RD SUMMIT 2024: Inteligência Artificial, a nova era da criatividade humana

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RD SUMMIT 2024: Inteligência Artificial, a nova era da criatividade humana

Evento de marketing digital e vendas revelou o poder da IA para impulsionar a estratégia e gerar uma conexão mais profunda com o público.

Evento de marketing digital e vendas, que encerra nesta sexta (08), revelou o poder da IA para impulsionar a estratégia e gerar uma conexão mais profunda com o público. / Fotos: Divulgação


[SÃO PAULO, 08.11.2024]
Por Aline Cabral Vaz, direto do RD Summit, especial para o SC Inova 

A edição 2024 do RD Summit, realizada pela segunda vez em São Paulo, trouxe à tona um novo olhar sobre a inteligência artificial (IA): longe de ser apenas uma tecnologia para otimizar processos, ela se mostrou uma aliada estratégica, capaz de expandir a criatividade e as habilidades humanas. Nas palestras de especialistas renomados, o evento se firmou como uma vitrine para discutir como o uso inteligente da IA permite decisões mais embasadas e uma conexão mais profunda com o público, unindo o poder do digital ao olhar humano essencial.

O evento mostrou ao longo de três dias, em diferentes abordagens, que a inteligência artificial, aliada ao olhar humano, inaugura uma nova era para o marketing e a comunicação. Em um cenário onde a tecnologia cuida das tarefas operacionais, profissionais de marketing podem voltar ao essencial: a criação de histórias que emocionam, conectam e inspiram. Em vez de substituir o ser humano, a IA eleva o potencial criativo, enquanto ferramentas como o TikTok e o WhatsApp, quando combinadas a uma estratégia inteligente, abrem portas para novas formas de engajamento e proximidade com o público.

A mensagem dessa edição é a de que o futuro do marketing é mais humano do que nunca. Enquanto a tecnologia avança, o toque humano, a empatia e a capacidade de contar histórias são os pilares que definirão o sucesso na comunicação. O verdadeiro diferencial está em saber usar a IA  para, mais do que nunca, valorizar o que nos torna únicos: nossa criatividade, nosso olhar e nossa habilidade de criar conexões profundas.

IA: POTENCIALIZADORA, NÃO SUBSTITUTA

Vitor Peçanha, fundador da PbyP School, abriu sua apresentação com uma provocação: “Você sabe que não é uma IA?” Questionando os limites e as possibilidades do uso de tecnologias como o ChatGPT, Peçanha explicou que a IA não veio para substituir o ser humano, mas para amplificar suas capacidades. Segundo Peçanha, a IA se torna uma ameaça apenas para quem não entende como usá-la como aliada.

Para ele, embora a IA assuma tarefas mecânicas e repetitivas — como análise de SEO ou automação de campanhas —, é o toque humano que cria a verdadeira conexão. Ele citou a campanha icônica da Red Bull, onde um paraquedista saltou da estratosfera, capturando a atenção do mundo inteiro. “Isso é algo que a IA não entrega. A IA facilita, mas a emoção, o storytelling e a profundidade são 100% humanos”, afirmou, reforçando que o futuro do marketing está nas emoções e no engajamento genuíno.

A mensagem dessa edição é a de que o futuro do marketing é mais humano do que nunca
A mensagem dessa edição é a de que o futuro do marketing é mais humano do que nunca. / Foto: Divulgação

TIKTOK: A VIRADA PARA UMA PLATAFORMA DE APRENDIZADO 

Silvia Belluzzo, diretora de marketing para pequenas e médias empresas do TikTok na América Latina, compartilhou uma visão inovadora sobre o papel do TikTok. “Não é uma rede social, é uma plataforma de entretenimento”, disse. Segundo ela, a plataforma evoluiu de um organizador de conteúdo para uma verdadeira fonte de descobertas, oferecendo experiências que combinam entretenimento e aprendizado. 

Para pequenos negócios, essa transformação permite alcançar novos públicos de forma orgânica e com relevância contextual. Silvia destacou como o TikTok educa seus usuários e proporciona uma jornada de aprendizado, permitindo que os empreendedores se conectem de forma mais profunda com suas comunidades.

WHATSAPP: ESTRATÉGIAS DE PROXIMIDADE COM O CLIENTE

A proximidade que o WhatApp proporciona ao usuário faz dele o lugar mais íntimo da comunicação digital, afirmou o consultor JP do Whats
A proximidade que o WhatApp proporciona ao usuário faz dele o lugar mais íntimo da comunicação digital, afirmou o consultor JP do Whats. / Foto: Thiago Guedert (Divulgação)

No cenário digital, até ferramentas do dia a dia, como o WhatsApp, ganharam destaque estratégico. JP do Whats, referência no uso corporativo do app no Brasil, mostrou que, quando bem utilizado, a rede pode ser um poderoso canal de vendas e relacionamento. “Jamais deixe o cliente no vácuo”, alertou, enfatizando que a agilidade no atendimento é fundamental para a confiança. JP destacou ainda a importância de respeitar a privacidade e o timing do usuário, evitando o spam e construindo interações personalizadas que geram valor para o cliente. “A comunicação no WhatsApp é íntima e direta. Usar esse canal sem cuidado pode ser um tiro no pé”, concluiu.

Para JP, o WhatsApp não é apenas um meio de comunicação; ele é uma plataforma estratégica para quem sabe aproveitar o contato direto com o consumidor. Sua palestra reforçou que, ao respeitar o usuário e oferecer uma experiência autêntica, o WhatsApp se torna um diferencial competitivo, transformando cada mensagem em uma oportunidade de fidelização.

Por isso, a importância de escolher cuidadosamente o horário e o momento certo para enviar mensagens. Segundo ele, não há espaço para erros no envio em massa. E ressaltou: “WhatsApp não é lugar de spam”. A proximidade que o aplicativo proporciona ao usuário faz dele o lugar mais íntimo da comunicação digital. Abordagens invasivas, como disparos massivos, são não apenas mal vistas como rapidamente bloqueadas e denunciadas.

O FUTURO DO CONTEÚDO

Outro destaque do evento foi Hernane Júnior, que abordou o futuro do consumo de conteúdo. Para ele, o dinamismo das redes sociais exige dos profissionais de comunicação uma agilidade sem precedentes, mas também uma responsabilidade para criar conteúdos que realmente ressoem com o público. Hernane apontou o crescimento das transmissões ao vivo como uma tendência que fortalece a autenticidade e a proximidade, aspectos que a IA ainda não consegue reproduzir de forma convincente. Ele também destacou a importância de criar uma “companhia digital” para os consumidores, especialmente em um mundo onde o isolamento é cada vez mais comum.

Além disso, Hernane mencionou que a “TV não morreu”; ela apenas se reinventou em plataformas como o YouTube, que agora funcionam como companhia para o público, adaptando-se às atividades cotidianas e transformando o consumo de conteúdo em algo contínuo e de fácil acesso.

NO PALCO VIP COM O EX-VP DO “MÉQUI”

João Branco: "não é sobre falar com todos, mas sobre falar de forma significativa com o público certo".
João Branco: “não é sobre falar com todos, mas sobre falar de forma significativa com o público certo”.

Durante um Q&A com convidados, João Branco, ex-VP de Marketing do McDonald’s, apontou que a chave está em identificar nichos pouco explorados, o que também passa pela observação e criatividade, mas, sobretudo, conhecer profundamente o cliente. Ele argumentou que empresas menores podem vencer gigantes do mercado ao personalizar a experiência para grupos específicos.

Em vez de competir diretamente com o McDonald’s, por exemplo, restaurantes menores podem oferecer ambientes que aceitam pets ou proporcionam uma experiência mais intimista, atraindo públicos que valorizam essas particularidades. “Encontrar nichos e se comunicar diretamente com eles cria uma relação de lealdade e diferenciação que grandes marcas não conseguem replicar com facilidade”, explicou.

Esse foco em segmentação e experiência personalizada é um contraponto ao alcance em massa, trazendo um novo paradigma ao marketing: não é sobre falar com todos, mas sobre falar de forma significativa com o público certo. Com essa visão, Branco propõe uma estratégia onde as necessidades emocionais são tão importantes quanto o produto em si.