E quando nós mesmos criamos barreiras para inovar?

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E quando nós mesmos criamos barreiras para inovar?

O filósofo e psicoterapeuta Max Neto destaca as percepções físicas e mentais que muitas vezes bloqueiam o ímpeto de mudança e inovação – e como mudá-las

Por Max AG Neto* 

A essência da vida é a mudança (Budah).

Todos nós, por mais que nos consideremos diferentes e ousados, vivemos um “pacote de dados diário”. A vida acontece a cada dia. Fomos treinados socialmente para ser desta forma, para agir dentro de um padrão estabelecido que fosse inclusivo de nossa pessoa na sociedade.

Nossos corpos estabelecem suas sensações em função desse treinamento e, se de súbito uma nova proposta surge para que você efetivamente seja um agente de mudança e renovação em uma escala maior que sua vida, a trava acontece!

A trava é seu cérebro seguindo as mesmas conexões de sempre enviando a seu corpo sensações de alerta e atenção (sabe quando seu time está jogando mal e o adversário está crescendo no jogo e faz gol? É a mesma sensação…) em função de uma situação que é nova em seu banco de dados também!

A coisa boa de tudo isso é que se formos passo a passo e inovarmos primeiro a nós e depois ao mundo, com certeza todo este conhecimento pode se tornar uma empresa ou ideia inovadora.

Neste artigo, sugiro um passo a passo para quebrar esse condicionamento e ajudar, de fato, a inovar:

São três regras básicas:

1 – Todo o condicionamento pode ser alterado mas não apagado: isso significa que vamos treinar como fazer mudanças no programa e não como tirar ele de nossa vida,

2 – Toda mudança gera sensações físicas: isso significa que frio na barriga, vontade de ir no banheiro, insônia, dor de cabeça, dor na nuca, calafrio fazem parte da acomodação do corpo em uma nova situação.

3 – Mudar é fazer a mesma coisa de outro jeito: depois dos 13 anos de idade o cérebro só aprende as novas conexões por repetição de um fato novo até se tornar corriqueiro. Quanto mais fatos novos similares acontecem, mais ele está apto a receber a mudança.

E como podemos inovar em nossa percepção?

Alguns exercícios simples e diários podem ajudar, como pegar o ônibus em um ponto diferente do que você pega todo o dia; se vai de carro, mude o itinerário e vire à esquerda em vez da direita, por exemplo; mude a ordem de comer salada e almoço, lave a louça com a mão trocada; leia mais e veja menos Netflix ou vice versa.

Mas há muito mais explorar:

  • Escreva suas ideias a mão, faça pequenas fichas e depois leia em voz alta para você mesmo. Guarde suas fichas em qualquer método que lhe agrade. Anote todas as suas ideias independente de achar boa ou não, aqui o conceito é free flow.
  • Diminua a sua frequência de acesso a informações via celular como e-mail e redes sociais (pelo menos três vezes ao dia que dê vontade de acessar, não o faça!), planeje horários para isso acontecer
  • Explore todos os seus sentidos nas interações que fizer, isso aumenta a quantidade de informações que o cérebro vai julgar importante nas suas memórias e abrir novas perspectivas em suas lembranças (que são o estado bruto do conhecimento,  produto usado para gerar experiências e ideias). Assim quando pegar um objeto pense na sensação tátil (frio/quente, duro/mole, abrasivo/liso), na sensação auditiva (tem som?), na sensação olfativa (cheira a o que? É bom o cheiro?). Este pequeno treinamento vai alterar a sua perspectiva espacial em relação aos pensamentos e interações futuras quase automaticamente.
  • Converse com pessoas que você sempre teve vontade, mas nunca interagiu com elas. Aumente sua sociabilidade e capacidade de ouvir e falar

A ideia aqui é forçar o seu cérebro a criar novas conexões sobre os seus hábitos, isso muda as perspectivas de segurança que ele aciona para  sua proteção. Lembre: aprendemos durante toda a nossa existência independentemente de nossa idade, isso vai se refletir rápido na sua vida, pequenas modificações  diárias abrem novas perspectivas.

E o mais importante:  a regra número 1 é não ter hábitos fixos, ou seja, você deve sempre procurar manter-se em movimento podendo inclusive a cada 5 dias voltar a regras anteriores ou alterar outras que julgue válidas.

O tamanho de seu esforço será a base  do resultado alcançado, que é: ousar inovar sem barreiras produzidas por você.
* Max AG Neto é Filósofo e Psicoterapeuta com especialização em NeuroPsicologia. Na Ideiha ele apoia empreendedores a explorarem melhor seu potencial criativo. www.maxagn.com.br