Nem todos vamos ser protagonistas das grandes descobertas, dos achados que mudam a história da humanidade. Por outro lado, pouca coisa nos impede de assumirmos protagonismo em mudanças que impactam nossa vida ou a da comunidade que nos cerca. / Foto: Toa Heftiba (Unsplash)
[15.03.2024]
Por Luiz Salomão Ribas Gomez, CEO da TXM Methods
Grandes corporações globais divulgam com alguma frequência dados que mostram o impacto milionário de produtos recém lançados e revelam a importância da inovação para seus negócios. Com a maior naturalidade, abraçamos serviços que sequer existiam poucos anos atrás. Soluções que pareciam coisa de cinema, como as ferramentas de inteligência artificial, surgem diante de nós como algo impensável e quase de imediato passam a fazer parte da rotina. O surpreendente não assusta e a criação do novo virou rotina. Mas esse mundo da inovação está ao alcance de todos?
A resposta parece paradoxal, mas é até óbvia: sim e não!
Equivocado supor que todos vamos nos transformar em especialistas em inteligência artificial ou programação e vamos liderar uma revolução tecnológica. Ou seja: nem todos vamos ser protagonistas das grandes descobertas, dos achados que mudam a história da humanidade. Por outro lado, pouca coisa nos impede de assumirmos protagonismo em mudanças que impactam nossa vida ou a da comunidade que nos cerca. Nesse sentido, inovar é acessível a todos.
Isso exige a quebra de barreiras que não precisam existir, mas que muitas vezes são obstáculos intransponíveis para alguém acessar o mundo da inovação. Como pesquisador da UFSC, foco meu trabalho em processos de tradução de conceitos em inovação, de ideias em produtos, de valores em marcas. Percebi que é fundamental levar em conta quem é o destinatário da mensagem. Linguagens herméticas precisam ser tornadas acessíveis e claras. Nos últimos anos, tenho desenvolvido muitos projetos que aproximam públicos distintos do mundo da inovação. Parece surpreendente, mas é percebido que adotar um vocabulário simples, que todos compreendem, é parte importante do desenvolvimento de uma nova cultura de inovação.
Ao mesmo tempo, é fundamental encontrar formas de transformar a criatividade em inovação. Ser criativo pode ser visto como algo “natural”. Mas inovação é algo diferente, uma aplicação prática da criatividade – a transformação de um dom em um produto, serviço ou processo de trabalho, necessário e suficiente para atender uma demanda do mercado consumidor ou melhorar a maneira de fazer algo. Nesse sentido, é preciso adotar metodologias que permitam às pessoas preservar sua criatividade, essencial, mas ao mesmo tempo transformar esse talento intangível em algo objetivo. Isso exige pesquisas, testes, validação de ideias – e pode ser desenvolvido com mentorias e ferramentas próprias para isso.
Em 2023, desenvolvemos projetos que mobilizaram mais de 3.100 pessoas em diferentes partes do País – a maioria em Santa Catarina. São pessoas com perfis os mais diversos (diferentes profissões, variada formação educacional, nível de renda variado, entre outras características) e, independente disso tudo, vimos centenas de projetos transformados em realidade. A inovação está ao alcance de todos!
SIGA NOSSAS REDES