“As empresas precisarão se comportar como organismos vivos – e neste modelo orgânico os negócios alteram seu DNA ao absorverem continuamente novas informações” / Foto: Filipe Scotti (Fiesc)
[24.08.2021]
Por Ronaldo Marques da Silva, coordenador do Observatório FIESC
Os ciclos econômicos têm ocorrido em espaços de tempo mais curtos e velocidades cada vez maiores. Atravessamos a era da informação, com a informatização dos processos e a ampliação do acesso à internet. Agora, vivemos a era digital com uma sociedade hiperconectada, em que dados são matéria-prima abundante.
Já sabemos que o presente é digital. Mas não basta ter informação. É preciso saber o que fazer com ela. Por isso, não tenho dúvida que o futuro será analítico. O desafio para quem navega na era digital e sustenta seus negócios em dados é como transformamos esse insumo em conhecimento que gere inteligência para as empresas e organizações. Em outras palavras, como transformar dados em informação que tenha valor para o mercado.
Os dados, gerados em velocidade e volume cada vez maiores, estarão cada vez mais democratizados. Um patrimônio coletivo atiça e desafia empreendedores a olharem para as oportunidades ocultas, para o diferente que pode ter utilidade e valor. As empresas precisarão se comportar como organismos vivos, capazes de responder com eficiência e agilidade às mudanças para sobreviverem. Neste modelo orgânico, os negócios alteram seu DNA ao absorverem continuamente novas informações – ser ou não ser capaz de se adaptar com rapidez irá determinar a existência de um negócio no mercado.
Sairá na frente quem, a partir da cultura analítica, aprender a questionar, instigar e interpretar o que esses dados têm a oferecer. Apesar da grande massa de informações disponíveis, ainda é comum nas empresas o sentimento de que faltam dados, que aqueles que estão disponíveis são de fontes pouco confiáveis ou que as informações não são entregues na janela de tempo necessária para a tomada de decisões estratégicas.
Por isso, é importante aprimorar as conexões. O bom data scientist é curioso e incansável. Ele tortura o dado até que ele seja capaz de confessar alguma informação relevante. Assim é preciso fazer uma jornada estruturada e guiada sobre os dados nas organizações.
A ciência de dados deverá estar integrada ao modelo de negócio. O que significa desvendar quais são as perguntas fundamentais que precisam ser respondidas para gerar valor no processo. De outra maneira, geraremos planilhas recheadas de números que pouco ou nada contribuem para uma estratégia e decisão mais assertiva e, em última instância, o sucesso do negócio.
Empresas que têm suas estratégias baseadas em dados criam produtos melhores, atraem mais clientes, geram mais dados que retroalimentam seus processos de inteligência. Por isso, despertar para a necessidade de uma cultura analítica será uma questão de sobrevivência dos negócios.
As organizações precisarão investir nas ferramentas certas para que a compreensão dos dados seja rápida e fácil. Além disso, será necessário formar times de especialistas que ajudem a acelerar a tradução dos dados em conhecimento de valor para o negócio. Executivos e gestores igualmente precisam estar preparados para consumir as informações, compreender os princípios analíticos e basear suas decisões nestas premissas.
São estratégias como essas que irão permitir novos saltos de desenvolvimento em modelos e estratégias de negócio. Os dados são um combustível poderoso de orientação e fomento a descobertas e inovações. Uma nova revolução está em curso. Quem ainda não percebeu, corre o risco de ficar para trás.
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