[DIÁRIOS DA IA] IA nos negócios: estamos colocando a carroça está na frente dos bois?

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[DIÁRIOS DA IA] IA nos negócios: estamos colocando a carroça está na frente dos bois?

A tecnologia tem sido adotada de forma genérica, exigindo que as pessoas constantemente se adaptem às suas limitações.

Vivemos o “paradoxo da IA Gen”: a tecnologia tem sido adotada de forma genérica, exigindo que as pessoas constantemente se adaptem às suas limitações. / Imagem: ChatGPT/SC Inova


[04.08.2025]

Por Eduardo Barbosa, CEO da Brognoli Imóveis e um dos responsáveis pelo Conselho Mudando o Jogo (CMJ) em SC e RS. Escreve sobre inteligência artificial no ambiente corporativo na série “Diários de IA”. 

Ao longo de décadas investindo em negócios, aprendi que a tecnologia, por mais fascinante que seja, precisa estar a serviço do negócio e não o contrário. Recentemente, um artigo de Cobus Greyling chamou minha atenção ao destacar exatamente este ponto em relação à Inteligência Artificial (IA).

Muitos líderes empresariais hoje enfrentam um paradoxo: apesar dos investimentos expressivos em IA, poucos percebem retornos financeiros realmente significativos. A McKinsey chama isso de “paradoxo da IA Gen”. A razão disso é clara: a tecnologia tem sido adotada de forma genérica, exigindo que as pessoas constantemente se adaptem às suas limitações. 

Em outras palavras, estamos colocando a carroça na frente dos bois.

Para mim, a boa tecnologia é aquela que se adapta à realidade prática dos negócios, melhora processos e claramente aumenta a rentabilidade. Greyling sugere um caminho certeiro para isso: migrar do paradigma atual de “Usuário Centrado em IA” para “IA Centrada no Usuário”. 

Na prática, isso significa ter sistemas de IA que sejam flexíveis, intuitivos e que realmente contribuam para o resultado final do negócio.

Os agentes de IA ilustram bem essa abordagem prática. Esses sistemas especializados são projetados para executar tarefas específicas com eficiência e eficácia. Diferentemente dos grandes sistemas generalistas, esses pequenos agentes são capazes de entender profundamente o negócio, oferecendo suporte assertivo e pragmático.

Mas atenção: implementar essa estratégia não é apenas uma questão técnica, é também cultural e organizacional. Os líderes precisam garantir que suas equipes compreendam e confiem na tecnologia. A transparência e a clareza são fundamentais.

Orientações práticas para líderes empresariais:

  • Identifique problemas específicos: Foque na implementação da IA em processos claros e objetivos, com potencial real para melhorar resultados financeiros.
  • Escolha soluções modulares: Opte por sistemas especializados e adaptáveis às necessidades reais do seu negócio, em vez de soluções generalistas caras e complexas.
  • Invista na capacitação das equipes: Certifique-se de que todos entendem como a tecnologia funciona e como utilizá-la para aumentar a eficiência e produtividade.
  • Estabeleça métricas claras: Avalie regularmente os resultados concretos obtidos com a IA, ajustando a estratégia sempre que necessário para garantir retornos reais.
  • Implemente governança sólida: Tenha políticas claras para o uso ético e responsável da IA, protegendo sua empresa de riscos e reforçando a confiança das equipes.

A tecnologia deve servir ao negócio, não o contrário. 

Adotando uma abordagem estratégica e pragmática em relação à IA, você garantirá que seus investimentos tecnológicos se convertam em retornos concretos e sustentáveis para sua empresa.

REFERÊNCIAS: