Segundo o presidente Fabio Zabot Holthausen, entidade de pesquisa e inovação de SC começou o ano com orçamento de R$ 23 milhões, mas deve empenhar mais de R$ 100 milhões via editais. Um dos mais recentes espera formar 1,2 mil desenvolvedores de software. / Foto: Cleber Rodrigues
[FLORIANÓPOLIS, 08.10.2021]
Por Fabrício Umpierres, editor SC Inova – scinova@scinova.com.br
A Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc) deve encerrar 2021 com o maior volume de recursos dedicados a projetos no setor de tecnologia e inovação no estado. Segundo o presidente Fabio Zabot Holthausen, já foram executados R$ 73 milhões em projetos, mas até o final do ano a perspectiva é ultrapassar os R$ 100 milhões.
No início de 2021, o orçamento previsto era quatro vezes menor, mas foi ganhando corpo a partir de recursos de outras secretarias de estado e parcerias com entidades (como a Fiesc e o Sebrae) e universidades. “É um avanço significativo, pois este é o maior investimento feito pelo estado em CTI. Em média, tínhamos oito a nove editais de fomento à pesquisa e inovação por ano. Em 2019 foram 34 e agora em 2021 devemos passar dos 50”, calcula.
Em 2018, ano de dificuldades na gestão pública estadual, diversos editais haviam sido cancelados e o orçamento da autarquia não chegou a R$ 10 milhões. “O objetivo é pulverizar entre o ecossistema estes recursos, por isso criamos chamadas para incubadoras, universidades, centros de inovação, em várias regiões, do Oeste ao Norte e Sul do estado”, explica.
Um dos mais recentes deles é um edital para formação de 1.260 desenvolvedores em Santa Catarina, em parceria com a ACATE, com recursos de R$ 4 milhões. Com o programa, as universidades comunitárias desenvolvem cursos na forma de programas de extensão universitária com carga horária de 600 horas, voltados a programação e desenvolvimento de sistemas. Além da formação de novos desenvolvedores, o programa fará a ponte entre os estudantes e o mercado.
Esta é a primeira ação desenvolvida pelo grupo de trabalho SC+TEC, criado pelo Governo do Estado para buscar soluções para o déficit de profissionais de TI. Nos cálculos da ACATE, o setor deve abrir 16 mil vagas no estado até 2023.
REDE DE CENTROS DE INOVAÇÃO EXPANDE DEMANDA POR PROJETOS
Outro fator que impulsionou a demanda por projetos foi a expansão dos Centros de Inovação de Santa Catarina. Em meados da década passada, o governo do estado planejou um modelo de centros de inovação para desenvolver ecossistemas regionais.
Atualmente, a rede conta com nove empreendimentos (nas cidades de Florianópolis, Joinville, Lages, Jaraguá do Sul, Blumenau, Chapecó, Videira, Caçador e Joaçaba), dos quais cinco foram desenvolvidos com recursos do estado e prefeituras e outros quatro são investimentos privados e conveniados.
Em paralelo, o setor privado gerou desde 2015 outros Centros de Inovação: em Florianópolis, uma rede de quatro empreendimentos gerenciados pela Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) e a prefeitura da Capital; e em Joinville, o Ágora Tech Park, investimento do Grupo Perini inaugurado em 2019 e que conta com três prédios em operação.
“Os Centros de Inovação se tornaram referência, é onde hoje são feitas as conexões nas cidades entre universitários, órgãos públicos e empresários. Muitos prédios foram inaugurados em 2020 e agora temos a capacidade de fazer uma articulação em rede”, disse Fabio em entrevista ao SC Inova durante o terceiro Encontro dos Centros de Inovação, realizado no início de outubro em Joinville, no Ágora. Segundo o presidente da Fapesc, os de Itajaí e Tubarão devem ser inaugurados até o final do ano – ainda estão em obras os centros de Criciúma, Brusque, Rio do Sul e São Bento do Sul.
Por isso, “sentimos a necessidade de apoiar mais e buscar recursos. As comunidades empreendedoras se animam com os prédios, mas é preciso que dê certo. Com uma rede ativa de nove centros, hoje podemos firmar convênios entre os ecossistemas, como fizeram recentemente Joinville e Chapecó. E vamos também buscar conexões com outras regiões, além de Santa Catarina”, resume Fabio.
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