Iniciativa da Rumo, maior operadora de ferrovias do Brasil, Projeto Fuse terá base operacional em Florianópolis, com metodologia e suporte da aceleradora Hards. Selecionadas receberão aporte de R$ 200 mil, equity-free.
[FLORIANÓPOLIS, 20.05.2020]
Redação SC Inova, scinova@scinova.com.br
A Rumo, maior operadora de ferrovias do Brasil, lançou nesta semana um programa inédito no país para aceleração de projetos inovadores voltados ao setor ferroviário e logístico. O objetivo do Projeto Fuse é selecionar ideias de startups, empreendedores e pesquisadores que possam resolver, por meio de tecnologia, problemas de acidentes nas “passagem em nível”, os cruzamentos da ferrovia com sistemas rodoviários e urbanos.
As inscrições estão abertas até o dia 26 de junho, pelo site http://projetofuse.com/ e os projetos serão divididos em dois temas: abalroamento (o impacto ou colisão de um trem com veículo não ferroviário) e atropelamento. De acordo com o edital, podem ser enviados projetos tanto por empresas/startups já constituídas quanto de empreendedores, profissionais e pesquisadores individuais.
Na primeira etapa serão pré-selecionados 20 projetos – 10 de cada tema – dos quais quatro vão para a fase de aceleração, que terá base operacional no Instituto da Indústria, em Florianópolis, com metodologia e suporte da Hards, primeira aceleradora de projetos de hardware do país. Nesta fase, prevista para iniciar em setembro e com duração de três meses, os quatro projetos selecionados receberão um aporte financeiro de R$ 200 mil, equity-free (sem participação do investidor na empresa).
“A indústria ferroviária é muito parecida no mundo inteiro. Pequenas ideias que podem viabilizar projetos aqui no Brasil seguramente podem ser expandidas para outros países de forma muito simples”, avalia Roberto Rubio, diretor de Tecnologia da Rumo, empresa com sede em Curitiba e que administra cerca de 14 mil quilômetros de ferrovias em nove estados do país, além de ter maior operação de trens semi autônomos da América Latina.
A base de ativos é formada por mais de mil locomotivas e 28 mil vagões, que poderão ser utilizados como base de teste para as novas tecnologias desenvolvidas. O projeto Fuse tem apoio institucional da Agência Curitiba de Desenvolvimento e do Governo do Paraná, importantes pilares do ecossistema de inovação local.
A participação da Hards no processo, aponta o CEO Marcos Buson, “é dar suporte para as startups selecionadas terem produto e modelo de negócio, estruturação e apoio de mentores. No espaço do Instituto da Indústria, os empreendedores terão acesso a um ecossistema integrado para prototipagem e desenvolvimento de hardware”. A aceleradora iniciou as atividades no final de 2019 e deve formar nos próximos meses a primeira turma de startups, que recentemente adequaram suas soluções e serviços para apoiar a indústria nacional no combate à Covid-19.
Na visão de Rubio, o setor de ferrovias e logística é um prato cheio para desenvolver novas soluções e tecnologias. “Ninguém conecta imediatamente inovação e ferrovias, mas há uma capacidade imensa para criação, pois o setor começou a pensar no digital há menos de cinco anos. O Brasil é o país do agronegócio, que por sua vez está conectado na essência à malha ferroviária – inovação pode significar um aumento na capacidade de entregas com segurança, além de gerar um custo adequado para sermos mais competitivos”, resume.
O cronograma e o regulamento do Projeto Fuse está disponível neste link.
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