Setores historicamente custosos para o poder público podem se tornar referência em inovação, sustentabilidade ambiental e impacto social. / Foto: Divulgação
[CURITIBA, 27.03.2025]
Redação SC Inova, scinova@scinova.com.br
O segundo dia do Smart City Expo Curitiba 2025 reuniu especialistas para debater o papel das escolas e hospitais no avanço dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no Brasil. O debate fez parte do evento paralelo Tomorrow.Building, que reuniu, em uma série de painéis, cases que ajudam a posicionar o Sul do Brasil como referência mundial em construções sustentáveis. O painel teve mediação de Jean Vogel, CEO da Ecosystem.Builders – parceira do SC Inova na cobertura do evento – e destacou como setores historicamente custosos para o poder público, como saúde e educação, podem se tornar referência em inovação, sustentabilidade ambiental e impacto social positivo.
Responsável pela gestão do Hospital Erastinho, referência nacional em oncopediatria, o diretor executivo administrativo Fernando Cesar de Oliveira trouxe dados sobre o funcionamento da instituição em Curitiba (PR). Em 2024, o hospital recebeu em média mil novos pacientes por mês — que permanecem em tratamento por cerca de cinco anos.
Segundo Fernando, hospitais não apenas podem como devem ser sustentáveis. A combinação entre processos bem estruturados, gestão orientada por dados e um ecossistema de captação de recursos transformou o Erastinho em um modelo de operação superavitária. “Cerca de 75% dos atendimentos são voltados ao SUS, 20% para convênios e 5% privados. Essa parcela privada gera receita que cobre os custos dos atendimentos públicos”, explicou.
O modelo de sustentabilidade financeira é sustentado por um centro de pesquisa ativo e uma equipe dedicada à captação de recursos via emendas parlamentares, projetos, doações e outras fontes. “Isso nos permite reinvestir em capacitação de pessoal e aquisição de equipamentos”, afirmou. Com um índice de satisfação (NPS) de 90, o Erastinho alia excelência clínica a um compromisso com o bem-estar e a sustentabilidade — tanto ambiental quanto financeira.
Na mesma linha, Juliano Richter Pires, secretário de Turismo, Desenvolvimento Econômico e Inovação de Florianópolis, apresentou o case da Creche Hassis, localizada na região da Beira-mar Sul. Inaugurada em 2016, a unidade foi a primeira creche do Brasil a receber o selo LEED Platinum, referência mundial em construções sustentáveis.
“Hoje, essa unidade não gasta nada com energia elétrica, é autossuficiente. Só nessa creche, a economia acumulada em quase dez anos chega a R$ 7 milhões”, destacou. Em 2020, a unidade obteve também a certificação LEED Zero, posicionando Florianópolis entre as pioneiras da América Latina nesse tipo de construção pública.
Com 52% do território municipal classificado como Área de Preservação Permanente (APP), Florianópolis aposta no desenvolvimento econômico baseado em tecnologia e capital humano. “É nosso dever entregar equipamentos públicos de qualidade, formar cidadãos qualificados e preparar a cidade para o futuro. Desenvolver inovação não é um fim, é meio. É isso que acaba gerando cidades felizes.”, completou Juliano.
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