Como a reforma tributária impacta startups e o mercado de tecnologia

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Como a reforma tributária impacta startups e o mercado de tecnologia

Softcon lança guia que detalha os principais efeitos da nova legislação fiscal sobre empresas de software, plataformas e negócios inovadores

Softcon lança guia gratuito para o setor que detalha os principais efeitos da nova legislação fiscal sobre empresas de software, plataformas digitais e negócios inovadores. / Foto: Kelly Sikkema (Unsplash)


[08.12.2025]
Redação SC Inova, scinova@scinova.com.br

A aprovação da reforma tributária inaugura um período de transição (até 2033) que deve alterar profundamente a estrutura de custos, a lógica de competitividade e o planejamento financeiro de startups e empresas de tecnologia. O novo modelo baseado no IVA Dual (que substitui tributos como ICMS, ISS, PIS e COFINS por IBS e CBS) promete simplificar o sistema, mas também redistribui impactos entre setores, especialmente aqueles com alta dependência de mão de obra qualificada e poucos insumos creditáveis. 

No centro desse debate, a Softcon – empresa de soluções contábeis especializada no atendimento ao segmento de tecnologia e inovação – publicou um guia técnico que traduz a reforma para o contexto das empresas digitais e aponta como diferentes modelos de negócio serão afetados nos próximos anos

O estudo, assinado pela sócia diretora Maria Luiza Wagner e o analista Diogo Assis, destaca que negócios baseados em conhecimento tendem a enfrentar desafios particulares com a adoção da não cumulatividade plena. Enquanto indústrias e varejistas contam com uma estrutura de custos que gera créditos suficientes para compensar parte relevante dos novos tributos, empresas de software, SaaS e serviços digitais operam com despesas concentradas em pessoal — que não dão direito a créditos de IBS e CBS. 

Essa assimetria explica por que, segundo simulações incluídas no material, a carga tributária efetiva pode subir para uma parcela significativa das empresas do setor, exigindo revisão de estratégias comerciais, posicionamento na cadeia de valor e modelos de precificação.

O guia também chama atenção para os efeitos da reforma sobre empresas do Simples Nacional. A nova possibilidade de optar pela tributação “por dentro” ou “por fora” altera diretamente a relação entre startups e seus clientes — especialmente quando esses clientes podem ou não aproveitar créditos. A decisão, antes meramente operacional, passa a influenciar competitividade, margens e até preferências de fornecedores em cadeias B2B.

Outro ponto de alerta são as mudanças na lucratividade de negócios digitais já maduros. As demonstrações comparativas incluídas no estudo mostram como o impacto tributário pode se expandir em empresas com alto peso de folha e baixo volume de insumos creditáveis. Mesmo startups que buscam breakeven podem sentir a pressão de margens mais estreitas, caso não se enquadrem em regimes de alíquota reduzida ou em atividades com benefícios específicos previstos na reforma.

CONFIRA O GUIA AQUI 

Apesar dos desafios, o material reforça que o período de transição até 2033 abre espaço para adaptação e planejamento. O cronograma escalonado — com início simbólico em 2026, extinção de tributos federais a partir de 2027 e mudança progressiva de ICMS e ISS entre 2029 e 2032 — cria uma janela para que o setor acompanhe as regulamentações, revise operações e identifique oportunidades de reposicionamento estratégico.

O lançamento do guia reforça a relevância do tema no ecossistema de tecnologia e chama atenção para a necessidade de leitura qualificada em um momento de transformação regulatória. Para startups, scale-ups e empresas estabelecidas, compreender o novo ambiente fiscal passa a ser tão determinante quanto definir métricas de crescimento ou atrair investimento.