“Há um movimento para criar os filhos de forma mais igualitária. Logo vamos sentir esta mudança no processo de escolha profissional das mulheres”, opina Amanda Santos (foto), gestora de projetos no DOT digital group, de Florianópolis
No Brasil, apenas 20% dos profissionais que atuam no segmento de tecnologia são mulheres. Há um consenso de que, historicamente, os pais e a sociedade em geral não estimulam meninas a se profissionalizar em áreas tecnológicas. De fato, ainda é baixo o índice de mulheres nos cursos de engenharia, especialmente em ciências da computação. É um círculo vicioso: o mundo predominantemente masculino acaba inibindo e afastando as profissionais mulheres.
Mas há cada vez mais mulheres que não se deixam intimidar. Amanda Santos, gestora de projetos no DOT digital group, atua há 10 anos no setor de tecnologia de Florianópolis, e conta que sempre buscou seu espaço. Em 2016, percebeu que podia ajudar outras mulheres a se posicionarem melhor. Na próxima sexta-feira, 8 de março, ela será uma das debatedoras no evento Trajec(S)tories, promovido pela ACATE Downtown, no centro de Florianópolis. O evento é gratuito e ocorre das 8 às 12 horas.
Como começou seu trabalho de encorajar a presença de mulheres no setor de TI?
Amanda – Comecei a entender sobre sororidade em 2016 ao participar de um curso de liderança para mulheres chamado Springboard. Percebi a importância das mulheres criarem as suas redes de apoio, trocarem experiências e se apoiarem para irem em frente e buscarem o que querem. No ano passado, fui convidada para um dos eventos das Anitas (grupo que estimula o empreendedorismo feminino em TI) e também participei como Mulher Inspiradora no Springtech – curso de liderança para mulheres na tecnologia.
Hoje, existem muitas mulheres que atuam na área, mas se sentem solitárias e pouco encorajadas a seguirem em frente, muitas vezes sobrecarregadas por uma jornada dupla entre casa e trabalho. Encontros como o Trajec(S)tories ajudam muito a criar uma rede de apoio para superar os desafios e dificuldades das mulheres em posição de liderança e, consequentemente, a alcançar um equilíbrio maior do setor de tecnologia na questão de gênero.
Grande parte das mulheres não se sentem encorajadas para buscar uma formação na área de engenharia ou de tecnologia
Por que as mulheres são minoria no segmento?
Amanda – Acredito que o principal motivo ainda está ligado ao processo de criação e aos direcionamentos e escolhas da mulher em relação ao que ela irá estudar na faculdade. Grande parte das mulheres não se sentem encorajadas para buscar uma formação na área de engenharia ou de tecnologia. Durante toda a sua infância, seus pais só incentivaram a brincar com “coisas de menina”.
Você vê avanços da presença das mulheres na área?
Amanda – Vejo um movimento grande por parte da sociedade e dos pais atuais em tentar criar seus filhos de forma mais igualitária e logo logo vamos sentir esta mudança no processo de escolha profissional das mulheres. Eu mesma escolhi me formar em moda e ao acaso cheguei na área de tecnologia. Acredito que ao mostrar que é possível, encorajamos outras mulheres a buscar o conhecimento necessário para entrar neste mercado.
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