FINEP suspende financiamentos para inovação e surpreende lideranças do setor em SC

Segundo o secretário de CTI do governo catarinense, setor produtivo vai a Brasília cobrar esclarecimentos. Financiadora argumenta limite de recursos esgotados em tempo recorde. / Foto: Wesley Tingey (Unsplash)

[FLORIANÓPOLIS, 10.02.2025 – atualizado às 20h40]
Redação SC Inova, com informações da SCTI

Empresas de Santa Catarina que investem em pesquisa e inovação foram surpreendidas por uma circular da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), vinculada ao Ministério Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que suspendeu a submissão de novos projetos de financiamento. 

A circular MCTI DOCD 03/25, assinada pelo gerente do Departamento de Operações de Crédito Descentralizadas (DOCD), Gustavo da Cruz Barcelos de Souza, afirma que “(…) como antecipado na reunião realizada em 28/01/2025 e considerando o alto volume de projetos contratados nos últimos dois dias, informamos que o limite de recursos estabelecido para 2025 foi atingido em tempo recorde”.  Para honrar os compromissos firmados, segue o gerente da Finep, “comunicamos a suspensão temporária do recebimento de novas operações até que haja disponibilidade de novos recursos”.

Procurado por empresários catarinenses preocupados com o impacto da medida no desenvolvimento regional e estadual, o Governo do Estado de Santa Catarina articula uma mobilização em Brasília para cobrar a revisão da medida.

“São milhões de reais em investimentos que foram suspensos da noite para o dia. Projetos enquadrados e na fila para contratação foram sumariamente desenquadrados. Santa Catarina não vai aceitar isso e vamos em comitiva – governo e setor produtivo – a Brasília sensibilizar o MCTI e a FINEP para reconsiderarem a decisão”, argumenta o secretário de CT&I do estado, Marcelo Fett, que considerou a justificativa “absurda”. 

Segundo ele, já foi solicitada audiência com o presidente da financiadora, Celso Pansera, natural do Oeste catarinense e que foi ministro de Ciência e Tecnologia na gestão Dilma Rousseff (2015-2016).  

A Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), que representa mais de 1850 empresas do setor, divulgou nota afirmando que está ” monitorando demandas de suas associadas acerca do assunto, além de estudar os possíveis impactos nos programas da Financiadora em Santa Catarina. Historicamente o estado é um dos mais ativos e presentes nos programas de financiamento, direto com a FINEP e por meio de parceiros locais como BRDE e Badesc.

A entidade está também “buscando atualizações sobre o assunto com parceiros e representações institucionais junto ao Governo Federal, para avaliar o cenário e possíveis reflexos no ecossistema de inovação catarinense, que responde por 7,5% do PIB estadual”.