Florianópolis pode triplicar população de nômades digitais até 2030

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Florianópolis pode triplicar população de nômades digitais até 2030

Atualmente, a “capital das startup” conta com mais de 5 mil pessoas com esse perfil, aponta estudo lançado pela consultoria DashCity

Atualmente, a “capital das startup” conta com mais de 5 mil pessoas com esse perfil, aponta estudo lançado pela consultoria DashCity – objetivo é monitorar impacto econômico e atratividade da cidade como hub de trabalho remoto. / Foto: João Roger Goes Pereira (Unsplash)


[15.09.2025]
Por
SC Inova + Ecosystems

Florianópolis consolidou nos últimos anos uma trajetória de alta na economia dos nômades digitais e, se mantiver o ritmo projetado, pode ultrapassar a marca de 13 a 15 mil profissionais remotos até 2030, com impacto direto estimado em cerca de R$ 1,5 bilhão por ano. É o que conclui o Observatório Digital Nomads Florianópolis, apresentado na última semana em Florianópolis pela DashCity, consultoria especializada em inteligência territorial, que analisou múltiplas dimensões do desenvolvimento da capital catarinense para os próximos dez anos.

De acordo com a pesquisa, o contingente de nômades deve chegar a 5.666 em 2025, o que representa um crescimento de 224% desde 2018. A projeção mais citada indica um cenário de até 15 mil nômades digitais em 2030 (intervalo de 10,3 mil a 15,8 mil, a depender do ritmo anual), reforçando o status da cidade como um dos destinos mais dinâmicos do planeta para esse público.

Esse salto ocorre em sintonia com rankings globais: em 2023, Floripa apareceu como o 2º destino que mais cresceu no mundo em atração de nômades digitais nos últimos cinco anos, segundo dados compilados da Nomad List — atrás apenas de Tirana (Albânia).

O perfil traçado pelo estudo mostra predominância de profissionais de tecnologia, produto, marketing e design, com permanência média próxima de um mês e forte arbitragem de custo de vida quando comparada a hubs como Lisboa ou Dubai. Essa combinação, somada à densidade tecnológica local e ao ambiente de comunidades e hubs que recebem esse público — caso do próprio Founder Haus, em Jurerê Internacional, que sediou o lançamento e organiza eventos regulares voltados a founders e trabalhadores remotos —, ajuda a reforçar a equação “qualidade de vida + densidade tech + custo competitivo” que faz da Ilha um polo de atração.

O estudo também estima que, no cenário moderado, o impacto econômico direto da presença nômade pode dobrar até 2030, chegando a aproximadamente R$ 1,5 bilhão por ano e impulsionando setores como hospedagem de média e longa estadia, coworkings, alimentação, mobilidade e experiências. 

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Para sustentar esse crescimento, permanecem na agenda desafios estruturais já mapeados por atores do ecossistema: mobilidade urbana (picos sazonais e conexão entre bairros), sazonalidade de preços da habitação, políticas de atração (visto, facilidades tributárias e serviços em inglês) e melhoria da conectividade internacional — tanto aérea quanto digital.

Para o setor de tecnologia e inovação de Santa Catarina — onde o share de PIB tech municipal é historicamente relevante —, a consolidação de Floripa como hub global de nômades digitais cria um ciclo que pode ampliar a base de talentos flutuantes conectados a times locais, eleva a demanda por serviços de alta qualificação e ajuda a internacionalizar o ecossistema por meio de novas conexões com mercados estratégicos.

Em paralelo, a “economia da estadia” tende a sofisticar ofertas em hospitalidade, mobilidade e bem-estar, favorecendo a criação de produtos e experiências voltadas ao público remoto.

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