Santa Catarina concentra maior número de startups voltadas à indústria no Brasil

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Santa Catarina concentra maior número de startups voltadas à indústria no Brasil

Mapeamento Startup+Indústria, lançado durante a Expogestão, em Joinville, evidencia também a distância entre o segmento industrial e o desenvolvimento de novos negócios inovadores.

Mapeamento Startup+Indústria, lançado durante a Expogestão, em Joinville, evidencia também a distância entre o segmento industrial e o desenvolvimento de novos negócios inovadores.

 

Três em cada 10 startups que atuam com soluções voltadas para o setor da indústria no país estão localizadas em Santa Catarina, que lidera o ranking que tem São Paulo em segundo lugar (29%) e o Rio Grande do Sul (8%) em terceiro. É o que aponta o Mapa Startup+Indústria, realizado pela aceleradora Spin e a agência A2C, que foi lançado nesta terça (14.05), durante a Expogestão, em Joinville. Responderam ao levantamento um total de 295 startups de 22 estados e 81 cidades.

Apesar da liderança na concentração de empresas em Santa Catarina, a relevância do ecossistema do estado de São Paulo foi determinante no grupo de startups com maior nível de receitas: 29% das startups que superam o faturamento de R$ 5 milhões/ano são paulistas. Contudo, a cidade que lidera o número de empresas nesta faixa é Joinville, principal polo industrial de Santa Catarina. Já na faixa de faturamento anual entre R$ 100 mil e R$ 500 mil – que representa a maior parte das participantes – 37% das startups estão localizadas em Santa Catarina, principalmente nas cidades de Joinville (9%), Blumenau (6%), Florianópolis (5%) e Jaraguá do Sul (5%).

Este é o primeiro estudo do tipo realizado no Brasil e, a partir de agora, os idealizadores planejam percorrer os principais polos industriais do país para apresentar os dados e buscar conexões com startups. “O momento da indústria é muito crítico. As startups são um caminho para a inovação, mas o setor industrial no Brasil ainda não sabe se relacionar com elas. Por outro lado, as startups precisam também ter visão cartesiana, pragmática, saber  trabalhar planilha além do power point, mostrar algum retorno sobre o investimento”, comentou o CEO e fundador da Spin, Beny Fard. O levantamento contou com apoio de outras entidades, como as associação brasileiras de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Internet Industrial (ABII) e a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC).

DESAFIO: ACESSO A CAPITAL

O mapeamento apontou como principal dificuldade das startups o acesso a capital, como responderam 26% dos que responderam o levantamento – em segundo lugar ficou acesso a mercado (18%). Para 66%, os recursos para os negócios vêm de capital próprio, enquanto 13% tiveram acesso a alguma rodada de investimento anjo.

FUNDADORES E FUNCIONÁRIOS

Quase a metade (47%) das startups afirmam ter 1 ou 2 sócios na formação. Em Santa Catarina, 24% das empresas respondentes são compostas apenas pelo fundador. Do número total de sócios informados, 84% são homens. Apesar de menor, a participação feminina é cada vez mais importante e crescente no ecossistema: o mapa apontou que 39% das startups possuem 1 ou mais sócias mulheres no controle da empresa.

A predominância do número de colaboradores destas startups não ultrapassa os 10 profissionais: 74% do total informam até 10 pessoas na composição total do time, sendo que a média de idade destas equipes fica entre 20 e 30 anos. São Paulo é o estado com o maior número de colaboradores indicados no mapeamento, com cerca de 31% do total informado na pesquisa, seguido por Santa Catarina, com 29% e Minas Gerais, com 10%, logo na terceira posição. SC é o estado que mais possui profissionais do sexo feminino na composição de suas startups, com 32%.

COOPERAÇÃO É INEVITÁVEL

Como conclusão, o relatório evidencia a distância entre a atuação de indústria para com a atuação de startups no cenário nacional: “É fato que a indústria nacional urge em se reinventar para manter-se competitiva frente à pressão causada pela quarta revolução industrial, mas as características históricas de verticalização da indústria, assim como seu comportamento de preferência pela inovação fechada trazem desafios e fricções na interação com startups. O caminho de cooperação e simbiose entre startups e indústrias é inevitável e deve se fortalecer de forma acelerada nos próximos anos considerando-se a pressão multilateral da economia global”.

O relatório completo está disponível neste link: www.mapastartup.com