[OPINIÃO] Sua comida vai chegar voando – e não será só ela

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[OPINIÃO] Sua comida vai chegar voando – e não será só ela

Permissão da Anac para uso de drones em entregas representa, para o mercado de distribuição, uma porta fundamental para a “logística 3.0”

Permissão da Anac para uso de drones em entregas representa, para o mercado de distribuição, uma porta fundamental para a “logística 3.0” – mas é só a ponta do iceberg. / Foto: Ricardo Gomez Angel (Unsplash)


[08.02.2022]

Por Jean Carlos Pereira, COO da Lincros

Recentemente, o iFood, uma das maiores foodtechs do mundo, recebeu aval da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) para utilizar drones em seus processos de entrega. A decisão é inédita no Brasil e na América, e abre portas para o crescimento de novas oportunidades de logística ágil. 

Para o consumidor, uma nova experiência de consumo deve ditar entregas ainda mais rápidas. Para os entregadores, maior volume de entregas a partir do droneport ao consumidor final (visto que a ideia é que os drones façam trajetos de 3 quilômetros até “pontos de encontro”). Para o mercado de distribuição, uma porta fundamental no que diz respeito à logística 3.0.

Desde o início da pandemia os processos relacionados às entregas vêm sendo otimizados, mas a partir de agora a velocidade de adaptação para uso de novas tecnologias deve ser cada vez maior. Em pouco tempo não será apenas a sua comida que vai chegar voando (ao menos, para o entregador do last mile, em primeiro momento), mas também o seu eletrônico, sua roupa, seus livros.

É importante considerar que os testes da foodtech para uso de drones já vinham ocorrendo desde 2020 – portanto não é, para a empresa, algo totalmente novo. Mas a decisão que deve movimentar o desejo de outras grandes marcas globais pela liberação do uso dos dispositivos. E, consequentemente, maior agilidade de entregas, baseadas em tecnologia.

SERVIÇO DEMANDA PROCESSO LOGÍSTICO MONITORADO DE PONTA A PONTA

Neste processo, vale ressaltar, a tecnologia dos drones é apenas uma parte envolvida no processo. Para a evolução da distribuição (e maior competitividade junto ao consumidor final), é necessário construir um processo logístico monitorado de ponta a ponta. Da central ao motorista do last mile (“última milha”, a entrega final), as informações devem ser integradas, atualizadas em tempo real, e as entregas organizadas de modo eficiente, otimizando rotas para diminuição de custos e tempo.

Há, no entanto, um caminho muito longo a se percorrer em muitos negócios, que ainda controlam suas entregas manualmente e sem qualquer visibilidade durante a entrega – e  colhem, como resultados, custos elevados, má distribuição, perda de pedidos e clientes insatisfeitos.

O uso da malha aérea através de drones é só a ponta do iceberg para novos processos logísticos eficientes – já vemos soluções comuns como o GPS, integrados a soluções de gestão e de mapas atualizados para a construção de rotas, por exemplo. Em breve, deveremos ter mais dispositivos para a distribuição, proporcionando maior sustentabilidade, aumento dos lucros, redução de custos, agilidade e segurança logística.

Cabe ao gestor desta área estar atento às mudanças para garantir que seu produto também chegue com qualidade e rapidez, proporcionando uma experiência única ao cliente – seja ela por ar ou terra.