[OPINIÃO] Sobre Propaganda, Inteligência Artificial e Strogonoff

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[OPINIÃO] Sobre Propaganda, Inteligência Artificial e Strogonoff

Duvido que a IA conheça um dos grandes truques do strogonoff. Somos imbatíveis e imprescindíveis em algo fantástico: a criatividade

“Duvido que a IA conheça um dos grandes truques do strogonoff. Somos imbatíveis e imprescindíveis em algo fantástico: a criatividade”. / Foto: Correen (Unsplash)


[03.05.2023]

Somos imbatíveis e imprescindíveis em algo fantástico: a criatividade
Por Lucas Borges, Head de conteúdo na agência Ápice 360º e diretor de Estratégia na ADVB/SC

A propaganda sempre foi uma ferramenta essencial para promover produtos, serviços e ideias. No entanto, com o avanço da tecnologia, a propaganda está mudando e se adaptando para atender às necessidades da era digital. Hoje, a inteligência artificial (IA) está se tornando cada vez mais comum na indústria da propaganda.

Com a IA, as empresas podem criar campanhas publicitárias mais eficientes e personalizadas, permitindo que elas cheguem ao público certo com a mensagem certa. A tecnologia também pode ser usada para testar e otimizar campanhas publicitárias em tempo real, permitindo que as empresas ajustem seus anúncios em resposta às necessidades dos clientes e ao desempenho da campanha.

Além disso, a IA pode ajudar a melhorar a eficiência do processo de criação de anúncios. Com o uso de ferramentas de IA, é possível automatizar a criação de anúncios, reduzindo o tempo e os custos associados ao processo criativo. Isso permite que as empresas criem anúncios mais rapidamente e com menos recursos, ao mesmo tempo em que mantêm a qualidade e a relevância dos anúncios.

No entanto, a propaganda baseada em IA também pode ter suas desvantagens. Uma das principais preocupações é a privacidade dos dados do usuário. Com a coleta de dados em massa, há o risco de que as informações pessoais dos usuários sejam mal utilizadas ou roubadas por terceiros. As empresas também devem garantir que seus anúncios não sejam enganosos ou prejudiciais aos consumidores.

Bem, talvez você não tenha notado, mas quem escreveu todo o texto acima foi a própria IA. Bastou enviar, no meu ChatGPT, o comando “produza um texto sobre propaganda na era da Inteligência Artificial” e pronto, recebi esses quatro parágrafos maravilhosos. A propósito, é “assustadoramente encantador” acompanhar o texto sendo construindo em tempo real, não? 

Enquanto acompanhava “a mágica” me coloquei a pensar sobre como nós, aqueles humanos estranhos – que escreviam os próprios textos quando tudo ainda era mato – poderemos ser úteis daqui pra frente. Me lembrei das discussões que tivemos com um grupo de empresários e políticos catarinenses durante uma missão ao Vale do Silício, organizada pelo Senac em 2019. 

Tão logo esse texto esteja publicado, a IA sairá por aí ensinando a fazer um bom strogonoff. E, sim, a danada nem me dará os créditos. / Foto: Mojahid Mottakin (Unsplash)

Enquanto pensava em tudo que vimos por lá, incluindo uma visita incrível à sede da Nvidia, fui atender ao pedido da minha esposa e filha – que estavam com saudades de comer o meu strogonoff. Modéstia à parte, como cozinheiro amador e gordo profissional, sou especialista nesse prato (segundo as duas). E então tudo ficou claro pra mim. O óbvio estava ali, numa panela que respingava molho pra todo lado. Eu duvido que a IA conhece um dos grandes truques do strogonoff: usar rum no molho enquanto a panela ferve e desligar o fogo antes de adicionar o creme de leite. 

Eu também duvido que a IA saberia a importância de usar o caldo da própria carne naquele molho de tomates. Amigo, se colocar na frente da minha filha e da minha esposa um prato de strogonoff feito por mim e outro feito pela Inteligência Artificial, eu não perderia essa disputa por nada nesse mundo. 

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Somos imbatíveis e imprescindíveis em algo fantástico: a criatividade. É claro que tão logo esse texto esteja escrito a IA sairá por aí ensinando as pessoas a fazerem um bom strogonoff. E sim, a danada não me dará nem os créditos por isso. Mas o que importa para nós, profissionais e humanos, é entendermos que a criatividade nos salvará sempre. 

Enquanto artificial, aquela inteligência aposta no “nada se cria, tudo se copia”. Mas quem cria somos nós. E seremos sempre. Se ninguém criasse nada incrível, seja uma propaganda ou um simples prato de Strogonoff, viveríamos na mediocridade – com ou sem tecnologia. Portanto, “criativamo-nos”!

*A Associação de Dirigentes de Marketing e Vendas de Santa Catarina é parceira editorial do SC Inova do canal Inovação & Gestão, com artigos publicados quinzenalmente pelos diretores da entidade.  

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