[DIÁRIOS DA IA] Transformação Ambidestra: a “resiliência EPIC” e a manutenção da mentalidade de crescimento

Voce está em :Home-Opinião, Sociedade-[DIÁRIOS DA IA] Transformação Ambidestra: a “resiliência EPIC” e a manutenção da mentalidade de crescimento

[DIÁRIOS DA IA] Transformação Ambidestra: a “resiliência EPIC” e a manutenção da mentalidade de crescimento

Esta transformação só será realizada quando indivíduos, equipes e organizações desenvolvem resiliência emocional, física, intelectual e criativa

A transformação ambidestra, impulsionada pela IA, só pode ser plenamente realizada quando indivíduos, equipes e organizações desenvolvem resiliência emocional, física, intelectual e criativa. / Imagem: SC Inova/DALL-E


[10.09.2024]

Por Eduardo Barbosa, CEO da Brognoli Imóveis e um dos responsáveis pelo Conselho Mudando o Jogo (CMJ) em SC e RS. Escreve sobre inteligência artificial no ambiente corporativo na série “Diários de IA”

À medida que avançamos para uma era cada vez mais marcada pela inteligência artificial (IA) e automação, a capacidade de adaptação de indivíduos, equipes e organizações é mais crucial do que nunca. A transformação digital, quando bem implementada, acelera processos, otimiza resultados e desbloqueia novas oportunidades de inovação. 

No entanto, a verdadeira transformação ambidestra, que equilibra a exploração de novas tecnologias com a maximização do que já se sabe, requer mais do que apenas a adoção de IA. Ela exige um tipo especial de resiliência — uma resiliência EPIC (Emocional, Física, Intelectual e Criativa) que permite manter uma mentalidade de crescimento diante de incertezas e mudanças rápidas.

Neste artigo, vamos explorar como essa abordagem multifacetada à resiliência pode ajudar organizações e indivíduos a prosperarem na era da IA, superando o medo de se tornarem obsoletos e adotando uma postura de aprendizado e inovação contínuos. 

A adoção plena da IA vai muito além da mera tecnologia; ela envolve um compromisso profundo com o desenvolvimento humano e a reinvenção constante.

Resiliência Emocional: É a base da transformação. Em um mundo onde a IA está mudando rapidamente a forma como trabalhamos, muitos enfrentam o FOBO (Fear of Becoming Obsolete) — o medo de se tornarem obsoletos. Para enfrentar essa ansiedade, líderes e equipes precisam desenvolver uma capacidade emocional de lidar com a incerteza, aceitando a mudança como uma oportunidade de crescimento. As emoções são poderosas e, se bem gerenciadas, podem ser uma força transformadora que motiva a inovação. Ao criar ambientes de trabalho que priorizem a saúde emocional, as organizações podem estimular uma cultura de aceitação e entusiasmo pelo novo, em vez de resistência.

Resiliência Física: Refere-se à capacidade de manter o corpo e a mente saudáveis para enfrentar os desafios trazidos pela IA e pela transformação digital. Em um ambiente de trabalho cada vez mais acelerado e exigente, manter um nível adequado de energia e bem-estar físico é essencial para sustentar o desempenho intelectual e criativo. A adoção de IA pode aumentar a pressão em alguns aspectos do trabalho, e a resiliência física ajuda a suportar essa demanda sem comprometer a capacidade de se adaptar e inovar.

Resiliência Intelectual:  é a capacidade de aprender continuamente, expandir horizontes e adotar uma mentalidade de crescimento. Com a introdução da IA, as funções cognitivas humanas estão mudando de foco, com um aumento da necessidade de resolver problemas complexos e pensar criticamente. Em vez de temer a automação, a resiliência intelectual nos incentiva a fazer melhores perguntas, explorar novos dados e encontrar maneiras criativas de usar a IA para solucionar problemas. Organizações que incentivam o aprendizado contínuo e o pensamento crítico estão mais bem equipadas para adaptar suas equipes e tirar proveito das oportunidades oferecidas pela IA.

Resiliência Criativa: É a capacidade de gerar novas ideias e abordagens, mesmo em face de incertezas ou desafios. Embora a IA seja excelente para lidar com tarefas repetitivas e baseadas em dados, ela ainda não consegue replicar a criatividade humana. Aqui, a resiliência criativa se destaca: ela nos impulsiona a experimentar novas formas de usar a IA para inovar, permitindo que exploremos soluções que nunca foram consideradas antes. Ao abraçar a resiliência criativa, as organizações podem criar ambientes onde a ousadia e a originalidade floresçam, rompendo barreiras e construindo um futuro mais inovador.

LEIA AQUI TODOS OS ARTIGOS DOS “DIÁRIOS DA IA” 

A transformação ambidestra, impulsionada pela IA, só pode ser plenamente realizada quando indivíduos, equipes e organizações desenvolvem uma resiliência EPIC: Emocional, Física, Intelectual e Criativa. Cada uma dessas dimensões contribui para a construção de uma mentalidade de crescimento, permitindo que todos se adaptem de forma contínua às novas tecnologias e tirem o máximo proveito delas. 

Somente com esse tipo de resiliência poderemos navegar pelo futuro da IA e colher os benefícios de uma era digital que ainda está em constante evolução.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

  • Dominguez, Sally. (2024). Dual Transformation: Augmenting Human Work with AI and EPIC Resilience. Singularity Group: Este documento explora a importância da resiliência emocional, física, intelectual e criativa (EPIC) na era da IA, abordando como líderes e equipes podem manter uma mentalidade de crescimento e inovação.
  • Christensen, Clayton M. (2016). Dual Transformation: How to Reposition Today’s Business While Creating the Future. Harvard Business Review Press: Clayton Christensen é conhecido pelo conceito de inovação disruptiva e apresenta uma abordagem ambidestra para gerenciar as transformações digitais e culturais nas organizações.
  • Teller, Astro. (2021). Bravery and Creativity in the Age of AI: Leadership Lessons from X. X (ex-Google X) Publications: Teller, ex-CEO do X (laboratório de inovação da Alphabet), defende a importância da coragem e criatividade no avanço das tecnologias emergentes, incluindo a IA.
  • Senge, Peter M. (2006). A Quinta Disciplina: A Arte e a Prática da Organização que Aprende. Editora BestSeller: Peter Senge aborda a importância de uma mentalidade de crescimento e aprendizado contínuo, elementos-chave para desenvolver resiliência intelectual e emocional nas organizações.
  • Dweck, Carol S. (2006). Mindset: The New Psychology of Success. Ballantine Books: Dweck popularizou o conceito de “mentalidade de crescimento”, crucial para entender como indivíduos e organizações podem adotar uma abordagem mais resiliente e adaptativa em tempos de transformação.
  • Heifetz, Ronald A., Grashow, Alexander, & Linsky, Marty. (2009). Leadership in a (Permanent) Crisis. Harvard Business Review: Este artigo explora como líderes podem desenvolver resiliência em suas organizações durante crises contínuas, um conceito central para a transformação digital e adoção de IA.

LEIA TAMBÉM: