 16 cidades catarinenses, 15 delas por meio de parceria com o Programa Nascer, iniciativa da Fapesc e do Sebrae. 

“A economia criativa é uma vocação do estado, que tem terreno fértil para que projetos assim se desenvolvam. A crise traz desafios, mas também oportunidades para que empreendedores ofereçam soluções que possam auxiliar diversos setores”, comenta Luiz Salomão Ribas Gomez, fundador do Cocreation Lab. 

Um exemplo é a plataforma solidária AjudaVideira, que surgiu a partir de uma parceria das equipes Agência Sete+1 e (Re)Existir, com o auxílio da empresa Nonna Comunicação. A estrutura básica consiste em oferecer a quem está precisando de algum auxílio uma ferramenta que possibilite cadastrar suas necessidades ou até mesmo de terceiros, permitindo que a comunidade tenha conhecimento dessas demandas e possa se mobilizar.

Os pedidos são organizados por bairros e categorias. Já os voluntários cadastrados, além de ajudar pedidos específicos, podem também cadastrar doações que tenham disponíveis. Entre os itens solicitados estão alimentos, roupas, cobertores, máscaras, produtos de higiene pessoal e gás, além de pedidos de emprego.

Equipe da Sete+1, uma das responsáveis pelo Ajuda Videira: ferramenta organiza trabalho de voluntários e doações para quem precisa. / Foto: Divulgação

Algumas ferramentas também buscam facilitar o uso da plataforma, como, por exemplo, cadastro de alertas de pedidos de ajudas, onde são enviados periodicamente para os voluntários cadastrados um relatório de pedidos realizados na plataforma, conforme os critérios escolhidos para serem avisados. “Além disso, é possível, pela plataforma, estreitar uma comunicação direta entre o autor do pedido e o voluntário, bem como gerenciar os pedidos já atendidos”, afirma Evandro Bariviera, da Nonna Comunicação.

De forma geral, ainda há demanda por melhorias na plataforma, pois é possível adaptar funções que melhorem a inteligência artificial, a obtenção de dados e relatórios importantes e a comunicabilidade entre os usuários. “Avaliamos que foi um primeiro passo importante a disponibilização da plataforma que requer, inclusive, uma adaptação por parte também dos usuários”, comenta Luana Baraúna, da equipe (Re)Existir.

APLICATIVOS PARA AJUDAR PROFISSIONAIS LIBERAIS E EMPRESAS

Em Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí, nasceu a Kangoru, ideia de quatro amigos do curso de Sistemas de Informação da UNIDAVI após uma pesquisa de mercado com 400 pessoas da região. “Descobrimos que 94% das pessoas têm dificuldades em encontrar profissionais na hora de realizar um serviço, seja porque desejam um profissional de confiança e capacitado ou por não conseguirem encontrar o profissional desejado”, explica Ricardo Fronza, um dos criadores. 

O objetivo da Kangoru é conectar pessoas que querem realizar um serviço a profissionais dos mais diversos segmentos –  são mais de 300 profissões. A ferramenta é gratuita, mas os profissionais podem pagar uma mensalidade de R$ 24,90 para terem acesso ao plano completo, com alguns recursos extras. 

“Mas com o momento atual, e sabendo que os trabalhadores autônomos, liberais e freelancers são um dos que mais sofrem com a pandemia, liberamos a plataforma com todos os recursos gratuitamente por um ano, até maio de 2021. Somos aliados do profissional neste momento de crise, seja por quem quer ser encontrado por pessoas que buscam seus serviços em sua região, seja para trabalhadores formais que perderam seus empregos e procuram por trabalhos temporários”, comenta Fronza. 

Até lá, a equipe vai trabalhar para desenvolver mais ferramentas dentro da plataforma, como pagamento online (dispensando o uso de uma máquina de cartão); área de especialização do profissional (cursos, livros, palestras, eventos), sistema administrador financeiro (emissão de boletos, custos, finanças), entre outros recursos. 

Já na Grande Florianópolis, no Cocreation Lab de São José, nasceu o Agendaki, uma plataforma que permite a consumidores agendar o atendimento nas lojas que pretendem visitar. A ferramenta, gratuita, evita aglomerações dentro da loja e possíveis filas na parte de fora dela. Há ainda um botão que encaminha a conversa para o WhatsApp – assim, o lojista pode apresentar os produtos antes de o cliente se dirigir à loja.

O uso da plataforma é simples: basta o lojista se cadastrar gratuitamente e preencher um formulário com algumas especificações, como área da loja. Para os clientes, vai aparecer a informação de quantas pessoas podem ser atendidas no local a cada período. A ferramenta pode ser adaptada às regras de qualquer cidade do país e às recomendações das autoridades para preservação da saúde. Em São José, por exemplo, as lojas do comércio de rua devem limitar a ocupação em 50% da capacidade. “Queremos ajudar a evitar perda de tempo e situações de risco à saúde”, explica Thaís Cardoso, uma das idealizadoras. 

O Agendaki foi desenvolvido por Osmair Fuck (Palhoça), Gregório Bandeira (Blumenau) , Raiza Teles (Fortaleza), Thaís Cardoso (Balneário Camboriú), Laerte Souza (São José) e Lucas Fachini (França). Thaís, Lucas e Laerte se conheceram no país europeu, onde tiveram a ideia de criar uma iniciativa que impactasse positivamente o Brasil. Inspirados em ações similares que existem por lá, criaram a Menuzum, plataforma que revende produtos alimentícios que não foram vendidos no dia e que não podem ser reaproveitados no dia seguinte, como pães frescos, alimentos de buffets, entre outros.

Atualmente, a Menuzum é um dos projetos participantes da pré-incubadora Cocreation Lab em São José, apoiada pela Prefeitura de São José, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação, e pelo Sebrae. O Agendaki é um projeto paralelo da equipe, também apoiado pelo Cocreation Lab. 

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