Por que SC está investindo em inovação?

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Por que SC está investindo em inovação?

As crises, ao longo da história, têm servido entre outras coisas para deixar claro que precisamos transformar certas estruturas.

por Jean Vogel*

As crises, ao longo da história, têm servido entre outras coisas para deixar claro que precisamos transformar certas estruturas. Os próprios governos e os sistemas educacionais são modelos muito antigos esperando sua vez de serem revolucionados em favor das pessoas e do progresso.

No Brasil, temos deixado para trás muitas oportunidades de promover as mudanças capazes de colocar o sistema para jogar a favor das pessoas, de dar vazão aos nossos talentos naturais. A criatividade, o espírito empreendedor, a habilidade social, a inventividade, a solidariedade, a capacidade de superação, a tolerância, a flexibilidade, a alegria e a autenticidade são ativos preciosos de nosso povo e podem ser perfeitamente canalizados para o empreendedorismo e a inovação.

Canalizar esses talentos para negócios e para transformar as estruturas disfuncionais significa criar uma nova geração de inovadores que pode redirecionar o futuro de Santa Catarina. Esse foi o papel dos pioneiros de outros tempos, como Atílio Fontana, fundador da Sadia, em Concórdia; de Saul Brandalise, da Perdigão, em Videira; dos amigos Werner, Egon e Geraldo, que iniciaram a WEG em Jaraguá do Sul; Maximiliano Gaidzinski, fundador da Eliane, em Cocal do Sul; Cesar Gomes, com a Portobello, em TIjucas, só para citar alguns exemplos.

Esses pioneiros foram coprodutores de um estilo conhecido como “modelo catarinense de desenvolvimento”, um sistema baseado em setores econômicos diversos, na força dos empreendedores locais da pequena propriedade e pequenos negócios, no cooperativismo, nas vocações locais, desconcentração da riqueza e da população, entre outras coisas.

Não são raros, porém, os estudos que denunciam as fissuras que o modelo vem sofrendo há algumas décadas e os riscos de que se enverede pelo modelo concentrador, excludente e contaminante praticado em muitas regiões do Brasil [VIEIRA, 2006; ANDION, 2007; RÉUS, 2012].

A economia dá sinais de desgaste não apenas pelo cenário de crise e instabilidade nacional, mas também pela necessidade de uma guinada em nossa matriz econômica, uma guinada capaz de nos levar na direção de maior eficiência e competitividade internacional, da economia do conhecimento, da agregação intensiva de tecnologia nos processos, produtos e serviços e, finalmente, das inovações disruptivas. Aquelas que mudam o rumo das coisas e geram mais valor.

O foco dos esforços está na valorização das qualidades naturais e insumos nos quais Santa Catarina se destaca: potencial humano (educação e formação), recursos naturais e situação geográfica.

Temos pela frente um longo caminho de esforços e investimentos a serem realizados, além da necessidade de uma profunda unificação das agendas do Desenvolvimento Econômico e da Ciência, Tecnologia e Inovação com o setor educacional, por exemplo. Motivado por este contexto de mudanças internas e externas, o Governo do Estado tem planejado e já vem investindo em um conjunto de iniciativas para elevar Santa Catarina no cenário internacional, posicionando nosso estado como uma economia mais moderna, eficiente e inovadora.

O foco dos esforços está na valorização das qualidades naturais e insumos nos quais Santa Catarina se destaca: potencial humano (educação e formação), recursos naturais e situação geográfica. As ferramentas à nossa disposição, como a gestão do conhecimento, a colaboração intersetorial e o compartilhamento farão o papel de facilitadores deste processo. Perseguiremos um modelo de desenvolvimento sustentável, regionalmente equilibrado e intensivo em conhecimento. Apostaremos que as políticas a favor da Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação e Empreendedorismo serão a chave desta conquista.

Assim, encorajamos todos os cidadãos, empresas e organizações catarinenses a direcionar seus esforços para consolidar esta visão de Santa Catarina: um estado empreendedor e altamente inovador, além de forte, dinâmico, diversificado, justo e sustentável. Um estado preparado para viver o melhor do século XXI.

Jean Vogel é diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS)