Tecnologias como a IA e regulação (nova legislação fiscal no país, por exemplo) estão redesenhando, em conjunto, o papel da gestão. / Imagem: ChatGPT/SC Inova
[21.08.2025]
Por Márcio Tomelin, diretor de Produto e Mercado da WK
Nos últimos anos, tenho repetido com frequência uma ideia que considero central para qualquer líder ou empresa que pretenda continuar relevante: com planejamento, tudo é possível, mas resistir à transformação é impossível. Essa não é apenas uma constatação sobre o cenário atual, é um alerta sobre o que está em jogo.
Vivemos uma convergência de forças transformadoras. A inteligência artificial, que antes parecia distante ou limitada a usos muito específicos, se tornou um pilar da gestão moderna. Ela não apenas automatiza processos. Ela muda a forma como tomamos decisões, interagimos com os dados e otimizamos nosso tempo. Um ERP que incorpora IA, por exemplo, deixa de ser uma ferramenta de controle para se tornar um parceiro estratégico. Com perguntas simples, em linguagem natural, é possível obter respostas sobre a saúde financeira do negócio, identificar gargalos e agir com agilidade. Isso muda tudo.
Mas essa transformação tecnológica não acontece no vácuo. Ela se entrelaça com movimentos igualmente complexos, como a reforma tributária. A nova legislação fiscal vai redesenhar a lógica de operação das empresas brasileiras. Não estamos falando apenas de alíquotas, mas de uma nova dinâmica para calcular, reportar e planejar os tributos. E quem não estiver preparado, sentirá o impacto em todas as frentes: do operacional à estratégia. O que me preocupa, e que reforço sempre que posso, é que ainda há empresas tratando isso como um problema do futuro quando, na verdade, a adaptação precisa começar agora.
Tecnologia e regulação estão redesenhando, em conjunto, o papel da gestão. Já não é mais suficiente acompanhar os indicadores ao fim do mês. A realidade exige decisões em tempo real, visões baseadas em dados e capacidade de reação rápida. As empresas mais bem preparadas não serão apenas as que tiverem as melhores ferramentas, mas aquelas que entenderem que a tecnologia precisa estar a serviço das pessoas, liberando tempo, reduzindo erros e elevando o potencial humano.
Esse debate precisa acontecer de forma constante, dentro e fora das empresas. A troca de experiências, a escuta ativa e a busca por conhecimento são atitudes que ajudam os profissionais a se posicionarem diante das transformações. É preciso encarar esse processo com clareza, profundidade e senso de urgência. Porque, na prática, é disso que se trata: entender as mudanças e agir antes que elas nos empurrem para fora do jogo.
Transformação não é uma escolha: é a condição para continuar. E cabe a nós decidir se vamos liderar esse processo ou apenas reagir a ele. O futuro não espera. E é exatamente por isso que ele começa agora.
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