[CONEXÃO PARANÁ] Caravela Capital chega ao mercado com fundo de R$ 75 milhões para startups do Sul do país

Voce está em :Home-Negócios-[CONEXÃO PARANÁ] Caravela Capital chega ao mercado com fundo de R$ 75 milhões para startups do Sul do país

[CONEXÃO PARANÁ] Caravela Capital chega ao mercado com fundo de R$ 75 milhões para startups do Sul do país

Nova gestora de venture capital, com sede em Curitiba, Caravela Capital mira também no ambiente de tecnologia de Santa Catarina para investir em até 15 empresas nos próximos três anos.

Nova gestora de venture capital, com sede em Curitiba, mira também no ambiente de tecnologia de Santa Catarina para investir em cerca de 15 empresas nos próximos três anos.

 

[FLORIANÓPOLIS/SC e CURITIBA/PR, 24.01.2020]
Redação SC Inova / Fabrício U. Rodrigues, scinova@scinova.com.br

O ano de 2019 foi marcante para o emergente mercado de startups e scale-ups do Paraná. Aportes significativos de fundos internacionais em empresas-case da região – Ebanx, Olist, Pipefy, Contabilizei etc. – fortaleceram não só a comunidade de empreendedores como também o mercado de mão de obra altamente especializada. E assim despontam Curitiba no mapa nacional de startups, atraindo mais olhos – e recursos para investimento de risco. A proximidade com os dois ecossistemas mais ativos do país – Florianópolis e São Paulo – também é uma vantagem logística para o ambiente local. 

A partir de fevereiro deste ano, começa a operar uma nova gestora de fundos de venture capital focada no mercado do Sul do Brasil – e formada justamente na capital paranaense. A Caravela Capital nasce com um fundo no valor de R$ 75 milhões e foco em startups ainda em estágio de desenvolvimento (early stage) mas com MVP validado pelo mercado – ou seja, com faturamento.  

“Nos próximos três anos, pretendemos investir em cerca de 15 startups, com rounds entre R$ 1 milhão e R$ 3 milhões. O restante dos recursos serão para o follow on (segunda rodada de investimento) nas que tiverem os melhores desempenhos”, diz Lucas de Lima, general partner da Caravela. Advogado que fez carreira no mercado financeiro e um dos idealizadores do coletivo Curitiba Angels, Lucas e o também investidor Mario de Lara deram início à nova gestora ao longo de 2019. 

Ambos já atuavam em negócios conjuntos e somavam experiência tanto com startups quanto com a operação de empresas adquiridas por fundos. Mario, no caso, chegou a atuar na gestão de empresas que foram adquiridas pelo  fundo 3G, como as norte-americanas Heinz e Burger King. Também fazem parte da equipe Frederico Guesser (partner), Laís Graf (associate) e Rodrigo Andersen (analista).   

A gestora não limita áreas de atuação das startups (no jargão, é “agnóstica”), mas definiu que o investimento será prioritário em empresas da região Sul, onde vai atuar ativamente. “Teremos uma pessoa em Santa Catarina dedicada à região, e também temos conexão direta com o Rio Grande do Sul”, diz Lucas. 

Os general partners Lucas de Lima e Mario de Lara: atuação conjunta como investidores anjos evoluiu para a criação da gestora de venture capital. / Foto: Divulgação Caravela Capital

Ele considera que Santa Catarina desenvolveu um ecossistema de maneira mais dinâmica do que São Paulo, a capital do capital. Essa referência, para ele, é fundamental para o desenvolvimento do ambiente de tecnologia e inovação do Paraná: “a região tem histórico em empreendedorismo e desenvolvimento de software há décadas, além de diferencial muito bom em termos de pessoas, mão de obra”.

“OPTAMOS POR NÃO BUSCAR DINHEIRO INSTITUCIONAL”

Uma característica da nova gestora, aponta o partner, foi ter buscado capital de outros empreendedores e family offices em vez do chamado “dinheiro institucional”, de bancos de fomento e outras instituições que tenham uma rotina de liberação de recursos mais burocrática. 

“Esse mercado precisa de agilidade, de tomada de decisão rápida. Temos no fundo dois perfis: o de empreendedores que vêm da economia tradicional e os family offices, além dos investidores que vieram do mercado de tecnologia, que podem atuar também como mentores. Buscamos isso também na composição desse fundo: pessoas que não querem apenas colocar o dinheiro, mas que possam abrir portas ou ajudar o empreendedor no seu desenvolvimento”, resume Lucas. Ao todo, são cerca de 15 mentores que compõem este primeiro fundo da Caravela, a maioria da região Sul do Brasil. 

Mas a perspectiva não é de anunciar investimentos logo na largada. A gestora ainda pretende “afunilar” a prospecção com startups, algumas já mapeadas. “Em 2019, focamos na captação, o que leva tempo e muita energia. Mesmo sem divulgar quase nada do fundo, temos uma lista de 150 startups”, conclui. 

LEIA TAMBÉM:

Tendências 2020: o ano dos investidores-anjo e das “rodadas Série A” em SC?