Com plataforma de compartilhamento de máquinas, a Bee2Share quer ser “maior parque fabril” do mundo

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Com plataforma de compartilhamento de máquinas, a Bee2Share quer ser “maior parque fabril” do mundo

Startup catarinense desenvolvida em polos industriais no Brasil e EUA espera fechar o ano com 4 mil equipamentos disponíveis para empresas de todo o mundo

Startup catarinense desenvolvida em polos industriais no Brasil e EUA espera fechar o ano com 4 mil equipamentos disponíveis para empresas de todo o mundo

Na indústria, uma máquina parada significa perda de dinheiro. Uma das grandes dores de cabeça de empreendedores e gestores de plantas industriais é justamente encontrar alternativas para manter o maquinário a pleno vapor, gerando receita. Mas como resolver essa equação quando não há crescimento na produção? Da mesma forma como você pode alugar um imóvel por determinado período, como é possível fazer via AirBnb, ou usando seu carro para transportar outras pessoas, no modelo da Uber: compartilhando.

Esta é a inovação proposta pela Bee2Share, startup catarinense que desenvolveu a primeira plataforma mundial para o compartilhamento de máquinas na indústria. Qualquer empresa que tem um equipamento parado por determinado período pode fazer um cadastro no site e encontrar quem precise “alugar” a produção – uma forma simples e inteligente de gerar novos negócios.

“Não cobramos comissão, nem interferimos na negociação entre as empresas. Só queremos conectar as duas pontas”, explica Claudio D’Amato, CEO e cofundador da Bee2Share, que hoje conta com cerca de 300 máquinas cadastradas por 126 empresas de vários países: Brasil, Estados Unidos, China, Portugal e Chile – a tendência é crescer para outros mercados nos próximos dois anos.

A Bee2Share começou a partir de uma experiência de Claudio D’Amato, um publicitário que sempre atuou em ações de marketing para a indústria, nos Estados Unidos. Em 2015, ele tinha sido convidado por Derian Campos, CEO de uma multinacional do setor plástico automotivo em Detroit (Michigan), para desenvolver uma estratégia de business intelligence na empresa e ficou no país durante um ano. Na região, o principal polo automotivo dos EUA, ele descobriu que algumas empresas faziam, de maneira informal, o sharing machine.

“Eles tiravam foto do equipamento, diziam por quanto tempo estaria disponível e mandavam por e-mail para a lista de contatos”, lembra Claudio. Ao mesmo tempo, vários empresários os procuravam para saber de outras indústrias que poderiam ter máquinas à disposição. “Era uma dor de todo mundo nesse mercado”, comenta, “e aí eu sugeri ao Derian para fazermos uma plataforma para disponibilizar equipamentos e forma que qualquer empresa no mundo pudesse ter conhecimento e utilizar. Ele topou e começamos a Bee2Share”.

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Além de Claudio, que hoje é o CEO, e Derian, investidor e advisor, o time de cofundadores conta também com Diego Vegini (COO), técnico em automação industrial, que já estava no mercado há 15 anos. Recentemente, entrou na sociedade o engenheiro de software Marcos Rodrigues (CTO). A Bee2Share nasceu internacional, com base na rede de relacionamentos e networking em regiões industriais: além de Detroit, nos EUA, a base brasileira fica em Jaraguá do Sul (onde a empresa se estruturou a partir do final de 2017) e em Joinville, onde os diretores executivos fizeram carreira.  

“Esperamos crescer 30% ao mês e, até o final do ano que vem, ter 100 mil máquinas disponíveis em nossa plataforma”, calcula o CEO e cofundador Claudio D’Amato.

Ter um forte networking no mercado foi fundamental para que a startup desse os primeiros passos e validasse o protótipo: “como a gente tem um relacionamento muito forte com a indústria aqui na região de Joinville, colocamos de cara umas 60 empresas para ir testando a plataforma”, comenta o CEO. Entre os parceiros que disponibilizam equipamentos na Bee2Share estão Gerdau, Perini Business Park (maior condomínio industrial da América do Sul), os chineses do SJ Group, além do Senai, que vai inserir o maquinário de seus 14 laboratórios instalados em Santa Catarina, entre outras marcas.

PROGRAMA STARTUPSC, DO SEBRAE, AJUDOU A DEFINIR O MODELO DE NEGÓCIO

Um dos momentos decisivos no desenvolvimento da empresa foi a participação na turma de 2017 do programa de capacitação StartupSC, promovido pelo Sebrae/SC e que auxilia as empresas selecionadas ao longo de quatro meses com mentorias e workshops em diversas áreas: vendas, modelo de negócio, marketing, inside sales, gestão de pessoas, entre outros temas.

Um dos mentores do programa deu um alerta: o modelo de negócio da Bee2Share, demandava um grande volume de investimento até ter uma base grande de parceiros e assim viabilizar a empresa. “Ele acertou na mosca. Foi uma recomendação muito importante, pois estamos focados nisso – primeiro desenvolvemos toda a plataforma e agora fomos ao mercado buscando estes recursos. Não adianta pedir dinheiro se não sabe o que fazer com ele, onde investir”. Logo após a participação no StartupSC, eles foram aprovados na primeira turma da aceleradora Spin, com sede em Jaraguá do Sul e com foco em inovações para a indústria.

A meta da empresa é ousada: crescer 30% ao mês e se tornar, nos próximos anos, o maior parque fabril do mundo, em número de máquinas disponíveis. “Esperamos fechar 2018 com 4 mil equipamentos na plataforma e, no final do ano que vem queremos ter 100 mil”, antecipa Claudio.

O desafio, para isso, é mostrar para a indústria que este setor também pode ter o seu modelo Uber: “fomos os primeiros a fazer isso e, naturalmente, tivemos dificuldades. Mas aprendemos, estamos fechando parcerias e mostrando que o nosso negócio é ajudar outras empresas a encontrar novas oportunidades de receita e negócio”, resume o CEO.

Reportagem: Fabrício Rodrigues, scinova@scinova.com.br

Conteúdo produzido em parceria com o Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Sebrae/SC.
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