A estratégia de inovação aberta da Unimed na Grande Florianópolis

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A estratégia de inovação aberta da Unimed na Grande Florianópolis

Após inaugurar um hub de novos negócios e fazer parceria com nove startups, cooperativa médica cria gerência de Open Innovation para fortalecer conexão com o ecossistema e estimular criatividade dos 1,1 mil funcionários, diz o CEO Richard Oliveira (foto).

Após inaugurar um hub de novos negócios e fazer parceria com nove startups, cooperativa médica cria gerência de Open Innovation para fortalecer conexão com o ecossistema e estimular criatividade dos 1,1 mil funcionários, diz o CEO Richard Oliveira (foto).


[FLORIANÓPOLIS, 25.06.2020]
Redação SC Inova, scinova@scinova.com.br 

O ambiente de inovação em Santa Catarina e o movimento de várias empresas tradicionais – de diversos portes e segmentos – da região em busca de novas tecnologias motivaram a Unimed da Grande Florianópolis a criar uma política interna de open innovation e relacionamento com startups. Em março deste ano –  justamente quando a pandemia da Covid-19 forçou medidas de isolamento social no país – a cooperativa de médicos que atua há quase cinco décadas na região criou uma gerência de Inovação Aberta, liderada por Alexandre Grenteski (que já atuou nesta área na Renault do Brasil), para dar sequência aos primeiros passos dentro do ecossistema de tecnologia local. 

Em 2019, a Unimed se tornou uma das mantenedoras do programa de inovação aberta Link Lab, gerenciado pela Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), em São José, onde conta também com um hospital próprio. No espaço compartilhado do Centro de Inovação Acate em São José, foi criado o hub “Base_U”, formado por Alexandre e o analista de inovação Anderson Antunes Miranda – desde meados do ano passado, a empresa já se conectou a 16 startups e formou nove parcerias por meio do hub. 

Espaço compartilhado no Centro de Inovação Acate em São José, onde opera a Base_U: em menos de um ano, foram 18 startups conectadas pela Unimed e 9 parcerias firmadas. / Crédito: Desterro Arquitetura

Na visão do CEO Richard Oliveira, o objetivo é, além de gerar possíveis novos negócios e tecnologias, “disseminar a cultura de inovação e potencializar a visão criativa nos mais de 1.100 colaboradores” da empresa. As primeiras ações começaram ainda em 2016, com a transformação digital de processos, a criação de portais personalizados e de aplicativos específicos para clientes e para médicos.

Da nova leva de tecnologias adotadas pela Unimed está a implantação de um robô para identificar, por meio de inteligência artificial, o agravamento clínico em pacientes internados em sua unidade hospitalar – trata-se do Robô Laura, que ajuda a antecipar a trajetória de risco nos pacientes e aumenta o tempo de gestão da equipe. Outra novidade – desenvolvida no ecossistema catarinense, pela Softplan – foi a implantação de uma plataforma de big data com inteligência artificial (Dictas) para análise de dados e aplicação dos recursos de forma mais assertiva.

Além disso, a empresa também vem utilizando tecnologias para automatizar agendamentos de consultas e exames por WhatsApp, fone, e-mail e SMS, que ajudaram a reduzir entre 15% e 30% a falta dos pacientes. Para retenção de clientes, a Unimed utiliza uma ferramenta com algoritmo desenvolvido pela equipe interna de TI e, para seleção de novos colaboradores, uma plataforma digitaliza boa parte do fluxo de seleção de candidatos, permitindo um filtro dos profissionais mais qualificados. 

“A inovação é um dos pilares estratégicos e pretende habilitar o lado inovador de cada colaborador da cooperativa. Isto não significa apenas o relacionamento com startups, um dos braços deste movimento, mas todos os parceiros possíveis, incluindo outras corporações e até mesmo áreas de negócio diferentes dentro da nossa estrutura”, reforça Alexandre. 

O Base_U, na visão dele, “é uma ferramenta que nos permite criar conexões entre pessoas, problemas, soluções e inovação. Será a ‘janelinha’ onde publicamos nossos desafios, onde organizamos as nossas oportunidades e onde podemos começar as conversas com parceiros. Acredito pessoal e contundentemente que as colisões são uma das melhores formas de provocar os ‘gatilhos’ da criatividade, colocando nossos colaboradores para trocar experiências com outras empresas, com soluções prontas para o mercado e, repetindo, dentro de casa também!”. 

IMPACTOS DA PANDEMIA E EVOLUÇÃO DO PROJETO

Para o gerente de Inovação Aberta Alexandre Granteski, o novo hub “é uma ferramenta que nos permite criar conexões entre pessoas, problemas, soluções e inovação”. / Foto: Unimed Grande Florianópolis

No mundo pós-Covid-19, as inovações para saúde ganham outra proporção em termos de oportunidade de mercado. “A pandemia, na verdade, coloca sob um enorme holofote a área da saúde. As conexões se estreitam, novos contatos e soluções ficam conhecidos, e isto porque esse ambiente torna-se efervescente”, avalia o CEO Richard. “Certamente haverá uma grande aceleração de projetos relacionados à saúde pelo simples fato destas conexões serem realizadas”.

Para o gerente de Inovação Aberta, um dos indicadores da evolução do projeto é o envolvimento dos colaboradores na identificação e desenvolvimento de novas ideias. Ele inclusive brinca ao dizer que é um compromisso profissional fazer com que a empresa “não precise ter alguém fazendo o que eu faço hoje”, e explica: 

“Isto porque todos os colaboradores estarão habilitados e prontos para se perguntar sempre: “e se!?”, além de bem orientados para onde olhar em cada caso, suportados por um kit mínimo de governança, não criado para ser fricção, mas para ser mais uma ferramenta que facilite sua vida”, resume.