Como o ecossistema de inovação em Joinville está atraindo universitários para conectar academia e mercado

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Como o ecossistema de inovação em Joinville está atraindo universitários para conectar academia e mercado

Projetos desenvolvidos no Ágora Tech Park, como Cases e Liga, envolvem 10 instituições de ensino e grandes empresas da região.

Projetos desenvolvidos no Ágora Tech Park envolvem 10 instituições de ensino e grandes empresas da região. Um deles, o “Liga Ágora” traz estudantes para o dia a dia da inovação aberta. / Foto: Divulgação


[JOINVILLE, 02.06.2022]
Redação SC Inova, scinova@scinova.com.br

Equipes formadas por professores e pesquisadores de 10 Instituições de Ensino Superior de Joinville apresentaram a grandes empresas da região (como Tupy, Weg Tintas, Hospital Dona Helena, entre outros), no dia 24 de maio, uma série de projetos inovadores que podem resolver “dores” de mercado destas corporações. 

O encontro Ágora.Cases, realizado no Ágora Tech Park, é uma maneira que o ecossistema de inovação local encontrou para conectar as pesquisas realizadas por estudantes e professores a empresas que já estão com equipes e níveis de maturidade para investimento e apoio a inovação aberta. 

Durante uma tarde, grupos das universidades UFSC, Unisociesc, Censupeg, Ielusc, Católica, Senai, Unicesumar, Udesc, Univille e Senac apresentaram pitches de projetos internos – em áreas bem diversificadas, indo de estudos em áreas de exatas – Engenharia e Mecatrônica, Indústria 4.0, IoT, Logística – a área de ciências humanas, como Biomedicina, Ciência e Cognição, Gestão Ambiental e Turismo, entre outras.

O acesso ao conhecimento deste diversificado parque universitário pode ser a chave para os departamentos de inovação das empresas locais. Somente no campus Joinville da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), localizado ao lado dos prédios do Ágora Tech Park e focado em cursos de Engenharia e Tecnologia, há mais de 30 laboratórios de ensino, pesquisa e extensão. 

E na estadual UDESC, que conta com um Centro de Ciências Tecnológicas, há mais de 50 grupos de pesquisa certificados e mais de 150 projetos de pesquisa em andamento – de nanotecnologia e biomedicina a processos industriais (robótica, automação, materiais e metalurgia) e sustentabilidade.  

“Por meio do evento Ágora Cases foi possível estreitar ainda mais nossos laços com as indústrias da região. Já temos reuniões para concretizar algumas conexões que fizemos durante o giro de negócios. Obtivemos alguns retornos positivos sobre a nossa metodologia de Projetos Integradores aplicados a cases reais da indústria, motivando ainda mais nossa equipe a continuar nessa perspectiva. Que venha o segundo semestre letivo de 2022, no qual iremos trabalhar com alguns desafios que prospectamos nesse dia”, explicou Bruna Zappelino, professora na Faculdade Senai. 

“As empresas estão ansiosas por projetos. Há muito a ser desenvolvido no mercado e essa conexão entre o mercado e a academia tende a ser um catalisador da inovação e de novas linhas de pesquisa”, argumenta Milena Moser, da equipe da incubadora Softville, que executou a iniciativa desenvolvida pelo Ágora Tech Park.  

Fernando Luciano, da Hot Milk (PUC/PR): “entre os 20 maiores solicitantes de patentes no ranking do INPI, 17 são universidades”. / Foto: Divulgação

Na visão de Fernando Luciano, diretor da incubadora e aceleradora Hot Milk, da PUC-PR, é nas universidades que a inovação acontece. “Entre os 20 maiores solicitantes de patentes no ranking do INPI, 17 são universidades. E isso que apenas 20% das patentes depositadas no Instituto são de origem brasileira – ou seja, em geral há empresas pouco inovadoras que estão produzindo meras adaptações”, alertou. 

As empresas também subiram ao palco para apresentar que demandas de mercado poderiam ser estudadas e testadas com os grupos de estudantes e professores. Ao final, um giro de negócios entre as partes interessadas motivou as primeiras conexões entre empresas e equipes acadêmicas. 

Para Alexandre Barros, head de Inovação da WEG Tintas, este tipo de evento “é de grande importância pois em uma tarde pudemos nos conectar com 10 instituições relevantes da região, e por meio das reuniões individuais pudemos compartilhar desafios atuais e assim começar a pensar em co-desenvolver soluções, isto sim é acelerar o processo de inovação aberta”. 

“O Ágora.Cases proporciona e fortalece a aproximação das instituições de ensino de Santa Catarina com empresas e seus centro de inovação e é de grande valia para o ecossistema. É a abertura de um portfólio vivo de iniciativas”, resume Chander João Turcatti, Head de Inovação do Hospital Dona Helena, que investiu em um escritório de inovação no Ágora Tech Park. “Saber dos projetos de pesquisa e inovação com a possibilidade do InovaDona efetuar investimentos nos mesmos é super produtivo. As conexões realizadas no encontro serão longínquas com muita troca e fortalecimento da saúde em Santa Catarina”.

Representantes de instituições de ensino e do mercado trocam experiências e conhecimento.
Representantes de instituições de ensino e do mercado trocam experiências e conhecimento. / Foto: Divulgação

“GUARDIÕES” DA CONEXÃO ENTRE ACADEMIA E EMPRESAS

Em outra linha de ação, o parque tecnológico de Joinville criou um programa para selecionar, capacitar e acelerar projetos de inovação com atuação determinante de estudantes universitários da região.  Conectar universitários a projetos de inovação que podem ser desenvolvidos no ambiente de um parque tecnológico é o propósito do projeto “Liga Ágora”, concebido e executado pelo Ágora Tech Park. Atualmente, a iniciativa conta com 15 acadêmicos de três instituições de ensino (UFSC, Udesc e Univille) que apoiam os squads de projetos do parque tecnológico em áreas como saúde, indústria 4.0, cidades inteligentes, negócios, cultura, comunidade e eventos.

Os estudantes tem como desafio compreender as demandas de mercado e oportunidades de negócio em um ecossistema de quase 100 empresas que estão operando no Ágora. Chamados de “guardiões”, os participantes levam aprendizados da universidade para apoiar projetos e envolver a comunidade. “Um dos exemplos é o engajamento com o projeto de carona solidária Waze Carpool, que tem no Ágora e em Joinville um dos primeiros ambientes de teste no Brasil e que recentemente triplicou o volume de usuários”, analisa Ricardo Fantinelli, coordenador de Inovação do Ágora. 

A participação dos estudantes dura em média seis meses e vale como carga horária para atividades extracurriculares nas universidades. Quatro dos 15 primeiros selecionados acabaram sendo selecionados para vagas de estágio e trabalho de empresas do ecossistema. “A capacitação se torna estratégica também para o mercado, pois gera talentos que já estão desenvolvendo habilidades necessárias para as características da inovação aberta”, ressalta Fantinelli.

“O Liga Ágora está sendo fundamental para meu desenvolvimento, estou cada vez mais aprendendo novas habilidades como comunicação, estratégia e visão sistêmica. Além disso é muito importante para aproximar a universidade do ecossistema, desde que entrei na Liga já foi possível gerar diversas oportunidades de desenvolvimento para o Movimento Empresa Júnior impactando outros alunos também”, resume Louise Mordhorst, estudante de Engenharia de Produção da UDESC de Joinville. 

O Liga Ágora deve abrir nova turma de guardiões em outubro de 2022.

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