Florianópolis será a base do congresso online da Sociedade Brasileira de Computação em 2021

Principal evento de computação do país terá coordenação de UFSC e Univali e vai debater movimentos de inovação e transformação digital entre 18 e 23 de julho. Na foto, os professores Frank Siqueira (UFSC) e Michelle Wangham (Univali), que detalham o evento para o SC Inova. / Foto: La Via Comunicação/ Divulgação

[FLORIANÓPOLIS, 26.05.2021]
Por Redação SC Inova, com informações da Assessoria de Imprensa

A transformação digital da sociedade está diretamente ligada à área da computação. E os desafios e impactos (socioambientais, econômicos, éticos e culturais) das inovações tecnológicas darão o tom da 41ª edição do Congresso da Sociedade Brasileira de Computação (CSBC 2021), em formato online, mas que terá Florianópolis como base, entre os dias 18 e 23 de julho.

O principal encontro da área de computação do país terá a coordenação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) com o apoio de outras instituições do estado, como UDESC, IFSC e FURB. Serão 25 eventos paralelos com palestras, debates, cursos, concursos, apresentações de trabalhos científicos, reuniões e outras atividades organizadas por membros da Sociedade Brasileira de Computação (SBC).

“A computação e a internet são as principais ferramentas para a transformação digital. Essa mudança radical está ocorrendo muito rapidamente, e precisa ser feita de forma responsável, seguindo preceitos éticos, para garantir que tenhamos uma sociedade justa para todos e que permaneça evoluindo constantemente”, comenta Frank Siqueira, professor da UFSC e um dos organizadores do evento.  

Florianópolis, por sinal, foi sede do primeiro evento da Sociedade Brasileira de Computação, em 1980, recorda a professora Michelle Wangham, da Univali, co-organizadora do CSBC 2021. “Temos em Santa Catarina um grupo de professores e pesquisadores competentes e versáteis que conseguem se adaptar a essas mudanças na organização. A transversalidade da área da computação permite uma abrangência de temas, como inclusão digital, Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), segurança cibernética, Indústria 4.0, ensino remoto, governos digitais e atuação profissional em novos contextos da sociedade”, destaca. 

O encontro terá outros três painéis sobre o tema central do evento: ensino remoto, contexto da computação para indústria 4.0 e privacidade e proteção de dados. As inscrições podem ser feitas pelo site sbc.org.br/csbc2021

Os professores comentam mais detalhes sobre o evento – e os debates que cercam a programação, nesta entrevista:

A computação é a conexão entre a inovação e a transformação digital? Qual a responsabilidade da computação em tempos cada vez mais conectados?

Frank Siqueira – A computação e a internet são as principais ferramentas para a transformação digital. Grande parte da inovação que ocorreu nos últimos anos está ligada ao uso da computação e da internet nos mais diversos segmentos de atuação. Isso faz com que a computação esteja presente no dia a dia de grande parte da população, que tem sua vida, seus princípios e sentimentos influenciados constantemente pelo mundo virtual, que cada vez mais se integra ao mundo real. Essa mudança radical está ocorrendo muito rapidamente, e precisa ser feita de forma responsável, seguindo preceitos éticos, para garantir que tenhamos uma sociedade justa para todos e que permaneça evoluindo constantemente. 

Quais impactos da pandemia serão debatidos no CSBC?

Michelle Wangham – As organizações precisaram passar por transformações digitais muito rápidas, mudanças que levavam meses ou anos de intenso trabalho até serem implementadas tiveram que ser feitas de forma forçada e acelerada. As pessoas tiveram que ressignificar suas relações sociais, suas atividades laborais e seus valores. Necessidade de adaptação, resiliência e o uso intenso da tecnologia marcaram este período. Porém, os avanços tecnológicos expressivos na área da saúde e educação não foram experimentados de forma igualitária por todos. 

Aumento da fome e da pobreza, exclusão digital e colapso das redes de saúde contribuíram para acentuar as desigualdades sociais e regionais. Estes desafios tornam ainda mais urgente o comprometimento dos profissionais da computação com a implantação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. 

“Os avanços tecnológicos expressivos na área da saúde e educação não foram experimentados de forma igualitária por todos”

Como definir o perfil do profissional da computação neste momento de transformação digital? 

Frank Siqueira – Além da tecnologia, ele deve também compreender os processos produtivos e o comportamento do próprio ser humano para que os sistemas computacionais busquem otimizar esses processos. Com a pandemia, por exemplo, o ensino e o trabalho remoto acabaram se tornando vitais nos últimos meses e dependem fortemente de soluções computacionais. Como resultado do seu trabalho, o profissional da área deve fazer com que a tecnologia se integre ao cotidiano do usuário de forma simples e intuitiva. Além disso, ele precisa dominar tecnologias cada vez mais complexas para desenvolvimento de sistemas computacionais, o que exige dele uma grande dedicação e constante aperfeiçoamento. 

Como tem sido a representatividade feminina no mercado e no meio acadêmico da computação? 

Michelle Wangham – A representatividade das mulheres nos cursos de computação e no mercado de trabalho ainda é pequena. Algumas iniciativas visam despertar o interesse de meninas do ensino fundamental e médio para a área da computação. Além disso, algumas empresas de base tecnológica têm firmado compromissos públicos para promoverem a diversidade em seus quadros. Na programação do CSBC, o evento Women in Techonology (WIT) debaterá questões de gênero na área de tecnologia da informação e mostrará uma série de estudos inspiradores como as ações do programa Meninas Digitais da SBC.