Smart City Expo World Congress Barcelona 2025: a cidade inteligente não é digital – é humana

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Smart City Expo World Congress Barcelona 2025: a cidade inteligente não é digital – é humana

Entre conceitos, soluções tecnológicas, políticas públicas e infraestrutura, o que realmente importa é que as cidades sejam territórios voltados para o sucesso e a felicidade das pessoas

Entre conceitos, soluções tecnológicas, políticas públicas e infraestrutura, o que realmente importa é que as cidades sejam territórios voltados para o sucesso e a felicidade das pessoas. / Fotos: agência SC Inova


[09.11.2025]

Por Jean Vogel, presidente da Câmara de Smart Cities da FIESC e CEO da Ecosystems Builders

Em 2015 estive em Barcelona pela primeira vez, para estudar com Josep Piqué – um dos principais nomes mundiais quando falamos em ambientes de inovação – , conhecer parques tecnológicos, explorar o 22@ e participar do Smart City Expo World Congress, que ainda estava em sua quinta edição.

Desde então, dedico minha trajetória a estudar, trabalhar e dialogar sobre ambientes de inovação e Cidades Inteligentes, um tema que considero estratégico e central para o futuro da sociedade.

Afinal, só uma cidade verdadeiramente inteligente é capaz de oferecer condições reais para uma vida saudável, segura, próspera e feliz. E isso exige muito mais do que 5G, wi-fi em praças ou iluminação em LED.

BARCELONA E O METABOLISMO URBANO DA INOVAÇÃO

Barcelona segue atualizando o que chamo de seu metabolismo urbano: um movimento contínuo de adaptação e eficiência que mantém a cidade viva, criativa, eficiente e atraente.

Aqui, cada projeto é pensado para gerar valor – para as pessoas, não apenas para os sistemas. E é isso que mantém a cidade entre os principais pólos de inovação do planeta, atraindo talentos, investimentos e eventos globais.

Vir a Barcelona é sempre um exercício de reflexão: de um lado, a excitação de ver o futuro em movimento; do outro, a frustração de perceber o quanto ainda estamos distantes de uma cultura urbana que entende a inovação como política pública permanente – ainda que o Prêmio Nobel já tenha atestado isso!

DE SANTA CATARINA PARA O MUNDO:
APRENDIZADOS QUE INSPIRAM

Nesta visita vivi uma experiência especial: liderar uma comitiva de secretários municipais de Blumenau, alunos da pós-graduação em Smart Cities criada em 2023 pela UniSENAI.

Eles vieram observar a cidade sob um olhar prático, objetivo e crítico – buscando não apenas soluções, mas inspiração, algo que Barcelona oferece em abundância.

Missão do MBI de Smart Cities da UniSenai com gestores públicos catarinenses durante o Smart City Expo World Congress, em Barcelona
Missão do MBI de Smart Cities da UniSenai com gestores públicos catarinenses durante o Smart City Expo World Congress, em Barcelona.

A semana foi coroada na sexta-feira, 7 de novembro, quando acompanhamos o prefeito de Joinville, Adriano Silva, e o diretor-geral do SENAI/SC, Fabrízio Pereira, em visita ao 22@, e a tarde, durante o workshop de encerramento, quando pude compartilhar minha visão sobre o tema e as oportunidades que ele oferece – tanto para os secretários de Blumenau quanto para os integrantes da comitiva do iConects, liderada pelo parceiro Gilsoni Lunardi, ex-diretor do CIGA e atual CTO da SmartCityTec.

O resultado foi animador: a presença de oito prefeitos, secretários municipais e de um secretário de Estado sinaliza que o tema começa, enfim, a ganhar a atenção que merece.

CONSTRUINDO O FUTURO DAS CIDADES, AGORA

Atenção que a Federação das Indústrias de Santa Catarina – FIESC, dá desde 2021, quando o então presidente Mário Aguiar me convidou para presidir a Câmara de Smart Cities.

O trabalho amadureceu, culminando na criação do MBI em Smart Cities, em 2023 – um programa inovador, com conteúdo de alto nível e um modelo inédito no país: os alunos formam squads, e aplicam o conhecimento recebido em projetos aplicados, alinhados às suas instituições.

A turma de 2025 segue o mesmo formato e, no próximo dia 5 de dezembro, apresentará 13 projetos capazes de contribuir de forma concreta com a gestão pública e o desenvolvimento urbano. Mas não iremos parar por aqui, pois a turma 2026 já está confirmada!

O FUTURO NÃO É TECNOLÓGICO. É HUMANO

Barcelona continua sendo um espelho do que é possível, mas o verdadeiro desafio está em fazer com que cada cidade brasileira descubra sua própria versão de futuro: inteligente, sustentável, humana e… possível.

Porque o futuro das cidades não é sobre tecnologia.
É sobre pessoas que decidem fazer diferente – hoje!

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