Tendências: por que você vai usar menos aplicativos em 2018

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Tendências: por que você vai usar menos aplicativos em 2018

Entenda como a evolução da tecnologia está mudando a forma como interagimos com os apps

Entenda como a evolução da tecnologia está mudando a forma como interagimos com os apps

A onda dos aplicativos que tomou conta da web desde a ascensão dos smartphones pode virar uma “marolinha” nos próximos anos. Mesmo com a expansão do consumo digital, a maneira como baixamos e utilizamos apps de serviço não será a mesma daqui pra frente, ainda que este mercado movimente cerca de US$ 70 bilhões, segundo estimativa feita pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em 2015.

“Cada vez mais percebemos que as pessoas têm menos aplicativos instalados em seus celulares – e isso mesmo com os aparelhos ganhando mais espaço a cada ano”, comenta Glauco Neves, diretor de tecnologia da mobLee, startup com sede em Florianópolis especializada em aplicativos para eventos. Ou seja: as coisas vão ficar cada vez mais difíceis para quem desenvolve apps com funções muito específicas.

Isso não quer dizer que apps campeões de audiência como WhatsApp, Uber e redes sociais (Facebook, Instagram, Pinterest) vão sumir do mapa. É justamente a capacidade multiuso destes softwares que vem tornando-os indispensáveis: “menos aplicativos estão fazendo muito mais coisas”, opina Glauco, já que “as pessoas pedem comida por WhatsApp, respondem pela empresa e gerenciam eventos pelo Facebook. Ou seja, a oferta de serviços nestes aplicativos vem aumentando”.

Segundo ele, a melhoria das condições de conectividade, a disponibilidade de wi-fi e a navegação em sites também contribuem para a mudança de comportamento dos usuários: “hoje você consegue ter uma boa experiência usando mapas e buscando informações direto nos navegadores que não havia desde que os smartphones foram lançados, em 2007. Até mesmo quem utiliza planilhas e documentos consegue resolver utilizando uma única solução, como a do Google”.

Progressive web app e app container: as novidades do mercado

Cada vez mais percebemos que as pessoas têm menos aplicativos instalados em seus celulares – e isso mesmo com os aparelhos ganhando mais espaço a cada ano”, comenta Glauco Neves, CTO da mobLee.

Recentemente a Apple anunciou novas regras para a publicação de aplicativos em sua loja virtual. De acordo com a nova diretriz, os chamados apps white-label (que tem menor grau de personalização, desenvolvidos a partir de um template padrão e que podem ser utilizados para diversos clientes, por exemplo) não serão mais permitidos. A Apple justificou a decisão como uma forma de melhorar a curadoria da sua loja de aplicativos, diminuindo o número de soluções disponíveis e aumentando a qualidade delas. A consequência natural da nova resolução será a diminuição do número de apps no disponíveis.

A bola da vez neste mercado será o “progressive web app“, que leva a experiência de um aplicativo dentro de uma página web, não exige instalações e que pode ser utilizado mesmo offline e em redes instáveis. A tecnologia ainda não tem suporte total para iPhone, mas já roda em sistemas Android e em navegadores como o Chrome.

Outra tendência são os chamados “app container”, modalidade que consiste em um único aplicativo abrigando várias marcas, como o iFood: diferentes restaurantes compilados dentro de uma única solução. “Neste formato a operação fica muito mais fácil, não precisa comunicar o app e mandar para a loja. Assim é possível também se valer da experiência de progressive web app e conectar com outros usuários”, detalha Glauco.

A tendência obrigou a mudança de rotas em algumas empresas de desenvolvimento de aplicativos. A mobLee, por exemplo, surgiu em 2012 com foco em apps para eventos e mesmo crescendo de maneira acelerada, repensou seu posicionamento. Desde o ano passado, vem apostado em soluções agregadas para os organizadores de eventos, como produção de sites (o do StartupSC Summit é um exemplo), plataforma de inscrição e captação de contatos via app para expositores, por exemplo. “Acompanhamos esta tendência ao longo do ano passado e ficou claro que não poderíamos viver apenas em função de aplicativos”, conclui.

E, provavelmente, o usuário do futuro também não poderá.