Inovação na saúde e em pagamentos digitais: como a pandemia impulsionou startups em SC

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Inovação na saúde e em pagamentos digitais: como a pandemia impulsionou startups em SC

Beneficiadas por demandas financeiras e de saúde pública, fintechs como Transfeera e Asaas e a healthtech Biome Hub crescem de maneira exponencial em 2020.

Beneficiadas pela necessidade de gestão financeira online, fintechs como Transfeera e Asaas cresceram de maneira exponencial nos últimos meses. E a health tech BiomeHub, que desenvolve testes em massa de Covid-19, cresceu 210% nas primeiras semanas de julho. / Foto: Transfeera


[FLORIANÓPOLIS, 22.07.2020]
Redação SC Inova, scinova@scinova.com.br 

Se os impactos da pandemia do novo coronavírus foram devastadores para muitas empresas – especialmente na área de eventos, turismo e prestação de serviços presenciais – no outro lado da moeda, a nova realidade impulsionou (e muito) negócios com capacidade de entrega digital. Que o digam startups que atuam em segmentos de alta demanda, como meios de pagamentos e transferência (fintechs) e saúde (health techs).    

A Transfeera, uma fintech open banking que processa pagamentos e transferências para empresas como iFood e Rappi (outras campeãs de serviço pós-Covid), viu a demanda disparar: em abril, a startup processou 260 mil pagamentos, um crescimento sete vezes maior do que havia feito no mesmo mês de 2019. Antes da pandemia, a média era de 70 mil operações por mês (um volume que ela realiza atualmente em poucos dias). 

Com sede em Joinville, a empresa tem 22 colaboradores e já ampliou a equipe neste período, diz o CEO Guilherme Verdasca. “Contratamos mais pessoas para o time a fim de aproveitar novas oportunidades e reinvestir na companhia, proporcionando maior crescimento futuro. E até o fim do ano pretendemos contratar mais”. Neste momento de expansão, a startup busca investimento para viabilizar sua regulação como uma instituição de pagamento. 

Beneficiada pela necessidade de pequenos empreendedores fazerem gestão financeira por meio digital, a Asaas – que desenvolve uma plataforma de envio de boletos, pagamentos e cobranças – registrou um crescimento de 40% na aquisição de profissionais autônomos entre os meses de abril e maio de 2020, em comparação com os mesmos meses do ano passado. 

Para o CEO Piero Contezini, a tecnologia se tornou fundamental para quem precisa receber dinheiro. “Sentimos que a transformação digital é algo que as pessoas estão aprendendo ainda. Elas só entenderam com a pandemia que é algo importante, então, nossa tese é que teremos alguns anos de crescimento acelerado por causa disso, até todos os negócios terem formas de vender online”.

Somente em maio deste ano, a empresa teve mais de 15 mil contas ativas no sistema, superando 30 mil clientes no total. Os produtos mais procurados são as ferramentas para emissão e recebimento de cobranças, como o link de pagamento e robô de cobrança, que faz ligações para os clientes devedores, e aumentam as chances de recebimento. Com mais de 120 colaboradores e sede em Joinville, a Asaas está cadastrada para ofertar pagamentos instantâneos e prevê o lançamento de uma série de produtos para empreendedores nos próximos meses.

COM DESENVOLVIMENTO DE TESTES EM MASSA, BIOMEHUB TEM RECEITA DE R$ 16 MILHÕES EM CINCO MESES 

Luis Felipe, CEO da BiomeHub: expectativa de testar até um milhão de brasileiros assintomáticos até dezembro de 2020. Foto: Bernardo Salum/Divulgação

Se há uma área ainda mais pressionada por soluções inovadoras nesta pandemia do que o setor de finanças e de logística/alimentação, é certamente o segmento de saúde. A BiomeHub, spin off da empresa de biotecnologia Neoprospecta, com sede em Florianópolis, alcançou um outro patamar em função da demanda por testes de coronavírus para assintomáticos. 

A empresa investiu R$ 2 milhões em um novo laboratório para fazer testes moleculares RT-PCR, os mais eficazes na identificação de casos, e criou um método de testagem em massa em que é possível analisar até 16 pessoas com uma mesma amostra, barateando o custo. O chamado método em “pool” permite a retomada segura das atividades econômicas

“Estamos crescendo de forma significativa, na primeira quinzena de julho crescemos 210% com relação ao mês inteiro de junho”, calcula o CEO Luiz Felipe Valter de Oliveira. 

Neste ano, a empresa prevê receitas de R$ 16 milhões entre março e agosto – a quantia é praticamente dez vezes acima do faturado em todo o ano passado. “Em termos de equipe nós triplicamos ao longo desse último mês e nossa perspectiva agora é aumentar o nível de automação do nosso processo”.

A BiomeHub já testou os funcionários de mil empresas desde março, atendendo indústrias, supermercados e empresas de logística, negócios que não pararam durante a quarentena. E também tem realizado testes em servidores públicos da Prefeitura de Florianópolis, além de academias e comerciários da capital catarinense.

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