São mais de 12 mil empreendimentos que faturam R$ 15,5 bilhões e empregam mais de 47 mil pessoas, mostra o Observatório ACATE – Panorama 2018, lançado nesta quarta (11.07)
Em apenas seis anos, o número de empresas de tecnologia dobrou em Santa Catarina. Em 2011, eram cerca de 6 mil e, em 2017, somou 12.365 empresas. Juntas, elas faturam cerca de R$ 15,5 bilhões, o que representa 5,6% do PIB do estado, e empregam 47 mil pessoas. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (11.07) durante o lançamento do Observatório ACATE – Panorama 2018, um estudo liderado pela Associação Catarinense de Tecnologia em parceria com a Neoway e cooperação da Federação das Indústrias de Santa Catarina. Além desta pesquisa, a Acate inaugurou o Observatório como um espaço físico em sua sede, em Florianópolis, onde vai apresentar os dados do setor para os grupos de empreendedores, executivos e investidores que visitam o ecossistema local.
Este boom de empresas criadas nos últimos seis anos é um reflexo da ascensão de startups no estado, aponta o presidente Daniel Leipnitz. “Em 20 anos a tecnologia pode ser a principal economia do estado. Isso em função do crescimento orgânico do setor, o surgimento de novas empresas e a digitalização de corporações mais tradicionais, que precisam virar empresas de tecnologia. É o que a gente vê com bancos e as fintechs, o setor têxtil com a nanotecnologia, por exemplo”. Quando a Acate foi criada, em 1986, o setor contava com 129 empresas – um crescimento de quase 10.000% em 32 anos.
Na distribuição estadual, cerca de um terço das empresas (32%) está localizada na Grande Florianópolis, 26% no Vale do Itajaí e 20% no Norte do Estado. Com relação ao faturamento, as quase 4 mil empresas da região da Capital respondem por 41,4% do total no estado (R$ 6,4 bilhões). Com mais de 16,5 mil pessoas trabalhando no setor de tecnologia, Florianópolis é a líder nacional no ranking de densidade: a cada 1 mil habitantes, 25 atuam em empresas de TI. Em número de empresas por habitante, a cidade fica em segundo lugar, atrás de São Paulo.
Outras regiões que se destacaram no aumento do número de empresas foram a Serra (crescimento de 10,4%) e o Oeste (4,75%), que já conta com 1,2 mil empreendimentos de tecnologia – na região Norte, por exemplo, são 2,4 mil.
Crise econômica freou setor de TI
Mas a “era da crise” freou o desenvolvimento do setor de tecnologia. Entre 2015 e 2017, o total de empregos caiu 2,4% e o faturamento das empresas recuou 17,2% em média. A Grande Florianópolis representou queda de 2% no período, enquanto nas regiões Norte e Vale do Itajaí a ré foi de 27%.
“Estas regiões foram mais impactadas em função da indústria, fortemente afetada nesse período. Na Capital isso não ocorreu porque as empresas de tecnologia são tradicionalmente mais voltadas ao setor de serviços”, explica Gabriel Santos, diretor executivo da Acate. Um resultado que foi ainda pior em outras regiões do país: em São Paulo, o setor de tecnologia recuou 40% entre 2015 e 2017, enquanto em Minas Gerais e Rio Grande do Sul o índice foi de – 37%.
A demanda por mão de obra qualificada continua sendo o principal desafio das empresas de tecnologia. “Precisamos incentivar programas de formação nas escolas, incentivar a vinda de profissionais de outras regiões e nos aproximarmos das universidades para conectar os alunos às demandas das empresas”, resume Daniel.
O estudo completo pode ser acessado neste link
SIGA NOSSAS REDES