O uso desta tecnologia deve entender as reais necessidades dos cidadãos e, ao mesmo tempo, atender à legislação e aos editais vigentes. / Imagem: SC Inova/Dall-E
[05.09.2024]
Por Wendel Nascimento, gerente de Marketing da Betha Sistemas
Dificilmente a inovação, hoje, não está relacionada ao uso de ferramentas que utilizam Inteligência Artificial em alguma das suas camadas. É uma tendência que chegou a diversos setores – e não poderia ser diferente na gestão pública. Se bem utilizada e implementada, ela melhora significativamente a eficiência e a qualidade dos serviços oferecidos aos cidadãos, aprimorando a gestão de serviços, reduzindo tempo de resposta e, assim, melhorando a satisfação das pessoas.
Em nossa empresa, falamos sobre isso desde 2018, quando demos os primeiros passos para transformar a eficiência administrativa e proporcionar uma experiência mais eficaz e transparente para todos os envolvidos, com o suporte de IA.
A ideia de um Chabot de ouvidoria foi apenas o pontapé inicial para algo mais robusto. A fim de aprimorar a comunicação e o atendimento na ponta, melhorando e facilitando as demandas públicas entre as entidades e cidadão, lançamos uma assistente virtual. Nela, utilizamos técnicas de IA como NLP, NLU e NLG, fazendo com que a automação dos serviços públicos fiquem cada vez mais customizadas.
Há casos em que a ideia surge “dentro de casa”, mas também é comum que os clientes demandem algo específico. Em 2020, uma prefeitura queria melhorar a arrecadação sem mexer nos impostos e, com base nisso, levamos três exemplos de inteligência fiscal para testes. Logo no primeiro mês a prefeitura tinha conseguido revisar o valor venal em 20% dos imóveis transferidos, representando um crescimento substancial na receita tributária do município.
Apesar de termos muitas ideias, é importante deixar claro que a aplicação da Inteligência Artificial na gestão pública não é algo simples, uma vez que precisamos atender a diversos públicos. Ou seja: entender as reais necessidades dos cidadãos e, ao mesmo tempo, atender à legislação e aos editais vigentes.
Neste contexto, posso dizer que existem três grandes desafios. Primeiro, o de atender a legislação brasileira, em que cada estado pode ter a sua própria lei e temos que entender e nos adequar a ela. Segundo, temos o desafio do edital em si, em que nosso software deve estar apto a suprir as necessidades e caso não esteja, tem um prazo para se adequar. E por fim, temos o feedback do cliente em si e necessidades específicas que vão surgindo – e que precisamos ser ágeis na proposição e posterior aplicação.
A boa notícia é que, com a experiência, as novas aplicações e a lei de desburocratização de 2021, conseguimos acelerar nossos projetos de dar mais autonomia ao software. Até o momento, já desenvolvemos 47 sistemas e 6 aplicativos mobiles com IA, atendemos mais de 800 municípios e impactamos mais de 44,5 milhões de pessoas.
Pretendemos aumentar esses números de forma acelerada nos próximos anos para gerar resultados ainda mais positivos para a gestão pública e, consequentemente, para o cidadão. Que bom que a Inteligência Artificial está aqui para permitir que a gente sonhe tão alto.
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