[OPINIÃO] Por que registrar sua marca no início dos projetos de internacionalização?

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[OPINIÃO] Por que registrar sua marca no início dos projetos de internacionalização?

Muitos empreendedores só buscam o tema quando há disputas legais ou necessidade de rebranding, o que pode representar perdas milionárias

Muitos empreendedores só percebem a relevância do tema quando se deparam com disputas legais ou a necessidade de rebranding, o que pode representar perdas milionárias. / Imagem: DALL-E/SC Inova

[24.02.2025]

Por William Soares, executivo da Marpa Marcas e Patentes 

Em um mundo cada vez mais globalizado, as empresas que desejam expandir suas operações para outros países precisam olhar além de estratégias comerciais e operacionais. Um aspecto fundamental, e muitas vezes negligenciado, é a proteção da propriedade intelectual. Registrar marcas e patentes nos mercados de interesse logo no início do processo de internacionalização é uma medida estratégica que garante segurança jurídica e evita prejuízos futuros. 

A recente divulgação da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), que atingiu a marca histórica de 5 milhões de pedidos de patentes publicados, reforça a importância da proteção intelectual. Esse número expressivo reflete um ambiente de intensa disputa, onde empresas que não garantem sua propriedade intelectual correm riscos significativos.

Em 2024, realizamos registros de marcas brasileiras em 11 países diferentes, abrangendo a América do Norte, Europa e Oceania, além da América do Sul, onde concentra o maior número de pedidos, envolvendo países como Colômbia, Equador, Peru, Chile, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina. O avanço reflete o movimento de internacionalização de produtos e serviços brasileiros. 

Os prazos para registro podem levar anos, dependendo do país. Isso significa que a falta de planejamento pode resultar em entraves no momento da expansão, comprometendo a estratégia da empresa. Ainda assim, muitos empreendedores só percebem a relevância do tema quando se deparam com disputas legais ou a necessidade de rebranding, o que pode representar perdas milionárias. Casos como o da Tesla na China, que precisou enfrentar uma longa batalha judicial pelo direito ao uso de sua marca, são exemplos de como a ausência de registro pode gerar problemas sérios. 

Diante desse cenário, é essencial que empresas envolvam suas áreas jurídicas e consultorias especializadas desde os primeiros passos de seus projetos de internacionalização. Esse cuidado antecipado não apenas protege ativos valiosos, mas também fortalece a estratégia de crescimento, evitando complicações legais que possam comprometer a expansão global.