Este é o foco das discussões e projetos da Vertical Governança e Sustentabilidade da ACATE, que lança em julho publicação inédita no país com indicadores e modelos para serem implantados nas empresas.
Quando se fala em “sustentabilidade” no ambiente de negócios, o complemento que logo vem à cabeça é o aspecto ambiental. Mas o conceito de ser uma empresa sustentável vai muito além da preocupação com o meio-ambiente: é antes de tudo, ser um negócio viável e lucrativo que gere empregos e traga impactos positivos para a sociedade.
No ambiente de tecnologia, um segmento que naturalmente gera baixo impacto ambiental, a prática de ações sustentáveis ganha outro viés: como levar à gestão políticas que permitam o desenvolvimento saudável do negócio a partir de indicadores e modelos claros. Esta necessidade levou à criação da Vertical Sustentabilidade em 2012, agregando um amplo escopo de empresas que atuam tanto com desenvolvimento de soluções voltadas a área ambiental e gestão de recursos naturais, quanto eficiência energética e automação, biotecnologia, digitalização de negócios e responsabilidade social, entre outras.
“As empresas de tecnologia eram estimuladas por seus clientes a instituir políticas e práticas que pudessem contribuir com seu crescimento. Ao longo desses anos, nosso desafio era entender como práticas de sustentabilidade e governança poderiam ser aplicadas no ambiente de TI”, explica Gerson Zimmer, fundador da Umwelt Biotecnologia Ambiental e diretor da Vertical Sustentabilidade, que recentemente incluiu também a área de Governança.
Além de empresas do setor de tecnologia, participam do grupo – hoje formado por 15 empresas – entidades como o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBCG) e a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC). A ideia inicial, lembra Gerson, era gerar conhecimento aos empreendedores da área por meio de eventos e publicações sobre ferramentas e indicadores de sustentabilidade.
“Construímos um primeiro projeto a partir de referências de sustentabilidade que haviam no mercado e adaptamos para o ambiente de tecnologia. Havia um volume muito grande de indicadores, mais de 150, que acabava englobando realidades muito diferentes, desde startups a empresas de grande porte”, comenta o diretor. A ideia então foi simplificar o projeto, transformando-o em uma ferramenta de gestão a partir de um volume menor de indicadores: cultural, econômico e financeiro, política e governança, além de ambiental.
O resultado será apresentado em um “Caderno de KPIs” (indicadores de performance), material com conteúdo inédito no país que a Vertical lança no próximo mês de julho. “O objetivo é criar algo inédito, uma base comum para associados da Acate e para a comunidade de tecnologia em geral com relação aos principais indicadores de sustentabilidade em vários eixos, pessoas, processos, mercado, resultados, compliance e governança”, explica Miguel Rivero Neto, empreendedor e especialista em metodologias como OKRs (objetivos e resultados chave) e KPIs.
“Reunimos vários especialistas e fizemos uma seleção dos principais indicadores para este segmento de mercado e, mais do que isso, elencamos as fórmulas de cálculo desses indicadores. Isso ajuda tanto quem parte do zero ou quem já tem seus indicadores, para então trabalhar dentro de um modelo estruturado”, resume Miguel.
NOVOS PROJETOS EM 2019
Uma das empresas de TI da capital catarinense que fazem parte desde o início da Vertical é a Nexxera, que desenvolve soluções para ambientes digitais de pagamento e tem um braço social, o Instituto Nexxera, uma plataforma de inovação social que trabalha com desenvolvimento de empreendedores e negócios de impacto e educação empreendedora.
Segundo Carla Cunha, gerente do Instituto Nexxera e vice-diretora da Vertical, entre as próximas ações a serem realizadas – além do lançamento do Caderno de KPIs – são eventos para orientar empresas de tecnologia interessadas em apoiar projetos de incentivo à inovação e cultura (agosto) e também sobre compliance na área ambiental em outras regiões do estado. Ainda nesse ano, em conjunto com outros parceiros, a Vertical deve participar do lançamento de um prêmio para reconhecer práticas sustentáveis de empresas engajadas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente nas áreas de produtos, processos e projetos.
“Nosso papel como vertical é fomentar um conceito de perenidade. Muitas empresas não tem esse foco nem visão de longo prazo”, ressalta. “Um dos desafios que temos é levar a cultura de governança para as startups, para desde o começo da empresa o empreendedor tenha isso claro e que permita também um crescimento sustentável. A visão sobre sustentabilidade na tecnologia ainda é muito deturpada e queremos desenvolver exemplos no mercado para ajudar a disseminar estas práticas”, diz Carla.
Como resume o diretor da Vertical, “o que não é medido não pode ser gerenciado. Então a ideia de criarmos uma referência é dar algo que o empresário não tem – uma consultoria tem preço elevado. Queremos gerar sustentabilidade para evitar a mortalidade das empresas e tornar a Vertical em referência na formação de conhecimento de ponta”.
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