Mão de obra em tecnologia não acompanha avanços do mercado

Voce está em :Home-Opinião, Sociedade-Mão de obra em tecnologia não acompanha avanços do mercado

Mão de obra em tecnologia não acompanha avanços do mercado

Nesta transformação digital, as mudanças no comportamento tornaram o consumidor como parte exigente e ativa do processo.

Nesta conjuntura, outra frente merece atenção: as mudanças no comportamento do consumidor que, nesta transformação digital, se tornou não só o elemento final, mas parte exigente e ativa do processo. 


[27.07.2021]


Por Rodrigo Hülsenbeck, CEO da PremierSoft

O ano de 2020 foi um divisor de águas para o setor da tecnologia, tornando-a ainda mais essencial na vida dos indivíduos. Uma maneira de manter a rotina, as relações, trabalhar, se informar, a tecnologia virou o meio por onde tudo acontece. Porém, ainda que avançando rumo à expansão, o mercado não estava preparado para se tornar uma necessidade. 

A adesão em massa ao home office demandou, mais do que significativamente, os serviços de engenharia de software, hardwares, infraestrutura e suporte. Diversas frentes de trabalho com demanda reprimida se depararam com a escassez de mão de obra qualificada. Segundo a Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), somente nos quatro primeiros meses de 2021, mais de 4 mil vagas foram abertas para o setor em Santa Catarina. A Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) aponta que, caso não haja mudanças, até 2024 o déficit será de mais de 200 mil profissionais.

Para assimilar esta falta de profissionais, deve-se compreender a extensa gama de vertentes a serem trabalhadas dentro da tecnologia da informação. Além do home office, por exemplo, o uso dos aplicativos mobile também tiveram um crescimento exponencial. Não somente para a efetivação do trabalho, por meio de aplicativos de videoconferência, mas também para dar seguimento às aulas e até mesmo para conter a disseminação da Covid-19, diversos governos lançaram aplicativos para celulares. A App Annie, companhia de análise do mercado mobile, divulgou um levantamento que indica a média de tempo mensal gasto em aplicativos. Número que cresceu 40% somente no segundo trimestre de 2020, ultrapassando 200 bilhões de horas ao redor do mundo. O estudo também aponta o Brasil e a Índia como os maiores mercados de downloads mundiais.

A média de tempo mensal gasto em aplicativos cresceu 40% no segundo trimestre de 2020. 

E nesta conjuntura, há mais uma frente que merece atenção: as mudanças no comportamento do consumidor. Nesta transformação digital o consumidor se tornou não só o elemento final, mas também parte exigente e ativa do processo e essa mudança impacta a tecnologia devido ao conceito de omnichannel, técnica não recente, mas que se tornou uma grande tendência do mercado. O objetivo é criar uma marca unificada, integrando múltiplos canais para que, além da qualidade, o cliente possa ter atendimento e serviços singulares. Para tanto, é a tecnologia o alicerce das estratégias, já que é por meio dela que se dá a convergência. 

Para cumprir tal papel é essencial que o profissional saiba aplicar seus conhecimentos e habilidades de maneira a unificar canais, sendo possível que o consumidor inicie sua jornada em um site e a conclua em um aplicativo, ou inicie um contato pelo aplicativo e possa migra-lo para as redes sociais. A gestão da infraestrutura tecnológica é essencial na criação de uma base integrada de dados.

Se adequar a toda esta realidade, que se demonstra complexa e abrangente, é um requisito novo na jornada do profissional, mas não se pode esquecer que esta também é a área de futuro mais promissor no país e no mundo. O desenvolvimento do setor exige qualificação, inovação e muita bravura.

LEIA TAMBÉM: