Gestora liderada por nomes experientes do venture capital lança fundo voltado a startups B2B em estágio inicial, com atuação nos três estados do Sul.
Na foto, Adonay Freitas, José Augusto Albino, Renata Buss e Raul Daitx (Divulgação).
[FLORIANÓPOLIS, 08.04.2025]
Redação SC Inova, scinova@scinova.com.br
Um novo fundo, um novo nome e um posicionamento estratégico que consolida a Região Sul como protagonista no mapa do capital de risco brasileiro. Assim se apresenta a Primus Ventures, gestora que acaba de anunciar a criação do Sul Ventures, um Fundo de Investimentos em Participações (FIP) com meta de R$ 100 milhões destinados exclusivamente a startups dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Com DNA catarinense e sob a liderança de nomes que participaram da construção de um dos fundos pioneiros do ecossistema regional — o Cventures Primus, lançado em 2013 pela Fundação CERTI — a Primus nasce com uma tese clara: investir onde há densidade de inovação, inteligência aplicada e capacidade de escalar negócios de base tecnológica.
“A Região Sul deixou de ser uma promessa para se tornar uma realidade de inovação. O que nos faltava era um fundo que tratasse isso com prioridade e profundidade”, afirma José Augusto Albino, sócio da gestora. Ao lado de Adonay Freitas, Renata Buss e Raul Daitx, ele assume a liderança de um fundo que se propõe a ser o primeiro cheque institucional de startups B2B que operam em setores como fintech, retailtech, saúde, agro, energia, TI, entre outros.
“A Catarina Capital nasceu em Florianópolis da união de profissionais com décadas de experiência e sucesso em Venture Capital, principalmente na gestão do Cventures Primus. Este novo fundo e marca vem para reforçar o nosso posicionamento e foco nos estágios iniciais do Venture Capital”, destaca José Augusto Albino, sócio da Primus e gestor responsável pelo novo fundo.
O time da Primus Ventures traz no currículo o desempenho do Cventures Primus. Com um portfólio que incluiu startups como Exact Sales, Asaas, Hiper, Zygo, Checkplant, Wevo, entre outras, o fundo atingiu até aqui um retorno de 5,1 vezes o capital investido (MOIC) e uma TIR de 24% ao ano, o que deixa o fundo entre os primeiros colocados de fundos de Venture Capital no Brasil de acordo com relatório divulgado pela Spectra Investimentos. No mesmo período, por exemplo, o CDI entregou 8,5% de retorno, enquanto o Ibovespa, 9%.
“Este histórico mostra que é possível construir retornos sólidos com investimentos consistentes em inovação fora dos grandes centros”, afirma Adonay Freitas, sócio que acompanhou o ciclo completo do fundo anterior. O caso da Asaas, de Joinville (SC), que recentemente levantou nova rodada de investimento de R$ 820 milhões, é um exemplo da tese de longo prazo aplicada pela gestora.
A Região Sul, segundo a Primus, reúne um dos ecossistemas mais promissores do país. A densidade de hubs de inovação, parques tecnológicos, universidades e empresas de médio porte com perfil de inovação colaborativa cria um ambiente favorável para startups com alto potencial de escala e geração de valor.
O Sul Ventures começa com R$ 50 milhões já captados e deve realizar até 20 investimentos ao longo de seu ciclo. Os cheques iniciais vão variar entre R$ 500 mil e R$ 2 milhões, com possibilidade de follow-ons de até R$ 10 milhões em negócios que avancem para rodadas mais maduras, como seed ou série A. Os aportes devem começar a ser feitos no segundo semestre de 2025.
FOCO NA CICLO ENTRE VALIDAÇÃO E CRESCIMENTO EM ESCALA
A estratégia da Primus é ocupar um espaço ainda carente no ciclo de funding das startups sulistas: o momento pós-validação e pré-escalada, onde muitas promessas se perdem pela ausência de capital e suporte qualificado. “Queremos entrar onde grandes fundos ainda não chegam. Nosso olhar é para o potencial e para a construção de valor com visão de futuro”, explica Albino.
Além do capital, o fundo traz uma rede de investidores, mentores e especialistas com experiência em processos de crescimento, internacionalização e M&A. A Primus também aposta na capilaridade institucional: Badesul e BRDE, dois dos principais agentes de fomento da região, serão os primeiros cotistas institucionais do fundo, com protocolo de intenções assinado na véspera do South Summit Brazil, que começa oficialmente nesta quarta (09) em Porto Alegre.
“Estamos em negociações avançadas com investidores institucionais e privados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Também estamos conversando com family offices e investidores estratégicos de São Paulo, interessados em acessar o potencial da Região Sul”, explica Albino.
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