Evento em Florianópolis destacou o protagonismo do país na inovação financeira e o desafio de equilibrar avanço tecnológico e sustentabilidade digital. / Foto: Divulgação

[30.10.2025]
Redação SC Inova, com informações da Assessoria de Imprensa
O Brasil ocupa hoje uma posição de destaque mundial no desenvolvimento de soluções de pagamento digital. Ferramentas como o Pix e o modelo Open Finance colocaram o país na vanguarda da revolução financeira, integrando consumidores e empresas de maneira mais acessível, rápida e gratuita. Mas, para que esse avanço continue de forma sustentável, será preciso considerar também o impacto ambiental do universo digital — como o alto consumo de água necessário para o resfriamento dos data centers que sustentam essas tecnologias.
Essa foi a tônica da palestra de abertura do Fintech Trends 2025, conduzida por Aaron Morais, Payments Compliance Officer do Google Pay e diretor de Relações Institucionais da INIT (Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamento). O evento foi realizado nesta quinta-feira (30), em Florianópolis, com transmissão online.
Promovido pela Vertical Fintech da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), o encontro reúne executivos de fintechs, grandes empresas e órgãos reguladores para debater tendências do mercado financeiro. Segundo Morais, “o futuro dos meios de pagamento e das fintechs está na desconstrução de barreiras e na integração”, áreas em que o Brasil vem se destacando pela combinação entre regulação sólida e inovação colaborativa.
De acordo com o executivo, cinco grandes barreiras vêm sendo superadas no ecossistema financeiro brasileiro. A primeira é o acesso aos meios de pagamento, hoje independente dos bancos tradicionais e impulsionado por infraestrutura tecnológica e regulação. A segunda é a fluidez das transações, viabilizada pelo Pix — descrito por Morais como uma “revolução brasileira” que democratizou os modelos de pagamento.
Outro eixo destacado foi o uso responsável de dados. O Open Finance tornou o Brasil um dos maiores ecossistemas de dados financeiros abertos do mundo, permitindo produtos personalizados e fortalecendo a concorrência. Essa transformação, observou Morais, amplia a autonomia dos consumidores e estimula a competitividade entre instituições.
A integração entre setores financeiros e não-financeiros representa a quarta fronteira em expansão. Modelos como o Bank as a Service (BaaS) permitem que empresas de diferentes segmentos ofereçam serviços financeiros diretamente aos clientes, impulsionando a inovação e a diversificação de receitas.
A quinta barreira, de natureza global, envolve a internacionalização das experiências brasileiras, com destaque para temas como inteligência artificial, segurança, privacidade e sustentabilidade digital. Neste ponto, Morais enfatizou a necessidade de um olhar ambiental sobre a digitalização: “cada busca e cada transação digital têm um custo ambiental, principalmente no consumo de água para resfriamento dos data centers. É essencial garantir que esse avanço faça sentido para as pessoas. Afinal, as pessoas têm que estar sempre em primeiro lugar”, afirmou.
TENDÊNCIAS E CRESCIMENTO DO SETOR
Para Ricardo Toledo, diretor da Vertical Fintech da ACATE, o evento consolida o papel de Santa Catarina como hub de inovação financeira. “O Fintech Trends é um espaço estratégico para discutir tendências, compartilhar conhecimento e inspirar empresas, inclusive de setores não financeiros, a inovar em serviços e modelos de negócio”, destacou.
Atualmente, a Vertical reúne 108 fintechs associadas, o que representa um crescimento de 42% em relação a 2023, refletindo o amadurecimento do ecossistema e a relevância crescente do tema no mercado nacional. A programação conta também com painéis sobre o futuro das finanças digitais e apresentações de soluções no Pitch Fintechs Round.
 
							 
											





 
		 
		 
		
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