“Como esse conhecimento foi adquirido, pouco importa. O mais relevante é o candidato saber fazer a função para qual será contratado e ter vontade de sempre evoluir os seus conhecimentos”, opina o diretor de Operações da startup Cheesecake Labs neste artigo.
Por Bernardo Smaniotto*
Com cerca de 13 milhões de desempregados no país, existe um setor que está sempre de portas, ou melhor, vagas, abertas: o de tecnologia. De acordo com o Relatório Setorial de TIC 2019 da Brasscom a perspectiva é que até 2024 o setor demande 420 mil novos profissionais. O número elevado pode ser explicado pela escassez de mão de obra especializada nesta área. O índice de profissionais que se formam em cursos de ciências, tecnologia, engenharia e matemática no país é baixo: cerca de 17% de acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Olhando para este cenário, para se manterem competitivas e inovadoras, grande parte das empresas deste setor estão inserindo no mercado novos hábitos. Talvez o mais revolucionário de todos seja o de priorizar o conhecimento, e não o diploma. Por mais que uma formação tradicional seja valorizada, nas empresas que trabalham com inovação, o ritmo anda mais rápido do que o das salas de aula.
Por isso, conhecimento técnico é o que é avaliado em um candidato à vaga. Como esse conhecimento foi adquirido, pouco importa, pode ter sido por meio de cursos, vídeos na internet, participação em eventos, práticas, enfim, tanto faz. O que é importante é o candidato saber fazer a função para qual será contratado e ter vontade de sempre evoluir os seus conhecimentos.
Por mais que uma formação tradicional seja valorizada, o ritmo nas empresas que trabalham com inovação anda mais rápido do que o das salas de aula.
A forma de trabalho também mudou. No lugar de escritórios e repartições burocráticos e antiquados, as empresas têm adotado práticas que incentivam o bem-estar durante o período de trabalho. Já entendemos que ninguém fica focado oito horas seguidas. Por que não incentivar as pausas e troca de conhecimento? São elas que estimulam a criatividade, resolução de problemas e produtividade.
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Para descomprimir, as empresas incentivam que pets sejam levados ao escritório, deixam à disposição jogos e incentivam a troca por meio de conversas. Essas técnicas só dão certo por causa do grande engajamento dos colaboradores. Além de empregos, as empresas oferecem propósito, independência e uma relação mais saudável entre vida pessoal e profissional. Ao passo que mudam a forma como o trabalho é feito, essas companhias oferecem novas possibilidades para quem quer se inserir no setor.
*Bernardo Smaniotto é Diretor de Operações (COO) da Cheesecake Labs, startup com sede em Florianópolis.
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